Laurentino Gomes mistura o momento de confraternização de indígenas e portugueses, narrado por Pero Vaz de Caminha em sua carta e reproduzido por Victor Meirelles, com consequências, por certo problemáticas, da colonização. (Segue)
Uma coisa que precisa ficar clara é que o choque e a morte de culturas — e pessoas — eram uma constante na história da humanidade em processos de guerras, invasões e conquistas; não foi, absolutamente, uma exclusividade do período colonial e nem uma invenção portuguesa. (Segue)
A avaliação apaixonada do passado tende a cometer injustiças. O Brasil nasceu na modernidade, perto da invenção da prensa, da profusão de registros e interpretações historiográficas e até da fotografia — ainda durante a vigência da escravidão. (Segue)
A morte de milhões de indígenas foi uma catástrofe? Certamente. Mas não temos a mínima ideia de como estariam se os portugueses não tivessem aportado no Brasil; muitos povos (e até civilizações) simplesmente desapareceram sem deixar vestígios. (Segue)
Assim, a interpretação de Gomes é igualmente idílica, mas é pior, pois, além de demonizar totalmente a colonização, tenta nos fazer projetar, imaginativamente, um futuro dos povos indígenas sem ela. (Segue)
A história do Brasil, como de todos os países, foi constituída por antagonismos (termo preciso de G. Freyre). É URGENTE fazer as pessoas — principalmente os jovens — pararem de odiar a história do Brasil, só assim será possível criar o senso de nação que nos livrará dos tropeços.
