Vejam só, documentos e relatórios oficiais do Superior Tribunal Militar mostram que a extrema direita brasileira, diretamente de dentro de unidades Polícia Militar, executou 17 das 32 ações terroristas que serviram de justificativa pro AI-5. apublica.org/2018/10/atenta…
Os atentados desses grupos de extrema direita começaram antes daqueles de grupos de esquerda. O grupo furtou dinamite e armas do quartel general da Força Pública (antiga PM) e passou quatro meses praticando explosões e até assaltos a banco.
O grupo atacava justamente alvos que, em tese, seriam alvos da esquerda: quartel do exército, prédio do DOPS, BOVESPA, prédios de alistamento da PM e varas criminais.
Aladino Félix, mentor dos atentados, recebia ordens de Brasília. Naquela época a Ditadura enfrentava a oposição da Frente Ampla que reunia políticos de vários espectros. Os integrantes do seu grupo confessaram que o objetivo era levar a ditadura a criar um estado de exceção.
Aladino Félix era comparsa do General Paulo Trajano. Ambos sustentava uma versão fantasiosa de que a Frente Ampla contra a Ditadura planejava "um golpe contra o General Costa e Silva" usando as polícias e brigadas de vários estados.
Tudo indica que além do General Paulo Trajano a alta cúpula da Ditadura e o Serviço Nacional de Inteligência sabiam dos planos.
Aladino Félix curtia umas ufologias esotéricas.
Processos foram abertos e, apesar das confissões, as penas foram mínimas. O General Paulo Trajano nunca foi investigado ou condenado.
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Vou pegar esse fio da meada aqui pra comentar essa sensação do nerdola de que "a lacração destruiu/piorou/arruinou a vida dele". Essa é uma reclamação absurdamente comum nesse universo masculino dos caras que estão hoje na faixa dos 30-40 anos.
Esse tipo de opinião é um combustível incrível para uma "indústria do ultraje" que alimenta canais nas redes sociais e gera muito dinheiro pra gente que se presume a comentar cultura pop - e frequentemente estão ligados ao universo mais amplo das direitas na internet.
A primeira parte que me chama atenção em postagens como essas é a posição em que o interlocutor se coloca: ele é uma vítima, algo foi tirado dele, uma mistura de nostalgia e de uma bizarra "perda da inocência". Agora os caras não conseguem mais simplesmente GOSTAR de nada.
Resumo: o cara que atirou no Trump era um jovem, de classe média, tímido, filiado ao partido republicano, descrito pelos colegas como conservador e obcecado por armas e que foi expulso do clube de tiro do colégio (pois é) por ser ruim - e também por colocar os colegas em risco.
É o perfil do maluco que volta e meia entra armado na escola e assassina crianças e adolescentes a sangue frio. E cada vez que alguém aponta que isso é um problema de saúde e segurança pública vem alguém choramingar sobre "liberdades".
A liberdade é viver num país com tanta arma por pessoa que só se vê o equivalente na história em países que estão em guerra civil. A liberdade é um otário qualquer pegar uma arma comprada legalmente num hipermercado e sair pra atirar em quem ele quiser.
O médico do time abusou sexualmente de mais de 100 alunos durante vinte anos e vários funcionários do time de esportes da universidade, inclusive o conservador Jim Jordan são acusados de encobrir os abusos e proteger o médico. abcnews.go.com/US/rep-jim-jor…
Esse é o cara de quem a extrema-direita brasileira foi bater à porta. E justamente porque ele foi um dos grandes articuladores da impunidade a Donald Trump pela tentativa de golpe de estado no 6 de janeiro.
Eu devo parecer disco quebrado mas vamos lá: existe uma gramática na grande imprensa que continua diluindo o que a extrema-direita faz. A extrema-direita não está conjecturando sobre os limites da democracia liberal, ou sobre as ações do judiciário ou coisa que o valha.
Os caras estão AVISANDO, para quem quiser ouvir, que VÃO DAR UM GOLPE DE ESTADO. E quem não quiser ouvir pode ASSISTIR ÀS AÇÕES deles em diversos momentos. Só não conseguiram porque não houve adesão massiva da caserna e embarque dos EUA.
É inacreditável que haja quem queira comparar essas coisas com algum "debate marxista" em rede social ou coisa do tipo. Qualquer comparação que se ancore em supostos "princípios" para esquecer as condições reais e materiais em que se vive é feita de má fé.
Uma das coisas mais incríveis na normalização da extrema-direita é como a imprensa hegemonica frequentemente relativza o literal, o óbvio e o explícito. Bolsonaro fala em "dar golpe" desde a década de 1990. Bananinha falou que ia fechar o STF em 2018 num ambiente público.
As ações da claque bolsonarista para que um regime de exceção seja implantado no Brasil foram públicas notórias. As faixas, as falas e as manifestações mostaram isso. A reação às políticas sanitárias durante a pandemia foi clara, cristalina e com consequencias nefastas.
Nós observamos toda a sorte de crimes da extrema direita noticiados como "controvérsias", "tentativas", "exageros". A relação da família Bolsonaro com a elite do crime organizado do RJ é pública e notória... e isso só virou pauta depois que Bolsonaro JÁ ESTAVA na presidencia.