Thread by @OMAGOLIBERTARIO

🦋| ECONOMIA, CAOS, BORBOLETAS E FURACÕES. |

POR: O MAGO LIBERTÁRIO.

- PARTE 1: TAXIS, COSMOS, NOMOS E THESIS.

Há pouco, publiquei sobre um artigo em andamento que abordava a complexidade da economia, a ordem espontânea e a sua suposta relação com a teoria do caos.

Bem, continuo a escrever esse artigo; No entanto, julguei que seria proveitoso aborda-lo em fragmentos - e de maneira mais simplificada - em algumas threads, devido a extrema relevância desse tópico.

*É evidente que eu não irei aprofundar o tema da mesma maneira que em um artigo

• INTRODUÇÃO.

"Permitir que o ambiente econômico flua espontaneamente é deveras perigoso, chega um momento em que a economia colapsa e uma crise emerge; apenas com a regulação do governo é que esse cataclismo pode ser obstruído.

"O estado é fundamental para o desenvolvimento do mercado, além de ser indispensável para a contenção e resolução de suas falhas."

Certamente essa foi a versão que você conheceu (na mídia, no ambiente escolar e em todos os lugares), a ideia de que o capitalismo é impraticável...

... em um ambiente sem uma autoridade central, não só ordenando as “regras do jogo” como também definindo como ele deve ser jogado (e muitas vezes trapaceando).

O “Poderoso e onisciente estado” deve planejar a economia e a sociedade ao seu bel-prazer.

A noção de um mercado plenamente livre das amarras do estado pode parecer apocalíptica para grande parte das pessoas, inclusive para aquelas que juram defender o livre-mercado.

Certas pessoas defendem o estado forte, outras defendem o estado mínimo, todavia ambas assumem algum grau de intervenção - com exceção dos libertários.

Foi com intuito de desvendar o mito acerca da necessidade de um controlador central que resolvi elaborar estas "breves" threads

Deve ficar claro: Quaisquer que sejam as intervenções e perturbações na ordem natural econômica, seja em menor grau (intervencionismo) ou maior grau (planificação), ainda que com boas intenções (raramente ocorre) são problemáticas e tendem a gerar desordem generalizada.

• OS TIPOS DE ORDENS.

Antes de uma análise mais otimizada, precisamos discernir os diferentes tipos de organizações existentes (Ordem espontânea e Construtivismo Racionalista.

Hayek em sua trilogia Direito, Legislação e Liberdade (Hayek, 1973, p.111) identifica dois tipos de ordem (Taxis e Cosmos) e 2 tipos de normas (Nomos e Thesis).

O primeiro tipo de ordens são as exógenas, i.e., se originam com uma autoridade externa e centralizada, são ordens feitas de maneira intencional a fim de se atingir um propósito, são ordens planejadas (construtivismo racionalista).

Para designar esses tipos de ordens os antigos gregos usavam o termo taxis.

O segundo tipo de ordens são as endógenas, i.e., se formam com equilíbrio das forças internas e descentralizadas, embora surjam da ação humana, essas ordens não surgem da intenção humana, ela é fruto de um constante processo de evolução e seleção não deliberado.

Em relação as normas, o primeiro tipo “Nomos” (Lei) são as que regulam as condutas dos indivíduos, são naturais e existem para defender os direitos individuais. São normas ás quais todos os indivíduos devem se subordinar.

Essas normas são descobertas pelos usos, costumes e tradições.

O segundo tipo de norma “Thesis” (Legislação) são as ás regras positivadas, i.e., normas inventadas para servir propósitos deliberados e para atender grupos específicos.

Essas normas são forçadas através de coerção, visto que não se mantêm através de sua autoridade intrínseca (como as leis naturais).

Quando as pessoas se juntam e cooperam voluntariamente para associações (esporte, festas, empresas, família, amizade, mercado) temos fenômenos coletivos. Quando elas são obrigadas a se juntar, como nos casos da conscrição obrigatória (voto obrigatório, política) temos fenômenos..

coletivizados, ou seja, tornados coletivos coercitivamente, de cima para baixo.

Nem todos os fenômenos coletivos são coletivizados, nem todas as interações sociais são coercitivas. Mises até considera que interações obrigatórias que os interessados ou um dos interessados não...

queiram ter não constituem uma sociedade. Não há sociedade em um grupo de pessoas obrigadas a se juntar.

A sociedade, para ser tal, deve pressupor voluntariedade. A “big society” (Smith), a “sociedade aberta” (Popper), seria isso.

Os Eixos de Radnitzky nos mostra que, na verdade, sempre há imperfeições e desvios do plano inicial. O estado (que nos Eixos é uma ordem planejada e coercitiva), por exemplo, é, sim, uma ordem construída, mas nunca é construído exatamente da forma desejada
pelos seus planejadores

A Escola Austríaca foca muito nas consequências não intencionais. Segundo Hayek, o papel da ciência econômica, e de forma extensa da ciência social, é exatamente o estudo das consequências não intencionais.

Enquanto os empreendedores possuem diversos
incentivos para "prever" tais consequências, os políticos, lobistas e burocratas pouco se importam com elas.

*Uma ordem espontânea pode se tornar uma ordem coercitiva quando passa a usar coerção (como os corporativistas).

Agora que o leitor já conhece sobre os diferentes tipos de normas e ordens, é possível compreender os dois casos polares de organização política, social e econômica.

A primeira é uma combinação de Taxis e Thesis (Construtivismo racionalista) e a segunda é uma combinação de Cosmos e Nomos (Ordem espontânea).

CONTINUA -->

Vou tecer algumas observações sobre esse assunto ainda. Acho que neste post mesmo.

*NOTAS

*NOTA 1

"Em 1871, Carl Menger publicou Principles of Economics, que o tornou fundador da escola de economia austríaca e co-fundador da revolução marginal.

De fato, suas principais contribuições são a teoria do valor e do preço, que revolucionou a economia."

"Menger também é famoso por seu envolvimento no debate metodológico (Methodenstreit) com os representantes da Escola Historicista Alemã."

*Já abordei algumas vezes na página esse assunto, mas de maneira rasa. Ele sem dúvidas merece uma thread particular.

"Como resultado de sua pesquisa metodológica, Menger publicou Investigations into the Method of the Social Sciences with Special Reference to Economics em 1883."

"Por último, mas não menos importante, Menger desenvolveu uma teoria orgânica das instituições sociais, que é talvez a contribuição mais importante de Menger."

Embora ele tenha se concentrado no dinheiro em seus escritos – em 1892, seu ensaio pioneiro “On the Origins of Money” apareceu no Economic Journal – Menger estendeu sua análise a outras instituições, como a linguagem e a lei. [2]

*NOTA 2

Apesar de Menger antecipar o assunto de forma genial, foi Hayek quem o aprofundou.

Em 1974 Hayek ganha um nobel por seu trabalhona teoria da moeda e flutuações econômicas e pela análise penetrante da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais.

Além disso, ele influenciou a Cibernética, a Teoria Geral dos Sistemas, a Teoria Geral do Sistema de Bertalanffy e GST na ordem sensorial.

*NOTA 3

Resumo:

*NOTA 4

Além de Menger influenciar a teoria austríaca da moeda, ele desempenhou um grande feito na análise sobre teoria jurídica.

O mecanismo de evolução de uma ordem legal é muito menos óbvio do que no caso da ordem de mercado e de seu sistema de preços (Benson, 1989), apesar do fato de que “a lei evoluiu como uma contribuição institucional para coordenar as ações dos indivíduos de maneira mais eficaz”.

Irei aprofundar esses assuntos futuramente.