HOJE
Com a suspensão das aulas por causa da pandemia do Coronavírus (com autorização do @Twitter) LÍNGUA PORTUGUESA
Com as participações @Claudiozaidan11 @alexandregarcia @andradejpaulo @gloriafperez @rutevera @SchmittMaguida @Luigi_10XV
A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com acento grave ( ` ).
Não ocorre crase:
Antes de substantivos masculinos:
Gosto de andar a pé.
Este passeio será feito a cavalo.
Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
O arquiteto está começando a renovar essa casa.
Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
Desejamos a todos um bom fim de semana.
Você já pediu ajuda a alguém?
Dei todos os meus carrinhos a ele.
Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Não entregamos o trabalho à mesma professora.
Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
Esta é a reportagem à qual me referi.
Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
Preciso conversar com você face a face.
Por favor, permaneçam lado a lado.
Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
O hotel fica a dois quilômetros daqui.
O motorista conduzia a 180 km/h.
Ocorre crase:
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.
Ele está completamente à parte do grupo.
A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz nada.
Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.
Chegaremos a Brasília às 22h.
A missa começará à meia-noite.
Estou esperando você desde as seis horas.
Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.
Vou lavar a mão na pia.
Vou lavar à mão a roupa delicada.
Ele pôs a venda nos olhos.
Ele pôs à venda o carro.
Ela trancou a chave na gaveta.
Estudei a distância.
Estudei à distância.
O uso do acento grave indicativo de crase é facultativo:
Antes de pronomes possessivos:
Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Enviei cartas a Heloísa.
Enviei cartas à Heloísa.
Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.
Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.
Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que admitam a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a.
Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Vou à Bahia no próximo mês.
Vim de Brasília.
Estou em Brasília.
Vou a Brasília no próximo mês.
Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.
Regressei à Curitiba de minha infância.
O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a com o artigo definido feminino a (a + a = à).
Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.
Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)
Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da preposição a contraindo com o artigo definido a.
Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao
Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o parque”?
Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o sacrifício”?
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise do enunciado frásico, ...
A ortografia oficial de uma língua é o conjunto de regras e padrões que definem a forma correta de escrita das palavras, bem como o uso correto dos sinais de acentuação e dos sinais de pontuação.
O novo acordo ortográfico oficial da língua portuguesa, datado de 1990, está em vigor no Brasil desde 2009.
O atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de acentuação.
Acentuação dos ditongos abertos oi e ei
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento agudo nos ditongos abertos oi e ei. Nas palavras oxítonas esses ditongos continuam acentuados.
ideia;
europeia;
jiboia;
boia;
joia.
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento circunflexo nos ditongos oo e ee.
Ditongos oo e ee sem acento:
deem;
leem;
veem;
voo;
enjoo.
Nas palavras paroxítonas, foi abolido o acento agudo na vogal i e na vogal u quando aparecem após ditongos.
Vogal i e u sem acento:
baiuca;
feiura.
O trema foi abolido de todas as palavras portuguesas e aportuguesadas. Apenas deverá ser utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como mülleriano (de Müller) e hübneriano (de Hübner).
Palavras sem trema:
frequente;
cinquenta;
tranquilo;
pinguim.
Foi abolido o acento diferencial de vários pares de palavras, cuja distinção deverá ser feita pelo contexto em que ocorrem. Mantém-se apenas os acentos diferenciais de pôr e por, pôde e pode.
Palavras sem acento diferencial:
para;
pelo;
pera;
polo.
A utilização do acento na diferenciação entre a 1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e a 1.ª pessoa do plural do presente do indicativo passou a ser facultativa.
Palavras com acento facultativo:
demos e dêmos;
cantamos e cantámos;
estudamos e estudámos.
Está prevista a dupla grafia de diversas palavras, sendo correta a utilização do acento circunflexo no Brasil e do acento agudo em Portugal.
Palavras com dupla grafia:
gênero e género;
bebê e bebé;
purê e puré;
antônimo e antónimos;
sinônimo e sinónimo.
Estão previstos dois paradigmas de acentuação verbal, sendo correta a forma acentuada no Brasil e a forma não acentuada em Portugal.
Palavras com dupla acentuação verbal:
enxágue e enxague;
delínquo e delinquo;
apazígua e apazigua.
