Essa era a argumentação dos que eram contra o Marco do Saneamento.
Vamos ver quem já usou esse mesmo discurso e um dia falou: "ALIMENTO NÃO É MERCADORIA". Mao-Tsé Tung.
Não deu muito certo. Vou contar...
Influenciado pelo marxismo em sua juventude, Mao introduziu, já em 1950, a MAIOR REFORMA AGRÁRIA vista no país. Alimento não devia ser mercadoria.
No novo regime, cada grupo de camponeses tinha metas para atingir. A produção agrícola era, então, entregue ao Estado, e a renda, dividida entre o grupo.
A ideia de lucrar com alimento foi extinta.
Mao tinha um projeto de sociedade comunista, livre de todos os males associados ao capitalismo ocidental, sem propriedades, sem trocas.
ACABAVA ALI A LÓGICA DO CAPITAL PRIVADO NA AGRICULTURA CHINESA.
O que se seguiu foi uma das maiores tragédias na história da humanidade, conhecido como “A Grande Fome Chinesa.
Entre 1958 e 1962, segundo FAO, a produção de arroz teve uma queda de 45%.
A Grande Fome Chinesa, que levou à morte de milhões, se deu sob a tutela de quem achava que alimentos não deveriam ser produzidos por quem buscava lucro.
Hua Guofeng, seu sucessor, recebeu um país miserável e pobre como a Uganda e de renda per cpaita muito menor que Congo ou Zimbábue.
Nesse sistema, os empreendedores locais arcavam com os lucros e prejuízos de uma plantação.
Era a volta do lucro e dos mercados...
Coincidentemente, desde que a lógica do capital privado voltou, nunca mais aconteceu outra crise climática.
Foi tão-somente a volta da lógica do capital privado.
De 1976 a 2017, a produção de grãos cresceu 446% (sem aumento relevante na área plantada). O número faz do Brasil uma das potências na produção de alimentos.
Não tratar bens como mercadoria é abolir o sistema de preço, de trocas e de incentivos em torno dele.
É perfeito? Não, por isso as falhas de mercado. Mas essa alternativa deles, sem dúvida, é desastrosa.