Felipe Nunes Profile picture
PhD ciência política UCLA, professor FGV, diretor Quaest, diretor do Instituto Galo, board Fulbright brasil, autor 'Biografia do Abismo'

Aug 4, 2021, 15 tweets

1) Segunda rodada da Pesquisa Genial/Quaest foi divulgada nesta manhã e mostra grande estabilidade na opinião pública. Reprovação ao governo Bolsonaro está em 56% e a reprovação da sua forma de governar está em 66%. Segue o fio!

2) Embora julho tenha sido de alta movimentação política (internação do presidente, Ciro Nogueira no governo, manifestações pro voto impresso), nada mudou na opinião pública desde a última pesquisa. A novidade é que Bolsonaro parou de cair, embora continue vivendo um mal momento

3) A avaliação positiva do governo se mantém no patamar dos 26%, enquanto a avaliação negativa continue em 44%. Essa estabilidade esconde, no entanto, movimentos aparentemente interessantes dentro dos segmentos sociais.

4) O presidente parece estancar seu ‘derretimento’ com a ajuda dos mais ricos. Encontramos uma variação significativa e positiva de 14 pontos percentuais na avaliação positiva do governo entre o público de renda alta. Nos mais pobres, Bolsonaro continua com alta rejeição: 49%.

5) Nas regiões, também observamos alterações que parecem interessantes. No Centro-Oeste o presidente melhorou sua avaliação positiva, passando de 24 para 36%, enquanto no Nordeste piorou: avaliação negativa passou de 49 para 56%. Nas outras regiões, nada significativo.

6) Quando passamos para o cenário eleitoral, a estabilidade também permanece. Lula continua sendo favorito e apresenta uma vantagem significa em relação aos demais concorrentes.

7) O ex-presidente varia de 44 a 46% nos cenários de primeiro turno. Bolsonaro, que aparece em segundo, varia de 27 a 29%. Os dois continuam sendo os protagonistas da próxima eleição, polarizando a disputa nacional até aqui.

8) Nenhum nome testado da 3 via é capaz de roubar votos deles. Nem Datena, nem Moro, testados pela primeira vez, abalam as intenções de voto dos dois primeiros colocados.

9) A demanda por um nome nem-nem permanece na casa dos 30%. Com o atual quadro de fragmentação dos candidatos de centro, dificilmente um deles poderia chegar ao segundo turno, pois o número de eleitores disponível não é suficiente para ultrapassar Bolsonaro ou Lula.

10) Nos cenários de segundo turno, Lula vence qualquer adversário testado. No pior dos casos ele fica com 53% das intenções de voto, no melhor dos casos, ele vai a 58%. O adversário mais competitivo é Bolsonaro que tem 33% no cenário de segundo turno.

11) O segundo turno é facilmente decodificado pelo resultado da rejeição. O potencial de voto do Lula é de 58%, do Bolsonaro, de 38%. É quase o valor que cada um tem no segundo turno.

12) O que pode mudar as coisas em favor do presidente Bolsonaro é a economia. Os brasileiros estão otimistas em relação ao futuro. Se esse otimismo se concretizar, e se materializar em poder de compra, o presidente pode melhorar sua avaliação nos estratos de baixa renda.

13) A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 29/7 e 1/8 por meio de 1.500 entrevistas presenciais domiciliares em 95 municípios das 27 unidades da federação. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

14) A íntegra do relatório, que tem muitas outras avaliações, pode ser obtida aqui: genial.vc/pesquisa4-8

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