Entre hoje e amanhã, dia da mentira, “comemora-se” o aniversário do golpe que iniciou o período da Ditadura Militar do Brasil, iniciada em 1964. Por isso, preparamos um fio especial sobre a relação das escolas de samba com o regime militar! Para lembrar: #DitaduraNuncaMais
3 anos após o golpe, o Salgueiro seguia as tendências revolucionários das mentes de Arlindo Rodrigues e Pamplona. O enredo "A história da liberdade no Brasil" falou de muitas revoltas populares que aconteceram no país. Os ensaios no Clube Maxwell foram visitados pelo DOPS.
Em 1969, alguns meses depois da decretação do AI-5, o Império Serrano desfilou com “Heróis da Liberdade”, em defesa da democracia. A letra sofreu censura: “é a revolução em sua legítima razão” virou “é a evolução em sua legítima razão”. Salve a Serrinha!
Em 1972, a Vila Isabel também cantou de forma valente o belo samba de Martinho em “Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade”. Passando pela luta índigena e por movimentos abolicionistas, o desfile formou a roda para contar a história da liberdade - algo tão em falta durante a ditadura.
Em 1975, o Salgueiro partiu em uma turnê pela Europa. O que ninguém sabia é que os componentes foram acompanhados secretamente pela censura federal, que acusava a agremiação de estar sob influência comunista. Saiba mais na reportagem de João Gustavo Melo: abre.ai/salgueiro1975
Em 1980, na Mocidade, Fernando Pinto reinterpretou a história brasileira sob o olhar tropicalista. O setor final trazia a discussão da anistia que agitava o país. O grito de alerta surgiu em alegoria, com o congresso composto por onças ferozes, feijões e “oncetes” dos partidos.
No mesmo ano, a Vila Isabel trouxe uma obra icônica contra a censura assinada por Martinho. O samba-enredo “Sonho de um sonho”, inspirado em versos de Carlos Drummond de Andrade, trouxe críticas ao regime e clamava pela liberdade, ousando com o verso “a prisão sem tortura”.
Já em 1981, assinada por Renato Lage, a Tijuca homenageou o livro “Manuscrito Holandês”, de Manoel Cavalcanti Proença. A história da luta do herói caboclo Mitavaí contra o terrível Macobeba se tornou metáfora para falar da repressão política, do povo oprimido e de sua luta.
A Tijuca foi acompanhada pelo governo nesse carnaval. Segundo o relatório da censura: “Foi constatada a atuação de comunistas com o propósito de que o enredo veiculasse uma mensagem política”.
A história completa está na reportagem de João Gustavo Melo:
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Por sua vez, Luiz Fernando Reis foi um dos principais carnavalescos a trazer pautas políticas e sociais para seus enredos. Em 1984, a Caprichosos trouxe um grito pelo voto direto em uma alegoria com caricaturas de políticos da época, como Paulo Maluf, Ulysses e Tancredo Neves.
Em 1985, em período próximo ao fim da ditadura, a provocativa Caprichosos de Pilares, sob a batuta de Luiz Fernando, levou à Sapucaí “E por falar em saudade...”. No samba: “diretamente, o povo escolhia o presidente”, evocando novamente as eleições diretas e a importância do voto!
Em 1986, primeiro carnaval após o fim oficial do regime, a Serrinha traduziu todo o sentimento de esperança da redemocratização com o "Eu quero", de Renato Lage e Lilian Rabello. A simbólica letra de Aluísio Machado criticava os “20 anos que alguém comeu".
Em 1990, a Santa Cruz rememorou os tempos de regime por meio de "Os Heróis da Resistência" em um de seus sambas mais conhecidos. A escola exaltava o periódico O Pasquim, jornal alternativo que fazia oposição ao duro regime, famoso por suas entrevistas com artistas e intelectuais.
Outro desfile que lembrou um dos heróis contra a ditadura aconteceu em 96, quando o Império Serrano homenageou o sociólogo Herbert de Souza, saudoso Betinho. O tema destacou a sua firme luta pela liberdade e pelos direitos durante a ditadura - além da sua campanha contra a fome.
Em 2010, ao contar a história da música brasileira, a Mangueira não esqueceu as páginas duras da censura contra as artes. A quarta alegoria lembrou CenSolange, uma das funcionárias mais célebres da ditadura. A bateria também fez uma performance sobre a repressão.
Em 2016, ao trazer as manchas do Brasil no seu complexo enredo, a Mocidade não esqueceu de dedicar um setor aos anos de chumbo e suas mazelas por meio das belas canções de protesto de Chico Buarque, Geraldo Vandré e Caetano Veloso.
Entretanto, na década de 70, apesar do clima de luta conta o regime civil-militar, agremiações tentaram surfar a favor do governo ditatorial. Alguns sambas e enredos tinham óbvias alusões ao clima ufanista. À época, a Beija-Flor foi quem que mais ficou marcada por isso.
