1/6 É interessante observar o valuation atual das incorporadoras brasileiras. #EVEN3 que era o última das empresas com boa gestão ainda atrativa no início deste ano, já negocia acima do valor patrimonial. O macro melhorou, e as taxas de juros estão em outro patamar, maaas...
2/6 Este é um business cíclico. A empresa que faz um bom trabalho, escolhe bem seus terrenos, e executa seus projetos com diligencia, sempre chega ao final de um ciclo com caixa. Neste momento ela decide se se reinveste o lucro ou se retorna o capital aos seus acionistas.
3/6 Portanto, não há necessidade de capital adicional a menos que (1) a empresa queria elevar seus lançamentos a um novo patamar, ou (2) a empresa tenha feito más decisões de investimento no ciclo anterior e precise tapar buraco (vide #GFSA3 e #TCSA3 capitalizadas recentemente).
4/6 Mas muito cuidado com o primeiro caso. A história já nos mostrou que neste setor não há economias de escala. Ao crescer de maneira acelerada as empresas acabam perdendo o controle das obras, e os orçamentos estouram impactando as margens.
5/6 A pressão por rentabilizar um custo fixo mais elevado gera vendas ruins uma vez que as análises de crédito dos clientes acabam sendo negligenciadas em favor do volume. Quem viu o ciclo 2005/2014 sabe o que estou falando.
6/6 Então eu pergunto, será que a #TRIS realmente precisa de mais capital? Ou Será que o valuation está tão incrivelmente errado que os sócios estão vendo uma oportunidade única de levantar capital à um custo extremamente atrativo? Já vimos este filme antes...
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1/13Algo que aprendi nesses 16 anos avaliando empresas, é de que escolher ações é algo que tem muito mais a ver com psicologia/comportamento do que com finanças.
2/13 Não me entendam mal, é óbvio que há um ferramental matemático/financeiro por trás de toda análise… maaaaas, quem trabalha com números sabe muito bem que dá pra justificar basicamente qualquer argumento com uma boa série estatística.
3/13 O que observei, principalmente no período em que trabalhei no sell side atendendo a muitos investidores institucionais, é que as pessoas tendem a simplificar muito a realidade para facilitar a tomada de decisões.
1/12Trabalho avaliando empresas há 16 anos, cobrindo (entre outros) o setor de varejo físico e on-line. Muitas tendências vieram, outras se foram, mas uma pergunta permaneceu sem resposta: quem será o grande vencedor do segmento on-line no Brasil?
2/12 A B2W, apesar de nunca ter dado lucro, por muitos anos foi líder incontestável, com algo como 30% de market share, e operou muito tempo praticamente sem concorrência, enquanto o Mercado Livre era desacreditado pelo mercado como um suposto “camelódromo on-line”.
3/12 O setor simplesmente não conseguia decolar por aqui, pois o não havia capital de giro que fizesse frente ao hábito do brasileiro de pagar tudo em suaves parcelinhas, fora o imbróglio tributário/logístico, que apenas há poucos anos vem sendo endereçado.
1/13Conforme prometi, hoje vou falar um pouco mais da transação de venda das lojas dos hipermercados Extra do GPA (PCAR3) para o Assaí (ASAI3).
2/13 Ao analisar transações entre empresas, sempre tentamos entender o fundamento econômico, antes de entrar no mérito da forma. A primeira pergunta que costumo me fazer é: o deal faz sentido do ponto de vista estratégico para cada uma das partes envolvidas, no caso GPA e Assaí?
3/13 Pq é bom para o GPA? Tendências globais mostram que os clientes querem preço baixo (o que pode ser obtido nos formatos de atacado e online) ou conveniência extrema (possível apenas nos formatos menores, mais ágeis e próximos do cliente, que tb cobram seu preço por isso).
1/11 - Frequentemente escuto pessoas dizendo que preferem investir “empresas de qualidade”, independentemente do preço. O racional parece fazer sentido, pois em muitas áreas de nossas vidas pagar mais caro costuma ser uma garantia de não ter dor de cabeça no futuro.
2/11 - Se eu precisar de um encanador por exemplo, é natural que eu aceite pagar mais por um profissional experiente e com boas referências do que o que eu pagaria a um total desconhecido, afinal, se ele não solucionar o vazamento rapidamente eu posso ter prejuízos ainda maiores.
3/11 - A mesma lógica valeria entre comprar um relógio suíço ou um genérico, um carro alemão ou um chinês, um diamante com mais quilates ... enfim, é natural esperar que bons produtos e serviços sejam precificados acima da média, e no mundo das ações, não é diferente.
1/15 - Me chamou a atenção hoje saber que 60% dos empreendimentos novos vendidos pela Lopes entre Março e Agosto deste ano na capital paulista foram destinados à “investidores”.
2/15 - Já vivemos a bolha dos flats, a bolha das saletas comerciais há não muito tempo atrás, e agora parece que estamos entrando na bolha dos estúdios, que são os pequenos apartamentos residenciais, de 25-40m², destinados à locação.
3/15 - O movimento é relativamente esperado, afinal, no atual patamar atual de juros comprar ativos reais parece ser uma boa estratégia, especialmente se este ativo ainda for capaz de gerar um yield de ~6% a.a.
1/6 - Diferentemente do que muitos pensam, os preços de imóveis residenciais não vão subir tão cedo! 2019 foi pico no volume de lançamentos na cidade de SP (veja série da Embraesp dos últimos 16 anos abaixo). Me chama a atenção como a oferta vem crescendo muito antes da demanda.
2/6 - Historicamente observamos variações de preço mais significativas com estoques abaixo de ~20 mil unidades. Acredito que este seja um bom nível de equilíbrio. Com os lançamentos de 2019 o saldo de unidades passou para ~34 mil unidades ao final do ano passado.
3/6 - Com as incorporadoras capitalizadas após as recentes rodadas de IPOs e FOs há uma pressão enorme para no mínimo manter (senão continuar crescendo o volume de lançamentos), para entregar os guidances prometidos aos investidores.