Eu tenho diversos amigos e amigas minions e todos/as são contra racismo, discriminação de homossexuais, violência contra a mulher, têm suas convergências com os direitos humanos e são a favor de ajudar os pobres. No fundo, as divergências raramente estão no mérito, mas no método.
Todos divergem da esquerda justamente pela instrumentalização desses temas, que vêm carregados de distorções, diagnósticos controversos, soluções ideologizadas e uma militância fanática e caricata. E todos se cansaram de serem chamados de tudo o que há de pior no mundo...
...simplesmente por se oporem a estes métodos que visivelmente nada têm a ver com soluções objetivas para as pautas, apenas servem apenas como subterfúgio pra aceitação de uma agenda "revolucionária", de "superação do capitalismo" e etc.
No fundo, todo mundo quer a mesma coisa, a briga está em torno da instrumentalização, da agressão a valores e da tentativa de "criminalizar" um estilo de vida e um rol de convicções que nada têm de erradas. A "fascistização" do "cidadão de bem" é um bom exemplo disso.
Essas pessoas só querem uma coisa: que o país melhore, a justiça funcione, a corrupção acabe e que parem de encher o saco insinuando o tempo todo que são pessoas más por quererem essas coisas.
"Ah, mas o Bolsonaro não vai fazer piriri e pororó"
Sim, o Bolsonaro não é solução pra nada, ele é parte do problema. Mas essas pessoas já romperam com "tudo isso que tá aí" há muito tempo e continuarão assim até que se sintam minimamente atendidas.
Sim, o Bolsonaro não é solução pra nada, ele é parte do problema. Mas essas pessoas já romperam com "tudo isso que tá aí" há muito tempo e continuarão assim até que se sintam minimamente atendidas.
A "política tradicional", o "insistir na mesmice" não satisfaz e não satisfará essas pessoas. Elas não são "contra a democracia", muito pelo contrário: elas são mais a favor da democracia que qualquer outro justamente por não se sentirem numa democracia. E onde não há justiça...
Talvez tenha um problema conceitual aí: "convergência com os direitos humanos" não significa que apóiem o "movimento" dos direitos humanos. Eles apenas não compram esse papo pró-réu enquanto vêem a criminalidade crescendo e o bandido saíndo da delegacia antes da vítima.
Eles respeitam homossexuais, nenhum deles tem ressalvas a conviver com gays, só não querem que os filhos sejam influenciados na formação da sexualidade e, se algum se revelar gay quando crescer, certamente aceitarão.
No fundo, eles acham que há problemas muito mais importantes (economia, educação, violência, corrupção e, principalmente, justiça) do que as questões identitárias que dominaram quase que por completo o debate público.
Enquanto discutem o sexo dos anjos e fazem conta pra saber quantos gêneros são possíveis e imagináveis, a realidade prática dessas pessoas é outra.
