Os militares reacionários que participam do governo Bolsonaro não representam um pensamento homogêneo das forças armadas. Ao que parece, não há apoio para um golpe que colocaria no colo dos militares uma pandemia, o isolamento internacional e uma crise econômica estrondosa. +
A base bolsonarista parece ser maior nas polícias estaduais. Daí que toda sorte de provocações que se intensificaram nos últimos dias pode fazer parte de uma isca para que atos de violência ocorram e passem a “justificar” um tentativa de ruptura. Não é “se” mas “quando”. +
Tudo isso feito no improviso e de forma inconsequente. O governo é marcado por radicalidade no discurso e por mais cautela nos atos institucionais. Porém, as provocações podem se somar a indignação pela violência policial (RJ) e pela incompetência de lidar com a pandemia. +
A volta a fórceps da economia deve intensificar a crescente escalada de casos e mortes pelo coronavírus. Colapso de saúde e total incapacidade de garantir mínima tranquilidade para a população podem se encontrar, na linha do tempo, com o cerco do STF aos bolsonarristas próximos.+
Se por acaso as coisas andarem para o TSE, se evidências pré eleitorais forem encontradas, Bolsonaro vai se sentir acoado, mas com ele todo grupo reacionário junto, já que Mourão cairia também. Alexandre Morais assume cadeira e Barroso a presidência. Aí fica + imprevisível ainda.
Porque Bolsonaro sozinho é uma coisa, tentar algo abrupto é mais complexo. A chapa inteira envolve todos militares que estão no governo. Não se sabe a reação que eles podem ter diante de uma queda iminente. Para o país era o melhor caminho politicamente falando, mas o apoio...+
sólido que o governo mantém indica que a cassação da chapa pelo TSE não seria algo tranquilo, pelo contrário. Enfim, mesmo sem golpe o futuro é muito ruim para o Brasil, não há competência, não há projeto, só promessas econômicas quiméricas e gritos reacionários no campo moral.
