O último retrato de Olga Benário antes de sua execução pelo regime nazista. A revolucionária comunista nasceu há 114 anos, em 12 de fevereiro de 1908.
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Olga Gutmann Benário nasceu em Munique, Alemanha, em uma família judia de classe média. Ingressou na militância política ainda jovem, filiando-se à Seção Juvenil do Partido Comunista Alemão aos 15 anos. Posteriormente, juntou-se à Liga Juvenil Comunista da Alemanha.
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Fugindo dos conflitos ideológicos com o pai, Olga mudou-se para Berlim, onde passou a viver com o militante comunista Otto Braun. Berlim vivia um clima de efervescência política desde o Levante Espartaquista de 1919, quando Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foram mortos.
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Olga e Otto se dedicaram ao enfrentamento nas ruas contra as milícias de direita, atuando nos conflitos de Kreuzberg. O casal foi preso sob a acusação de "alta traição à pátria". Pouco tempo depois, Olga foi posta em liberdade, mas Otto permaneceu encarcerado.
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Olga coordenou então a invasão da Liga Juvenil à prisão de Moabit, conseguindo libertar seu namorado. Em seguida, os dois fugiram para a União Soviética, onde receberam treinamento político e militar na Escola Lenin.
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Pouco tempo depois, Olga se separou de Braun e passou a trabalhar como instrutora da Seção Juvenil da Internacional Comunista. Em 1931, conheceu o revolucionário brasileiro Luís Carlos Prestes, recém-chegado à União Soviética.
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Integrado aos quadros do Partido Comunista do Brasil por ordem de Moscou, Luís Carlos Prestes havia sido incumbido pela Internacional Comunista de articular o movimento revolucionário no Brasil. Olga recebeu a missão de protegê-lo e auxiliá-lo a preparar o levante.
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O plano previa que Olga e Prestes apenas se passassem por marido e mulher, mas os dois acabaram se envolvendo afetivamente. Em 1934, o casal desembarcou no Brasil e começou a preparar a insurreição, com apoio do Comintern e do Secretariado Latino-Americano de Montevidéu.
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Prestes intencionava envolver a Aliança Nacional Libertadora (ANL) na ação. A ANL era uma frente política antifascista que congregava tenentes, militares de baixa patente, socialistas e comunistas que faziam oposição ao integralismo e ao governo de Getúlio Vargas.
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Antes que a insurreição nacional terminasse de ser preparada, entretanto, um levante armado estourou na cidade de Natal. Prestes tentou difundir a insurreição pelo resto do país, mas o movimento teve baixa adesão.
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As forças de Vargas conseguiram debelar a insurreição e desencadearam uma forte repressão contra os rebeldes. Milhares de militantes comunistas foram presos. Sob a liderança de Filinto Müller, a polícia política de Vargas conduziu inúmeras torturas e execuções.
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Olga e Prestes foram capturados pela polícia em março de 1936. Após ser encaminhada para a Casa de Detenção, Olga descobriu que estava grávida de Prestes. O governo alemão, já sob o regime nazista de Adolf Hitler, solicitou a extradição da revolucionária.
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A defesa de Olga solicitou um habeas corpus por razões humanitárias, alegando que a deportação para a Alemanha colocaria em risco a vida de sua cliente, uma vez que Olga era judia e comunista.
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Também argumentou que a extradição seria ilegal, já que Olga estava esperando o filho de um cidadão brasileiro. Não obstante, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou o pedido de extradição, assinado pelo ministro da justiça, Vicente Rao.
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Getúlio Vargas se negou a intervir, referendando o ato de expulsão. Olga foi deportada para a Alemanha a bordo do cargueiro La Coruña, sob protesto do próprio capitão da embarcação.
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Os soviéticos elaboraram um plano para tentar resgatar Olga durante uma escala que o cargueiro faria no porto de Southampton, no Reino Unido, mas os serviços de informação ingleses impediram a ação. O navio aportou na Alemanha em outubro de 1936.
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Oficiais da Gestapo já esperavam por Olga. Mesmo sem nenhuma acusação formal, Olga foi enviada para a prisão de Barnimstrasse, pois a legislação nazista autorizava a detenção extrajudicial por tempo indeterminado.
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Em Barnimstrasse, Olga deu à luz sua filha, batizada Anita Leocádia. A criança foi entregue aos cuidados da avó paterna após uma intensa campanha internacional. Em 1938, Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg.
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Em 1938, Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg e posteriormente para o campo de Ravensbrück, famoso pelo regime de trabalho escravo e pelas experiências antiéticas feitas pelo médico Karl Gebhardt.
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A documentação produzida pelo regime nazista nesse período, o chamado "Processo Benário" (conjunto de oito dossiês com mais de 2.000 folhas), relata que Olga era considerada pela Gestapo como "uma comunista perigosa e obstinada", "inimiga do Estado da Alemanha Nazista".
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A documentação também informa que durante os interrogatórios realizados, Olga "não relatou nada sobre suas atividades comunistas" e que se dedicava a dar aulas de história, ginástica e atividades de promoção de solidariedade entre as detentas.
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Olga foi transferida para o campo de extermínio de Bernburg, sendo executada na câmara de gás em 23 de abril de 1942, aos 34 anos de idade, ao lado de outras 199 prisioneiras. A família somente foi alertada sobre a morte após o fim da Segunda Guerra.
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