Trump tem 2 problemas: 1) Recessões econômicas costumam cobrar cabeças dos presidentes 2) Sua resposta à pandemia foi catastrófica e está causando a morte de milhares de cidadãos. Mesmo assim, tem um plano q pode garantir sua reeleição. Bolsonaro se inspirará nele. [segue o 🧵👇]
Trump responsabilizará 3 atores pela crise: 1) A China, por ter mentido sobre (ou deliberadamente causado) a pandemia 2) Os governadores, pelas medidas de distanciamento 3) A mídia. Dirá que os 3 são os principais culpados pela crise e caberá a eles consertarem o estrago.
Veremos ataques sem precedentes contra a China, e Trump acusará seu adversário Joe Biden (e o Partido Democrata) de ser amigo da Partido Comunista. Trump só chamará o candidato democrata de #BeijingBiden (já tem milhares de posts usando a hashtag).
Em um ambiente paranoico e nacionalista, Biden se verá obrigado a revidar e mostrar q não é amigo da China. Já está divulgando vídeos acusando Trump de ser "soft on China". Nesse tipo de briga de baixo nível, Trump tende a ganhar porque usará dados (e vídeos) falsos à vontade.
Em uma reedição da promessa de 2016 que o Mexico pagará pela construção do muro, Trump prometerá que, reeleito, obrigará a China a pagar grandes reparações. [Obs. A ideia das reparações não é uma proposta real ou viável].
A guerra contra os governadores apenas começou. Trump não se envolverá em questões difíceis q possam associá-lo a temas negativos. Ele se projetará como o 'Presidente da Reabertura'. Incitará a insurreição em estados cujos governadores insistem em manter medidas de distanciamento
Fará comparações esdrúxulas p/ minimizar a crise. Dirá q muitas das pessoas nas estatísticas morreram por outras causas. Q sem medidas de distanciamento social o número de vitimas seria igual, mas teria evitado a crise econômica.
Por fim, utilizará seus briefings diários sobre a crise (que provavelmente continuarão até nov) para pautar a agenda do debate público e evitar q Biden possa articular qq visão própria. O espaço diário nos jornais será preenchido pelas brigas contra China, governadores e a mídia.
