Em maio de 2009, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) publicou o relatório confidencial nº. 251/82260, identificando as ONGs financiadas por governos estrangeiros e instituições internacionais que atuavam na campanha contra a construção da Usina de Belo Monte.
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No relatório, a ABIN relaciona 11 ONGs internacionais, sendo 9 provenientes dos Estados Unidos e 2 da Europa. Estão listadas, entre outras, Fundação Clinton, WWF, Greenpeace, AIDA, The Nature Conservancy, Avaaz, Amazon Watch, Rainforest Foundation US, entre outras.
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Quase todas ONGs listadas possuem históricos atribulados, sendo acusadas de servirem de fachada para interesses corporativos, colaboração com a política externa de Washington, apoio a operações de desestabilização, financiamento de milícias, etc.
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O relatório também relata a presença incomum de cidadãos estadunidenses e britânicos na região e visitas de representantes de ONGs a lideranças indígenas nas aldeias de Arara do Maia e Paquiçamba Juruna, munidos de motores, combustíveis e outros presentes.
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Duas organizações brasileiras também estiveram envolvidas na articulação de protestos, ocupações e outros atos na campanha contra Belo Monte: o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS) e a ONG Uma Gota no Oceano.
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O Movimento Xingu Vivo foi fundado em 2008 por Antônia Melo e atuou na mobilização das comunidades indígenas. Conforme o relatório, o movimento possui apoio de diversas ONGs estrangeiras. Também recebeu verbas do Fundo Brasil, incubadora subvencionada pela Fundação Ford.
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O Fundo Brasil é a mesma organização que financiou os comitês do movimento "Não Vai Ter Copa" entre 2011 e 2014. Em 2017, a diretora da ONG, Antônia Melo, foi agraciada com um prêmio concedido pela Fundação Alexander Soros.
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Por sua vez, a ONG Uma Gota no Oceano se tornou famosa pela campanha "É A Gota D'Água" — vídeos com atores globais incitando o engajamento da população no ativismo contra a construção de Belo Monte, recheados de exageros e informações incorretas.
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O vídeo chegava a dizer que a usina alagaria o Parque Nacional do Xingu, localizado a 1.300 km de distância da barragem. A ONG foi fundada em 2011 e é igualmente apoiada pela Fundação Ford e pela Open Society Foundations (think tank financiado por George Soros).
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A luta contra Belo Monte contou ainda com forte engajamento da comunidade artística internacional. James Cameron, diretor de "Avatar", a atriz Sigourney Weaver e o fisiculturista Arnold Schwarzenegger viajaram até Altamira para prestar apoio à campanha contra a usina.
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O presidente da França Nicolas Sarkozy foi outro entusiasta da ideia, que ganhou farta cobertura na imprensa internacional, sobretudo na BBC.
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A causa ambientalista atraiu até mesmo o inusitado apoio da mídia conservadora do país. O jornal O Estado de S. Paulo, sempre empenhado em atenuar as críticas à degradação ambiental da gestão Bolsonaro, publicou manchete chamando a usina de "um crime contra a humanidade".
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O jornal El País foi quem fez a campanha mais incisiva. Na peça mais dramática, denominada "Belo Monte: a anatomia de um etnocídio", Eliane Brum entrevista a procuradora Thais Santi, que não se constrange em comparar o governo brasileiro ao regime de Adolf Hitler.
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A procuradora traça paralelos entre os povos indígenas e os judeus massacrados nos campos de concentração nazista, baseando-se no fato de que os indígenas estavam adquirindo hábitos alheios à sua cultura, como consumir bolachas, beber refrigerantes e assistir televisão.
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Belo Monte também incitou uma das mais encarniçadas guerras jurídicas travadas pelo Ministério Público. Ao menos 22 ações foram abertas contra o governo brasileiro — incluindo uma acusação formal de etnocídio indígena —, bem como liminares paralisando as obras.
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Posteriormente, a construção da usina seria objeto de inquirição dos promotores ligados à Lava Jato, que acusariam o governo de movimentar 140 milhões de reais em propina por meio da obra.
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No cenário internacional, acentuando as suspeitas de interferência dos EUA, o governo brasileiro foi intimado pela Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos a suspender as obras e ir até Washington para se explicar em audiência.
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Furiosa, Dilma ignorou a intimação, convocou o embaixador brasileiro na organização para consulta e ordenou a paralisação das contribuições financeiras à OEA.
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A presença massiva de ONGs internacionais e thinks tanks imperialistas financiando o ativismo contra a construção de Belo Monte, a intervenção da OEA, o engajamento de celebridades de Hollywood para massificar a oposição sugere cooptação por interesses externos.
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As pautas ambientais têm sido cada vez mais instrumentalizados como armas geopolíticas, utilizadas pelas nações ricas para impedir que os países periféricos criem projetos de desenvolvimento econômico e social e superem a condição de dependência.
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A Usina de Belo Monte é a 4ª maior hidrelétrica do mundo, possuindo uma capacidade instalada de 11.233 megawatts — o suficiente para abastecer 60 milhões de pessoas em 17 estados e suprir 40% do consumo residencial do país.
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A forte oposição de ambientalistas, ONGs e movimentos sociais, entretanto, forçou o governo adaptá-la para operar a fio d'água, sem reservatório, reduzindo sua produção média efetiva para 4.500 megawatts.
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