Os verbos ter e vir mantêm acento agudo na 3.ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3.ª pessoa do plural.
Palavras com acentuação verbal não alterada:
ele tem e eles têm;
ele vem e eles vêm.
ele mantém e eles mantêm;
ele contém e eles contêm.
O atual acordo ortográfico trouxe diversas alterações às regras de hifenização.
Hifenização nas palavras formadas por prefixação
O hífen é utilizado quando o prefixo termina com a mesma letra que começa a segunda palavra ou quando a segunda palavra começa com h.
micro-ondas;
anti-inflamatório;
contra-ataque;
sobre-humano;
supra-hepático.
autoestima;
contracheque;
sobreaviso;
antissocial;
antirrugas.
O hífen mantém-se nas palavras compostas por justaposição sem elementos de ligação, cujos elementos formam uma unidade com significado próprio.
segunda-feira;
meio-dia;
decreto-lei;
ano-luz;
guarda-chuva.
paraquedas;
paraquedista;
paraquedismo.
O hífen não será utilizado hífen nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, salvo algumas locuções consagradas pelo uso que, sendo exceções a esta regra, mantêm o hífen.
cor-de-rosa;
mais-que-perfeito;
pé-de-meia;
bem-me-quer;
erva-doce;
andorinha-do-mar.
fim de semana;
dia a dia;
à toa;
sala de jantar;
cão de guarda.
O hífen é utilizado na ênclise e na mesóclise, ligando o pronome oblíquo átono ao verbo. Contudo, já não deverá ser utilizado nas formas monossilábicas do verbo haver, quando conjugado com a preposição de.
emprestou-me;
ler-me-á;
disse-te;
vê-lo;
abri-lo.
hei de;
hás de;
há de;
hão de.
O atual acordo ortográfico trouxe algumas alterações ao uso da letra maiúscula e da letra minúscula.
A letra maiúscula deverá ser utilizada em nomes próprios de pessoas, animais, lugares (cidades, países, continentes,...), acidentes geográficos, rios, instituições e entidades.
Tiago;
Brasil;
Marte;
Amazonas;
Cruz Vermelha;
Carnaval;
O Estado do São Paulo;
ONU.
A letra minúscula passou a ser utilizada nos nomes dos dias de semana, meses e estações do ano, nos nomes dos pontos cardeais (quando utilizados genericamente, indicando uma direção) e nas palavras fulano, sicrano e beltrano.
segunda-feira;
outubro;
primavera;
sul;
fulano.
O uso da letra maiúscula ou da letra minúscula é facultativo em títulos de livros (totalmente em maiúsculas ou apenas com maiúscula inicial), em palavras de categorizações (rio, rua, igreja,…), ...
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas;
Rio Amazonas ou rio Amazonas;
Matemática ou matemática;
São ou são.
O atual acordo oficializou as letras k, w, y, anteriormente consideradas letras estrangeiras, como letras do alfabeto português, que passou a ser formado por vinte e seis letras:
darwinismo;
malawiano;
download;
software;
playground;
kart;
km.
Nas sequência consonânticas cc, cç, ct, pc, pç e pt interiores são eliminadas a consoante c e a consoante p quando mudas, sendo mantidas quando pronunciadas.
Palavras sem c e p mudos:
teto;
ação;
atividade;
ótimo;
batizar.
adepto;
pacto;
rapto;
erupção;
convicção.
fato e facto;
concepção e conceção;
recepção e receção;
suntuoso e sumptuoso;
indenizar e indemnizar.
Na língua portuguesa escrita, a acentuação é um dos elementos mais difíceis de serem memorizados. Porém, ao contrário do que se pensa, os acentos em nossa escrita não são tão complicados de serem aprendidos.
Aprender quais são os acentos gráficos da língua portuguesa e quais são suas funções é tão importante quanto aprender onde usá-los. No português, utilizamos quatro acentos, cada um representado por um símbolo. São eles:
O uso dos acentos gráficos tônicos (agudo e circunflexo) está relacionado a alguns fatores. São eles: sílaba tônica, terminações, pronúncia e encontros de vogais.
Acentua-se os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o”, seguidos de “s” ou não. Exemplos: pá, cá, lá, já, gás, pé, fé, três, ré, pó, vô, dó, nós.
