Pensar a História Profile picture
"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade". Karl Marx

Aug 7, 2023, 17 tweets

A sombra de um homem com uma bengala gravada na entrada do Banco Sumitomo, em Hiroshima. O calor extremo imprimiu sobre o solo as sombras das vítimas que estavam no epicentro da explosão da bomba atômica, lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade há 78 anos.

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O ataque contra Hiroshima ocorreu às 8h15 da manhã de 6 de agosto de 1945, quando uma bombardeiro da Força Aérea dos EUA lançou sobre a cidade o "Little Boy" — uma bomba de urânio com 3,2 metros de comprimento e peso superior a 4 toneladas.

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A detonação ocorreu a cerca de 600 metros acima do solo, sobre o Hospital Shima, na região central da cidade. A bomba criou uma explosão equivalente a 16 quilotons de TNT. Um enorme clarão tomou os céus e uma devastadora onda de calor se alastrou pela área urbana.

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O raio de destruição total chegou a 1,6 quilômetro. Dentro desse perímetro, todos os edifícios foram instantaneamente pulverizados. A devastação, entretanto, foi muito além. A onda de calor gerou incêndios generalizados, destruindo uma área superior a 11 km quadrados.

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O número exato de vítimas não pode ser determinado com precisão. Estima-se que entre 70 e 80 mil pessoas morreram logo após a explosão — 1/4 da população da cidade. Nas semanas seguintes, os efeitos agudos do ataque fizeram o número de vítimas chegar a quase 170 mil mortos.

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A temperatura no epicentro da explosão atingiu 7.000ºC, incinerando as pessoas ao redor. A luz incandescente da explosão nuclear, entretanto, gravou nas superfícies sólidas da cidade as sombras das vítimas, deixando um lúgubre registro de seus momentos finais.

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O calor e a luz gerados pela explosão foram tão intensos que branquearam as superfícies atingidas. As pessoas e objetos que estavam nesses locais, entretanto, absorveram a energia e bloquearam a luz, projetando áreas de sombra que mantiveram a cor original das superfícies.

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Qualquer corpo que estivesse no caminho da explosão impedia o branqueamento da área sobre a qual projetava sua sombra, deixando assim a sua silhueta gravada no concreto — fossem bicicletas, escadas ou seres humanos.

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É o caso da pessoa de bengala que foi surpreendida pela explosão enquanto subia os degraus na fachada do Banco Sumitomo, no centro de Hiroshima.

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A poucos metros dessa sombra, outro registro de uma pessoa que estava sentada em uma elevação da calçada também ficou gravado no solo. Esse fragmento foi destacado da calçada e encontra-se preservado até hoje no Memorial da Paz de Hiroshima.

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Em outro local, junto à ponte de Yorozuyo-Bashi, os registros mostram pedestres tentando fugir da explosão. Algumas manchas sugeriam atos de coragem e altruísmo, com sombras que parecem tentar proteger outras.

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Três dias após o bombardeio de Hiroshima, em 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos realizaram um segundo ataque nuclear ao Japão. O alvo dessa vez foi a cidade de Nagasaki.

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Apelidada de "Fat Man", a bomba atômica era dotada de um núcleo de plutônio. Pesava 4,5 toneladas e tinha poder explosivo equivalente a 21 quilotons de TNT. Por volta das 11h da manhã, o dispositivo foi lançado sobre a cidade por um bombardeiro B-29.

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Assim como em Hiroshima, a explosão causou uma destruição massiva, matando dezenas de milhares de pessoas instantaneamente e deixando milhares de feridos e desabrigados. Estima-se que cerca de 80 mil pessoas morreram em função do bombardeio de Nagasaki.

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O mesmo fenômeno das "sombras atômicas" de Hiroshima foi registrado na cidade. Entre as mais conhecidas, está a sombra de um homem ao lado de uma escada, impressa em uma parede a três quilômetros do epicentro da explosão.

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A maioria dos registros das "sombras atômicas" foram apagados durante a reconstrução de Hiroshima e Nagasaki. Os efeitos dos bombardeios nucleares, entretanto, até hoje afetam milhares de pessoas, que sofreram sequelas e desenvolveram doenças graves em função da radiação.

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Calcula-se que os bombardeios atômicos realizados pelos Estados Unidos no Japão tenham matado em torno de 250.000 pessoas. Os ataques permanecem até hoje como as únicas ocorrências do emprego de armas nucleares em guerras, contra alvos civis.

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