Não sei se eu já contei pra vocês, mas eu também estive no #CultoTrans . Alguns de vocês eram crianças em 2013 (sei que tem adolescentes que seguem este perfil). Eu não acreditava REALMENTE que homens eram mulheres e mulheres eram homens (NINGUÉM ACREDITA NISSO, SÓ FINGE),
mas a mentalidade de seita faz com que você sinta que é obrigado (a) a fingir que eles são. Me lembro de uma vez eu participei de um "ataque" (sim, gente, EU) a um perfil de uma mulher famosa e que eu adorava porque ela falou que maquiagem muito pesada lembra a maquiagem dos
travestis (o que é simplesmente verdade, travestis usam sim maquiagem pesada). Eu reconhecia na fala das pessoas ´trans´ (principalmente jovens) questões pelas quais eu e todos nós passamos e superamos e morria de vontade de falar que aquilo ia passar, que a maioria das
meninas e mulheres passou pelo que elas (as garotas) passaram e muitos homens gays passaram pelo que aqueles rapazes passaram, que nada do que eles diziam significava que fossem do outro sexo ou que deveriam modificar seus corpos. mas você quando se está numa seita você não
pode criticar NADA. NADA. esse é um traço marcante de todas as seitas (religiosas, políticas, de vendas); elas são maniqueístas, tudo é preto ou branco, qualquer divergência cola em você um rótulo e a manada se joga em cima de você. na época eu tinha pavor de ser chamada de
"transfóbica"; era a pior coisa que podia acontecer com alguém no Facebook (na época a rede social que a gente mais usava). até que teve uma hora em que eu não aguentei mais. mesmo sabendo que aquelas pessoas iriam me odiar, mesmo sabendo que iriam me perseguir, eu simplesmente
não podia VIVER DENTRO DE UMA MENTIRA. ficou insuportável. eu via gente cada vez mais nova entrando nos grupos e sendo doutrinada (SIM, DOUTRINADA, pois ENSINO pressupõe a possibilidade de crítica) e a gota d´água foi saber que o AMTIGOS do Hospital das Clínicas de São Paulo
fazia intervenções hormonais em crianças e adolescentes. eu podia suportar, não sem muita tristeza, que jovens e adultos modificassem seus corpos, mas eu NÃO IRIA ACEITAR CALADA o que o nosso país e outros estavam fazendo com crianças e adolescentes. saí do culto, continuo
sendo odiada e podem ter certeza, ainda assim foi a melhor coisa que fiz :) Existem coisas piores que ser bloqueada no Twitter, e uma delas é ser conivente com a esterilização de crianças e adolescentes. A História não nos absolverá.
