O ativismo digital brasileiro identificou um novo repertório de atuação: o escracho de marcas que financiam, via propaganda programada do Google Adsense, o coração da unidade de negócio dos propagandistas da extrema-direita.
No Brasil, o hub é a conta @slpng_giants_pt. Tende a se multiplicar para as sub-redes. Logo os ambientalistas fincarão a mesma atividade para vigiar a propaganda em sites negacionistas, ruralistas, e assim por diante.
Quando uma marca responde e diz q está colocando o site extremistas em sua "stop list", provoca um curto-circuito tb no Google, pq este vai ter de redefinir as palavras que vende para a Dell, Banco do Brasil etc, senão corre o risco de matar a propaganda que vai pra Folha de SP.
Muitas palavras serão bloqueadas ou reguladas. Escreveu 'terrorismo', ñ vai ter propaganda do Google. Daí se tem matéria da Folha sobre o assunto, ñ é veiculado anúncio do Adsense ali tb. Ou seja, o impacto do escracho indiretamente atinge tb quem tem informação de qualidade.
O ativismo diz: "vocês que lutem". E tá certo. Isso porque fica óbvio que o poder algorítmico do Google faz parte da equação da circulação da desinformação. E como capital só tem a moral da grana, as marcas não querem banner em sites que desinformam. Mas: quem questiona o Google?
E não vai demorar tb para os grandes influenciadores digitais engrossarem o coro dos descontentes com a "lógica Adsense", afinal, reclamam diariamente de trolagem contra eles em sites toscos.
O ativismo digital, pensando em atacar as franjas do sistema de financiamento de micro propaganda, acabou atingindo o núcleo duro do sistema: o Google.
Ou seja, passou da hora da gente REGULAR, através de dispositivos legais, Google e cia limitada.