Não são acentuados os monossílabos terminados em “z”, “i(s)” e “u(s)”. Exemplos: paz, faz, dez, voz, vi, li.
São acentuadas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)” e “o(s)”, assim como as monossílabas. Exemplos: café, xará, cipó, guaraná, cadê.
Levam acentos também as oxítonas terminadas “em” e “ens”. Exemplos: alguém, parabéns, amém.
São acentuadas as paroxítonas terminadas em “i(s)” e “u(s)”. Exemplos: táxi, júri, lápis, vírus, bônus.
As palavras paroxítonas terminadas em consoantes também são acentuadas. Exemplos: difícil, Éden, ônix, túnel, íons.
Os ditongos “eu”, “ei” e “oi” com pronuncia aberta são acentuados. Exemplos: céu, papéis, dói, réu.
São acentuados os hiatos onde as letras “i” e “u” estão em uma sílaba isolada e são precedidas de vogal. Exemplos: saída, caída, viúva, saúde.
Algumas palavras de grafia semelhante e pronúncia diferente requerem o uso obrigatório de acentos para que possam ser diferenciadas pelo leitor.
Quando nos comunicamos, as pausas e interrupções que fazemos enquanto falamos falam mais do que as palavras em si. Às vezes, essas mesmas paradas leves na fala podem mudar completamente o significado de uma frase.
-Ponto final ( . ): Indica, essencialmente, o fim de uma frase.
-Reticências ( … ): Indica uma interrupção na mensagem. É normalmente usada como recurso expressivo.
-Travessão ( — ): Usado na representação do discurso direto em diálogos.
-Vírgula ( , ): Representa uma pausa no texto ou uma separação de elementos.
-Aspas ( “ ” ): Usado em citações e para destacar palavras estrangeiras ou com significados conotativos.
Errado: Seguem anexo os documentos solicitados.
Certo: Seguem anexos os documentos solicitados.
Por quê? Anexo é adjetivo e deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere.
Errado: Ao invés de elaborarmos um relatório, discutimos o assunto em reunião.
Certo: Em vez de elaborarmos um relatório, discutimos o assunto em reunião.
Errado: Eu esqueci da reunião.
Certo: Há duas formas: Eu me esqueci da reunião. ou Eu esqueci a reunião.
Por quê? O verbo esquecer só é usado com a preposição de (de – da – do) quando vier acompanhado de um pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos).
Errado: Fazem dois meses que trabalho nesta empresa.
Certo: Faz dois meses que trabalho nesta empresa.
Por quê? No sentido de tempo decorrido, o verbo “fazer” é impessoal, ou seja, só é usado no singular.
Errado: Os diretores estão satisfeitos, porque a atitude do gestor veio de encontro ao que desejavam.
Certo: Os diretores estão satisfeitos, porque a atitude do gestor veio ao encontro do que desejavam.
Errado: Ele já está ao par do ocorrido.
Certo: Ele já está a par do ocorrido.
Por quê? No sentido de estar ciente, o correto é “a par”. Use “ao par” somente para equivalência cambial. Ex: “Há muito tempo, o dólar e o real estiveram quase ao par.”
Errado: O contribuinte está quites com a Receita Federal.
Certo: O contribuinte está quite com a Receita Federal.
Por quê? “Quite” deve concordar com o substantivo a que se refere.
Errado: Ao meu ver, o evento foi um sucesso.
Certo: A meu ver, o evento foi um sucesso.
Por quê? “Ao meu ver” não existe.
Errado: Aonde coloquei minhas chaves?
Certo: Onde coloquei minhas chaves?
Por quê? Onde se refere a um lugar em que alguém ou alguma coisa está. Indica permanência. Aonde se refere ao lugar para onde alguém ou alguma coisa vai.
Errado: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.
Certo: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.
Por quê? Para indicar tempo passado, usa-se o verbo haver. O “a”, como expressão de tempo, é usado para indicar futuro ou distância.
Errado: O acidente implicou em várias vítimas.
Certo: O acidente implicou várias vítimas.
Por quê? No sentido de acarretar, o verbo implicar não admite preposição. No sentido de ter implicância, a preposição exigida é com.
Boa tarde!
Luigi, na thread