Agora deixa eu demonstrar matematicamente que essa discussão só não é de todo irrelevante pois serve para empurrar para o lado de Bolsonaro qualquer um que tenha anulado voto em 2018...
No segundo de 2018, Bolsonaro recebeu 57.797.847 votos. Haddad recebeu 47.040.906 votos.
Diferença: 10.756.941 votos.
Agora vejamos brancos e nulos no segundo turno: 11.094.698 votos.
Se todo mundo que anulou tivesse votado em Haddad, teríamos tido uma eleição mágica com 0% de votos nulos, e o petista teria vencido por uma diferença ínfima de 0,29%.
Mas a realidade é que o Brasil nunca teve uma eleição presidencial com menos de 5,82% de nulos e brancos.
As eleições que foram a segundo turno tiveram, em média, 6,18% de votados anulados assim.
A de 2018 de fato viveu um aumento considerável: foram 9,57% de nulos e brancos.
Foquemos então nesse excedente de 2018. O voto nulo/branco contou com 3.930.144 brasileiros a mais em relação à média histórica.
A diferença de votos entre Bolsonaro e Haddad foi de 10.756.941 votos.
Percebem que não mudaria nada?
Se todo esse excedente de eleitores que votaram nulo tivessem ido de Haddad, o que também seria uma "mágica", o petista teria perdido por uma diferença de 6,8 milhões de votos.
Para efeito de comparação, Aécio perdeu para Dilma por 3,5 milhões de votos de diferença.
Mas essa discussão não é irrelevante. Porque ela há de ter um resultado prático em quem anulou. Que é o de anular com mais firmeza ainda na próxima. Ou, quem sabe, votar em Bolsonaro – afinal, já está pagando por um "crime" que não cometeu.
E me antecipando a questões sobre abstenções.
Não é o cálculo mais seguro a se fazer pois o total de "eleitores aptos" é refém do cadastro dos TREs. Dependendo do estado, fica de tempo em tempos bem defasados.
Mas vamos lá:
Em média, quando somamos nulos, brancos e abstenções, chegamos a 22,88% dos eleitores aptos a votar.
Em 2018, essa fatia foi de 28,83%. Diferença de 5,94%, ou 8.756.041 eleitores aptos.
Se por mágica essas 8.756.041 pessoas saíssem de casa para votar em Haddad no segundo turno de 2018, Bolsonaro continuaria eleito.
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Dizer que o 8 de Janeiro não integrava uma tentativa de golpe de Estado é apostar na nossa burrice ou falta de memória. Ambas existem, não tenho dúvidas. Mas eu tenho alguns links salvos.
Mourão já havia explicitado o plano em 2017. Mas, em 2018, durante a campanha presidencial, em sabatina na GloboNews, foi ainda mais explícito. g1.globo.com/politica/eleic…
Para se proteger, claro, ele chama tudo de 'hipóteses'. Mas expõe as condições que entendem ele e as Forças Armadas serem necessárias para engatilhar o que, admite ele, poderia ser chamado de 'autogolpe'.
"Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político."
"Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos."
Desde que Júlio Ettore fez uma série de vídeos no YouTube sobre como “A Tempestade ou Livro do Dias” é um álbum em que Renato Russo basicamente publica cartas de despedidas a familiares, amigos e paixões, eu botei em minha cabeça que “João Roberto” é o próprio Renato.
Não seria a primeira vez em que ele falaria de si próprio por um personagem que inventou. É curiosa, por exemplo, a história de que João de Santo Cristo seria o próprio Renato num triângulo amoroso com uma paixão da adolescência e um desafeto.
O álbum tem dois títulos porque Renato escolheu um, e os outros integrantes escolheram o outro. O escolhido por Renato parece fazer referência ao momento obscuro que vivia: A Tempestade.
Dez conselhos que costumo dar aos amigos na mesa do bar após a quinta dose…
É humanamente impossível lutar todas as batalhas que a vida te apresenta. É preciso perder por WO a maioria, e buscar a vitória apenas nas que farão mais diferença para você.
É preciso aprender a distância certa de cada pessoa. Com algumas, é possível até mesmo dividir uma vida. Com outras, falar só o indispensável.