QUEM VEIO PRIMEIRO, O OVO OU A GALINHA?
No estudo da economia temos uma pergunta mais interessante: quem precede quem, a oferta ou a demanda?
No estudo da economia temos uma pergunta mais interessante: quem precede quem, a oferta ou a demanda?
Sem dúvidas todos já ouvimos a interpretação de Keynes a respeito da Lei de Say. Segundo Keynes, a teoria segue como “a oferta cria sua própria demanda”. Essa descaracterização do significado da Lei dos Mercados é amplamente disseminada até mesmo dentro de faculdades de economia.
Porém, essa simplificação não abrange o que a Lei de Say verdadeiramente expressa. Para entendermos melhor, vamos pegar as palavras do autor francês:
"Dado que cada um de nós só pode comprar a produção de terceiros com nossa própria produção, e dado que o valor do que podemos comprar é igual ao valor do que podemos produzir, então quanto mais o homem pode produzir mais ele pode comprar".
Em outras palavras, Say diz que nós produzimos para poder consumir. A demanda de um indivíduo só pode ser satisfeita se este indivíduo, anteriormente, ofertar a alguém algo cujo valor de mercado seja equivalente. Ou seja, a oferta precede a demanda – a produção precede o consumo.
Por exemplo, um indivíduo quer comprar um PC gamer equipado com peças de última geração. Essa demanda não significa absolutamente nada caso o cidadão em questão não tiver o dinheiro necessário para aquisição.
Antes de consumir o produto ele precisaria ter produzido um produto/serviço de valor equivalente para, então, gastar o dinheiro com seu sonho de consumo. Ou seja, para ser demandante de um produto, o indivíduo precisa, antes, ter sido ofertante de um produto com valor equivalente
– pois precisa ter a quantia monetária necessária para demandar o produto. Caso contrário, a demanda não se concretiza – é apenas um desejo, e não uma capacidade, não uma demanda real.
Em conclusão, como a demanda é incerta, toda produção é especulativa. A "demanda real" só será descoberta quando os bens forem apresentados aos consumidores. Ao mesmo tempo, os consumidores só poderão comprar esses bens se eles próprios tiverem feito uma produção que atendeu às +
+ demandas de terceiros, pois caso contrário somente terão o desejo de comprar, não a capacidade, e isso não é demanda. Dessa forma, a oferta necessariamente tem que preceder a demanda.
Acho pertinente deixar esse tweet aqui também, porque a confusão entre os conceitos de "demanda" e "desejo" costuma ser presente em discussões sobre o assunto.
