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Jun 2, 2021, 22 tweets

O que música e resposta imunológica tem a ver? 🤔
O @wasimvacinas trouxe um lindo fio, explicando para todos nós entendermos como a resposta imunológica acontece!

Liga o som, e acompanha conosco! 🧶

Hoje, o @daniel_bargieri me contou sobre um imunologista incrível graduado em música, que fez pós em Imunologia no ICB (surpresa pro futuro).

Decidi fazer uma alusão a orquestras e para explicar os anticorpos gerados pelas vacinas. Espero que gostem!

Imagine um conservatório de musica que está recebendo vários alunos para se apresentar em um evento chique.

Todos os alunos que se interessam por música foram selecionados e matriculados para ter aulas, mas nem todos sabem qual instrumento devem tocar.

Os alunos, então, são apresentados a todos os instrumentos: de corda e de sopro, e de percussão, excluindo os eletrônicos.

Alguns tocam bem, outros tocam mal, alguns quebram os instrumentos de raiva, outros tocam mal, mas querem aprender.

Os que quebram os instrumentos, obviamente, são expulsos do conservatório. Isso tudo acontece em uma sala para instrumentos de sopro e corda, e na outra, de percussão.

Então, o professor ensina todos a tocarem uma mesma música: a abertura do 2001, uma odisseia no espaço.

Chega o dia de todos os alunos se apresentarem juntos no salão principal para um evento, mas agora com um maestro-professor.

Todos tocam bem a música, mas alguns erram algumas notas, o que é tudo bem, porque tocaram a musica completa!

Mas, pô, a orquestra tem de tocar lá em Nova Iorque, com uma platéia bem rígida e nervosa com alguns erros. Os alunos devem praticar pra se aperfeiçoar, mas os que mais erraram são excluídos da banda :/. Por incrível que pareça, os percussionistas não erraram e, assim, continuam.

Chega o dia da apresentação em NY. Todo mundo chique e preparadíssimo. A plateia gosta, mas umas pessoas não. Dentre elas, estão críticos renomados internacionalmente, vindo de vários lugares do mundo.

Esses críticos detonam a orquestra, mas falam exatamente no que erraram.

Assim, detonam na verdade o pessoal do instrumento de sopro e de corda.

É gosto individual, e a maioria deles ama a percussão, porque nunca erra.

Agora, vamos pra explicação imunológica!

O conservatório é o seu sistema imune. Os alunos são linfócitos não diferenciados.

Quando escolhem tocar instr. de cordas e sopro, se diferenciam em linfócitos B.

Os que escolhem percussão, linfócitos TCD8+.

O primeiro professor é o linfócito TCD4+. A partitura da música +

é o antígeno da vacina, que só foi levada ao professor pelo secretário, a chamada célula dendritica!

A primeira exposição a todos os instrumentos dos 2 grupos (antes mesmo dos alunos chegarem ao professor +

e aprenderem a música) são os órgãos linfoides primários - para os Linf. B, é a medula óssea, e pros Linfocitos T, o Timo.

Quando eles já sabem tocar os instrumentos, eles vão pra outra sala aprender a música (doença). A sala são os órgãos linfoides 2arios - baço e linfonodos.

Essa eliminação de Linfocitos malucos, que destroem tudo, é chamada de tolerância imunológica, e ela é importante pra saber quais linfócitos não vão atacar o próprio corpo.

Se isso falhar, causa uma doença autoimune, como a Diabetes Mellitus Tipo 1.

O primeiro ensaio é o resultado da vacinação. Ou seja, demos o antígeno, ensinamos todo mundo a tocar a música, mas a banda precisa melhorar. O segundo evento é a 2a dose.

O maestro-professor do primeiro evento é a célula T Folicular (TFh), que vai aperfeiçoar os Linfocitos B,

pra tocarem melhor (maturação de anticorpos).

Os instrumentos de sopro e cordas são dois tipos de anticorpos.

Aqui, como to falando de uma doença viral, como a COVID-19, temos a ação de anticorpos IgG e IgA.

Mas, para outras doenças, podemos ter só um tipo de anticorpo.

A apresentação lá em NY é a exposição ao SARS-CoV-2, o vírus causador da COVID-19.

A plateia feliz são os vírus que foram eliminados do corpo. Os críticos, as variantes de preocupação do vírus.

Lembram que os percussionistas foram todos bem?

Essa é a resposta celular +

mediada pelos Linfócitos TCD8+. Os musicistas que tocaram muito bem são os anticorpos neutralizantes.

Os que tocaram muito mal, sao os não-neutralizantes, que são super criticados. Anticorpos compõem a imunidade humoral.

Viram como a resposta celular foi bem com as variantes?

Então, é o que esperamos e vemos na COVID-19, pós-infecção natural ou pós-vacinação. O problema é que a infecção natural é nada controlada.

É como se o professor, e os alunos que tocam os instrumentos, fossem mal preparados. Já fossem lá do primeiro ensaio direto pra NY.

Eles vão acabar se encrencando e deixar a plateia frustrada por ter pago 300 dólares pra ver esse concerto que não vai estar 100%.

Dá pra ir mais longe e falar sobre pacientes com sintomas leves, graves e morte tambem, e isso depende dessa orquestra.

Tem orquestra que, mesmo mal preparada, até que vai bem! Mas, não dá muito pra botar fé nisso, né?

E viram que nem todos os anticorpos se saíram bem? Então, temos anticorpos neutralizantes que funcionam para diversas variantes, porque conseguem tocar o coração do crítico kkk

Quer que sua orquestra continue sendo incrível e vá para Paris, Hong Kong, etc etc? Então, tome vacina sempre!

Cada vacina, cada partitura da música, é diferente. Seu corpo precisa aprender a tocar e a treinar muito bem isso, para não passar por uma encrenca grande!

E aí? Gostou desse fio? Vamos todos deixar nossa orquestra tinindo com a vacinação, combinado? #TodosPelasVacinas

@obscovid19br @tdspelasvacinas @UPVacina @BlogsUnicamp @odivulgar_ @emrcluster @grupo_infovid

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