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Sep 11, 2021, 31 tweets

O grupo que entrou com gás tóxico em um metrô no Japão para matar pessoas:

Nascido como Chizuo Matsumoto no dia 2 de março de 1955, Shoko Asahara foi o fundador de um controverso grupo budista chamado 'Aum Shirikyo', no Japão. Em 2007, o grupo foi dividido em dois, sendo chamados de Aleph e Hikari no Wa.

Asahara nasceu em uma família pobre e seus pais eram fabricantes de tapetes de tatame na prefeitura de Kumamoto. Por ter nascido com glaucoma, era cego do olho esquerdo e enxergava parcialmente com o direito.

Por essa razão, quando criança, foi matriculado em uma escola para cegos. Registros relatam que ele era um aluno agressivo com seus outros colegas. Graduou-se em 1977, quando resolveu se dedicar aos estudos da medicina chinesa e da acupuntura. Casou-se em 1978.

Para ele, seu objetivo principal era de alcançar a tão sonhada "iluminação final", que era mencionada nos textos religiosos que leu. Buscou alcançá-la a todo custo, então procurava por meditações e frequentava escolas que ensinavam a respeito.

No início dos anos 1980, Asahara se juntou a um grupo budista chamado Agonshu, que tinha como uma de suas práticas os 1000 dias consecutivos de oferta. Isso consistia em dizer que aqueles que oferecessem dinheiro diariamente durante os dias, alcançaria a iluminação prometida.

Mesmo com dificuldades financeiras, Asahara concluiu seu curso, mas não alcançou a iluminação esperada. Morava com sua esposa e suas duas filhas em um apartamento de um cômodo, no distrito de Shibuya, em Tóquio; fundou a Aum Shinsen no Kai em 1984 para aulas de meditação e ioga.

Determinado a alcançar a iluminação que tanto desejava, visitou a Índia, e, após consegui-la, retornou ao Japão em 1987, quando começou a organizar o seu grupo efetivamente.

Segundo o guru, ao alcançar a iluminação, o deus Shiva se revelou a ele e o designou como "deus da luz que lidera os exércitos dos deuses", que ele deveria construir o Reino de Shambhala, que seria uma sociedade habitada apenas por aqueles que teriam "poderes psíquicos".

Os discípulos acreditavam que o Armagedom ocorreria na forma de uma guerra global que envolvesse o Japão e os Estados Unidos. Somente os membros do grupo sobreviveriam ao apocalipse, enquanto os não membros iriam para o inferno para, depois, o Reino Shambhala ser construído.

Seus seguidores ficaram contentes pelo seu objetivo ter sido alcançado e ofereceram-lhe dinheiro. É contraditório aos seus princípios de aceitar pagamento por treinamento sem alcançar a iluminação, mas como obteve êxito, seria possível aceitar ofertas materiais de membros.

Então, ele aceitou o dinheiro para organizar um seminário intensivo de ioga que duraria vários dias, o que chamou a atenção de várias pessoas que tinham interesse no desenvolvimento espiritual. Por ser o responsável a treinar os participantes, o grupo cresceu rapidamente.

Ele estava determinado a criar uma organização religiosa chamada Aum Shinrikyo com seus discípulos e assim o fez ainda em 1987, além de ter mudado seu nome oficialmente de Chizuo Matsumoto para Shoko Asahara.

De princípio, as autoridades japonesas não queriam conceder o status de instituição religiosa ao seu grupo, mas após uma apelação feita, o grupo foi reconhecido legalmente dois anos depois. Por isso, foi possível estabelecer a ordem monástica e atraiu diversos seguidores leigos.

Em fevereiro de 1989, um membro do culto foi assassinado por ter tentado sair do grupo religioso e em 04/11/1989, Tsutsumi Sakamoto, um advogado que era contra a organização, sua esposa e seu filho pequeno foram mortos por estrangulamento.

A doutrina da organização era baseada nas escrituras budistas originais, além de escrituras taoistas. Os livros tinham comentários escritos pelo próprio guru, além do uso da tecnologia moderna, como computador e CD Player, para complementar as meditações e os ensinamentos.

Baseando-se no sistema kyogaku (sistema de aprendizagem) e dividido em várias estapas, somente aqueles que concluíssem um estágio preliminar poderiam avançar para os estágios seguintes até passarem no exame final.

Segundo relatos, para algum participante provar que concluiu uma etapa, era necessário cessar o consumo de oxigênio para reduzir a atividade cardíaca e alterar a atividade do cérebro. As salas para realizar a prática eram equipadas com sensores correspondentes.

Em 20/03/1995, dez membros da organização se dividiram em cinco duplas para atacarem o metrô de Tóquio com o gás Sarin, um gás letal para o sistema nervoso e é considerado como arma de destruição em massa pelas Nações Unidas.

O ataque foi dividido em cinco partes: a dupla Ikuo Hayashi e Tomomitsu Niimi foi encarregada de perfurar dois pacotes com o gás na linha Chiyoda. Kenichi Hirose e Koichi Kitamura foram encarregados de deixar dois pacotes na linha Marunouchi.

Masato Yokoyama e Kiyotaka Tonozaki, que assumiu papel de motorista de fuga, foram encarregados de liberar o gás na linha que era ligada a Ikebukuro. Toru Toyoda e Katsuya Takahashi, como motorista, foram encarregados de liberar o gás na linha Hibiya, sentido nordeste.

Yasuo Hayashi e Shigeo Sugimoto se encarregaram de soltar o Sarin na linha Hibiya. Os discípulos espalharam o gás em linhas do metrô de Tóquio que passavam por Kasumigaseki e Nagatacho, onde ficava o governo japonês.

Desde 2007, este ataque é considerado o ataque mais sério que ocorreu no Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O ataque resultou na morte de 12 pessoas e mais de 5 mil ficaram feridas e sofrendo com os efeitos colaterais.

Em questão de números, 688 pessoas foram transportadas de ambulância e quase 5 mil pessoas foram aos hospitais por outros meios. Ao todo, 5.510 pacientes foram atendidos em 278 hospitais.

Após investigações encontrarem evidências o suficiente, as autoridades acusaram o grupo Aum de cúmplices no ataque e dezenas de discípulos foram presos.

Com o tribunal emitindo uma ordem para a prisão de Shoko Asahara, os investigadores invadiram as instalações do local da organização e encontraram-no em uma sala minúscula, meditando. Ele enfrentou 27 acusações de assassinato em 13 acusações separadas.

De acordo com a acusação, o guru tinha dado ordens para que atacassem o metrô de Tóquio, pois tinha o intuito de derrubar o governo para se instalar no cargo de rei do país. Enquanto que, para a promotoria, os ataques ocorreram para desviar a atenção dos policiais.

Em defesa, os advogados relataram que um pequeno grupo dos seguidores que iniciou os ataques, mas optaram em manter em segredo do Asahara. Mas vários discípulos testemunharam contra o guru e consideraram-no culpado no dia 27/02/2004 por enforcamento.

A mídia japonesa considerou o julgamento como o "julgamento do século", além de relatar que Asahara permaneceu "sentado de olhos fechados" e que "resmungava palavras de difícil compreensão" durante as audiências do julgamento.

Após terem todos os apelos esgotados na Justiça e receberem o veredito é final, Shoko Asahara e mais outros seis seguidores foram executados por enforcamento, em um centro de detenção em Tóquio, na manhã de 06/07/2018.

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