THREAD - POR QUE NÃO VEREMOS MULHERES GENERAIS DE QUATRO ESTRELAS
Já que alguns generais estrelados se tornaram garantidores do governo de @jairbolsonano, resolvi fazer essa thread sobre como as Forças Armadas alijam as mulheres dos cargos de comando. Segue o fio! 👇
Já que alguns generais estrelados se tornaram garantidores do governo de @jairbolsonano, resolvi fazer essa thread sobre como as Forças Armadas alijam as mulheres dos cargos de comando. Segue o fio! 👇
Das Três Forças, a primeira a permitir o ingresso de mulheres foi a @marmilbr, em 1980. Mas elas só podiam realizar atividades “de mulher”: tarefas administrativas e técnicas. (+)
A @fab_oficial passou a aceitar mulheres em 1982 no seu “Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica”, para, da mesma forma, exercer funções técnicas e administrativas. (+)
O @exercitooficial, de longe a Força mais poderosa no Brasil (e mais dada a se meter em política), segurou o ingresso das mulheres até 1992. A partir de então, elas foram admitidas na Escola de Administração do Exército para atuar em administração, saúde e informática. (+)
Somente em 2003 a FAB permitiu a entrada de mulheres na “atividade-fim” da instituição, ou seja, para serem aviadoras. Isso significa que para vermos uma mulher no posto mais alto, a de tenente-brigadeiro, faltam ainda uns 15 anos. (+)
Em 2012, mulheres passaram a poder entrar nas academias do Exército e da Marinha por uma lei sancionada pela presidente @dilmabr. (+)
Apenas em 2017, a Marinha decidiu acabar com a última barreira da entrada de mulheres – elas podem ingressar no Corpo da Armada e no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). (+)
Apenas então – 38 anos depois da primeira mulher entrar na Marinha – elas terão direito a chegar ao topo da carreira, como almirante-de-esquadra. Mas isso deve demorar mais uns 30 anos, ou seja, só em 2050. (+)
A Marinha é hoje a Força que tem mulheres nos postos mais altos. Há duas contra-almirantes, Dalva Maria Carvalho Mendes e Luciana Mascarenhas da Costa Marroni. (+)
Elas são as únicas mulheres nas três Forças a terem cargos de oficiais-generais, dentre mais de 400. Elas não podem chegar ao topo da carreira (+)
O Exército segue sendo aquele que quer manter as mulheres fora do comando por mais tempo. Em janeiro de 2018, passou a receber mulheres na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), mas apenas para virarem quadros e serviços de apoio, como Intendência e Material Bélico. (+)
As armas de Infantaria, Cavalaria ou Artilharia e Engenharia, mais propensas a gerarem um General de 4 estrelas (General de Divisão) continua fora do alcance delas. E só pode ser comandante do Exército quem é general de 4 estrelas. Ou seja, impossível para as mulheres. (+)
Diz o @exercitooficial: “As militares do segmento feminino integrantes do Serviço de Saúde, do Quadro de Engenheiro Militar e da Linha de Ensino Bélico concorrerão ao quadro de oficiais-generais a partir de 2022, 2026 e 2050, respectivamente”. (+)
Para saber mais: “Linha de frente: lugar a ser ocupado por elas”, da @generonumero generonumero.media/linha-de-frent…
Esqueci de escrever uma coisa: não existe declinação feminina - pelo menos no Exército. Elas são "capitão" "soldado" "sargento" ...
(correção: General de Exército=General de 4 estrelas)