A escola de Nilópolis fez uma trilogia de temas ufanistas: Em 73, “Educação para o desenvolvimento”. Em 1974, “Brasil ano 2000”, retratando a imagem do Brasil no futuro graças ao “milagre brasileiro”. E “O grande decênio”, de 1975, comemorando dez anos do golpe.
Uma curiosidade entre a relação das escolas e da censura era a necessidade de aprovar os croquis de fantasias e alegorias dos carnavalescos entregues ao regime federal. Os desenhos ganhavam um carimbo de APROVADO pelos censores. A prática seguiu até a 2ª metade da década de 80.
Encerrando a thread, em 2019, logo após um ano em que a nossa democracia foi colocada em cheque por forças reacionárias, a Mangueira exalta “quem foi de aço nos anos de chumbo” e lembra o que a ditadura foi: assassina. Na imagem, a grande @hilde_angel, filha de Zuzu Angel:
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Depois do assunto vir à tona com o super casório da produtora Carol Sampaio, o @g1 reuniu os valores e locais da nossa avenida sagrada que estão disponíveis para locação e quais os serviços envolvidos.
É melhor já quebrar o porquinho… 🧶
A @riodejaneiro (Riotur), que divulgou os preços em 2021, oferta os seguintes espaços da Marquês: Praça da Apoteose, o Museu do Carnaval, a pista de desfiles e as arquibancadas. As locações podem ser tanto separadas ou juntarem todos eles e colocar a Sapucaí pra funcionar como… twitter.com/i/web/status/1…
Se liga na tabela de preços:
👀 Praça da Apoteose (incluindo as arquibancadas dos setores 12 e 13) 👀
• R$ 13.200 - por dia de evento realizado no período das 8h às 18;
• R$ 15.600 - por dia de evento realizado no período de 18h às 8h do dia seguinte;
Nos últimos dias, o debate quanto ao cancelamento/adiamento do Carnaval do Rio de Janeiro voltou à tona após o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, anunciar o cancelamento do carnaval de rua da cidade. (+)
Apesar da garantia dos desfiles na Sapucaí como evento fechado, tal posição coloca em xeque uma das maiores manifestações culturais do país, afetando diretamente a economia de muitas famílias. (+)
Entraram no debate alguns parlamentares, os vereadores Tainá de Paula (PT) e Tarcísio Motta (PSOL), sendo o último presidente da Comissão Especial do Carnaval na Câmara. Houve também as manifestações de membros do comitê científico do RJ, o epidemiologista Roberto Medronho. (+)
Hoje não é feriado, mas bem que poderia ser, já que é aniversário da Deusa do nosso carnaval!
Nossa grande mestra Rosa Magalhães completa 75 anos de vida e a marca de 50 deles dedicados para a folia brasileira. 🧶
Rosa é filha de nomes importantes da nossa cultura. Seu pai, Raimundo Magalhães Júnior, foi membro da Academia Brasileira de Letras e jurado do primeiro concurso de escolas de samba.. Já sua mãe, Lúcia Benedetti, foi pioneira no teatro infantil.
Estudante das Belas Artes, chegou ao carnaval chegou nunca ter visto um desfile, mas fez parte do time lendário comandado por Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona. Em 1971, trabalhou num quintal em Botafogo desenhando os figurinos e fazendo adereços para o desfile do Salgueiro.
Você já é um leitor do Selo Carnavalize? Conheça nossos títulos!
O Selo Carnavalize é uma editora independente com foco na produção literária voltada à temática carnavalesca.
O projeto nasceu para resgatar a história do carnaval e das escolas de samba, através das redes sociais, exposições e, agora também, livros. Somos o primeiro selo do país dedicado exclusivamente a nossa maior festa.
Entre teses e dissertações acadêmicas, nosso objetivo é abranger diversas formas de pensar a cultura popular e as várias formas de carnavais pelo Brasil. O projeto já fez parte da Rico Editora e agora segue independente. #CarnavalizeConosco
As 12 escolas do Grupo Especial do carnaval carioca iniciarão amanhã (28/09) as gravações das finais de seus sambas enredos para o carnaval de 2022 e, consequentemente, o anuncio dos mesmos.
O modelo da disputa, diferente de tudo que já havíamos visto até aqui, foi conduzido pela promessa que as finais seriam unificadas e até mesmo poderiam ser transmitidas na Globo. Dito e feito! Teremos um programa exclusivo sobre carnaval na maior emissora do país.
PREPARE O SEU CORAÇÃO QUE NA PRÓXIMA SEMANA TEM MUITA EMOÇÃO!
Com a gravação da TV Globo se aproximando, as escolas de samba começaram a mobilização para anunciarem seus sambas nas próximas semanas. Se liga! ⬇️ #CarnavalizeConosco
MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL 💚🤍
A verde e branco de Padre Miguel que tem sua gravação com a TV Globo prevista para às 18h do dia 28/09, promete anunciar o samba campeão ainda na terça-feira em live no youtube.
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 💚🤍
Após a gravação do programa, por volta das 10h do dia 29/09, a queridinha de Ramos já programou seu almoço na casa de ninguém menos que Rosa Magalhães. Anota aí, 12h30 no youtube!