Thread by @lanadeholanda

Poder ficar em casa, trabalhando de home office, é um privilégio? É sim.
A maioria da população, pobre, não tem essa oportunidade, precisando do transporte público e se locomovendo no meio de multidões. Mas, caso você possa, você PRECISA aderir à quarentena.

Veja por quê:

Justamente porque nem todo mundo pode evitar multidões (devido as desigualdades impostas pelo capitalismo), a gente precisa que uma rede de solidariedade seja estabelecida, entendendo que não se trata apenas de “não pegar o vírus”, mas sobretudo de “não passar adiante”.

Se você é uma pessoa jovem e saudável, você não está no grupo de risco. Mas com certeza existe alguma pessoa mais velha no seu convívio. Sejam avós, pais, vizinhança
Ou mesmo o porteiro do seu prédio, a empregada da sua casa.
Pessoas que, inclusive, deveriam estar de quarentena.

Você não se importa de pegar uma doença que pareça “apenas uma gripe”? Ok. Mas lembre-se que não é apenas sobre você. E que para pessoas mais velhas, ou com doenças crônicas, com certeza isso tudo é muito mais que uma gripe.

Pode ser a fronteira entre a vida e a morte.

Não dá pra gente individualizar algo estrutural e global, como deve ser o enfrentamento a uma pandemia.
É preciso que o governo estabeleça políticas públicas eficazes para minimizar tudo isso no Brasil.

Mas não quer dizer que todas e todos nós não temos responsabilidades.

Ir pra praia ou pra balada, enquanto o Brasil está começando a ser atingido por um vírus que está matando cerca de 300 pessoas por dia na Itália, é tão bizarro quanto sair para uma manifestação. É ignorar as recomendações de órgãos sérios, como a OMS, por puro capricho.

Nem todo mundo vai poder ficar em casa. Nem todo mundo vai poder evitar aglomeração. E isso é um absurdo!

Mas justamente, por pensarmos na população mais pobre e precarizada, que precisamos fazer nossa parte nisso tudo, seguindo as recomendações técnicas da OMS e demais órgãos.

O governo federal parece gostar desse clima de caos, inclusive o incentivando, como fez nas manifestações antidemocráticas.

Mas nós, que não negamos a ciência e nos preocupamos com o SUS, devemos colaborar. Pensar mais nos outros. O momento impõe soluções coletivas.