Thread by @rodrigodasilva

Quase 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto.

Quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada.

Há 459 anos, desde que Estácio de Sá mandou escavar o primeiro poço no Brasil, o poder público brasileiro é ineficiente na prestação desse serviço.

Tudo isso é uma bola de neve. Cidades com piores indicadores de saneamento chegam a gastar 5 vezes mais com saúde.

É estúpido, caro e boicota o desenvolvimento dos desabastecidos - em geral, você sabe, os mais pobres.

6% dos municípios brasileiros são atendidos pelo setor privado, responsável por 20% dos investimentos em saneamento no Brasil.

Ou seja: capaz de investir mais que o setor público.

O custo a mais por isso? Em média, faturas 3% mais caras que as das companhias estaduais: R$ 0,11.

Mais de 1/4 dos municípios atendidos pelo setor privado possui até 5 mil habitantes.

59% têm menos de 20 mil habitantes. 72% têm menos de 50 mil.

Como os números mostram, o setor privado atende essencialmente o interior do Brasil.

Empresas privadas de saneamento possuem, em média, maior atendimento de água, de coleta de esgoto e de tratamento de esgoto, em comparação à média nacional.

No serviço de água, a média nacional apresenta uma incidência de coliformes totais fora do padrão cerca de 6 vezes superior à incidência observada na água fornecida pelas companhias privadas.

Isso tudo significa que basta entregar o saneamento para a iniciativa privada que os nossos problemas estarão resolvidos?

Não. Significa que o setor privado não é o vilão e o setor público não é o mocinho.

E em 2020, depois de 459 anos, você já deveria ter entendido isso.