A Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) é um partido político alemão de extrema-direita, fundado em 2013, com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e forte discurso anti-imigração.
Querem duas histórias breves? Sigam o fio!
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Esta é a senhora Charlotte Knobloch, sobrevivente do Holocausto, vice-presidente do Congresso Judaico Europeu e do Congresso Judaico Mundial.
Ela costuma se apresentar como “mãe, avó, bisavó, muniquense, bávara, alemã, europeia, judia, ser humano”.
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Em janeiro de 2021, no Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, a senhora Charlotte Knobloch discursou no Deutscher Bundestag, o Parlamento alemão.
Ali, por quase 30 minutos, falou diretamente aos deputados do partido de extrema-direita Alternativa pela Alemanha.
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“Não posso ignorar que me perturba o fato de estarem aqui sentados. Vocês vão continuar a lutar pela vossa Alemanha, e nós vamos continuar a lutar pela nossa Alemanha. Vocês perderam a vossa luta há 76 anos”.
O link para o discurso:
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Pouco mais de um ano antes, ao alertar que “a erosão da cultura democrática continua”, a senhora Charlotte Knobloch salientou que os eleitores do AfD “apoiaram um partido que há anos prepara o terreno para a exclusão e a violência da extrema-direita”.
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Em março de 2021, o serviço secreto alemão enviou ao Ministério do Interior um relatório de mais de mil páginas que atribui ao partido AfD uma série violações da ordem democrática e atentados aos valores constitucionais da Alemanha, incluindo sobre o negacionismo pandêmico.
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E Beatrix von Storch, quem seria?
Vice-líder do partido, famosa por tweets xenofóbicos e neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro nazista das Finanças e um dos poucos membros do gabinete do Terceiro Reich a servir continuamente desde a nomeação de Hitler como chanceler
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Em seu testamento, Hitler elegeu Krosigk para continuar como ministro das Finanças após sua morte. Ele serviria em um governo liderado por Goebbels, como chanceler.
No entanto, o próprio Goebbels cometeu suicídio apenas um dia depois, em 1º de maio de 1945.
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Após os suicídios de Hitler e de Goebbels, von Krosigk (ambos na foto) serviu como Ministro Principal e das Relações Exteriores durante um curto período, na pequena porção da Alemanha que estava encolhendo progressivamente devido ao rápido avanço das forças aliadas.
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Krosigk ficou conhecido também por não aceitar a rendição e por desejar continuar a guerra, mesmo após o suicídio de Hitler.
No Julgamento dos Ministérios de 1949, ele foi condenado por crimes de guerra e sentenciado a 10 anos de prisão.
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É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia.
#portodaavidavamoslembrar
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