Acordo inclui pesquisa/produção pela Fiocruz da vacina desenvolvida por Oxford Univ./AstraZeneca. É a que está em etapa mais avançada no mundo, segundo OMS.
II - Current Stage of Clinical Evoluation (Estágio Atual da Avaliação Clínica).
Por que a vacina de Oxford está tão avançada?
Primeiro, porque esse time de cientistas já usou a mesma plataforma para desenvolver vacinas para outras doenças com sucesso.
7) Por exemplo: a Rift Valley Fever (RVF), doença que atinge rebanhos e humanos na África. A vacina foi chamada de ChAdOx1 RVF
Imagem: EFSA Online Library
8) Mais animador é que eles também desenvolveram com sucesso nos primeiros testes vacina para outro vírus da família de coronavírus que infectam humanos: o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio-MERS. O Mers-CoV foi isolado em paciente em 2012 na Arábia Saudita.
9) Os vírus são semelhantes. Assim como o Sars-Cov-2 (que causa a covid-19), o MERS-CoV (que causa a MERS) também tem uma proteína spike na superfície, que guia a entrada do vírus nas células hospedeiras ao se ligar a um receptor célula.
Imagem: NIH
10) A proteína spike também é o alvo dos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico depois da contaminação pela covid-19, como vimos.
11) Todo esse background de anos de pesquisa, com diversos ensaios clínicos permitiu que fosse atingido um tempo recorde na história das vacinas para o intervalo entre um vírus ser identificado e a condução da fase 3 de ensaios clínicos de uma vacina.
12) "Já sabemos como fazer a vacina, já sabemos que ela é segura e já sabemos o que devemos esperar ver em termos de resposta imune", disse Sarah Gilbert durante essa live no canal da Oxford University. Gilbert é uma das pesquisadoras envolvidas no estudo.
13) Por que Brasil foi escolhido para testes? 2 motivos: um ótimo, outro terrível:
• País tem tecnologia/infra para produzir ótimas vacinas, como já faz
• Doença está descontrolada aqui. Teste de vacina precisa ter vírus se espalhando na população. Na Europa está mais difícil.
14) Sobre o acordo, coloco aqui o que foi divulgado pela Fiocruz:
Essa é uma encomenda tecnológica em que a instituição adquire o produto antes do término dos ensaios clínicos previstos, considerando o movimento global de mobilização e para aquisição de vacinas.
15) O acordo prevê algumas etapas.
A primeira consiste na produção de 30,4 milhões de doses antes do término dos ensaios clínicos.
Isso representa 15% do necessário para a população brasileira, ao custo de 127 milhões de dólares.
16) O investimento inclui não apenas os lotes de vacinas, mas também a transferência de tecnologia para que a produção possa ser completamente internalizada e nacional.
17) A expectativa da AstraZeneca é de que um primeiro lote, com 15,2 mi de doses possa ser produzido até dez/20 e outro lote, com as 15,2 mi de doses restantes possa ser entregue em jan/21.
Após a produção, ainda há etapas de registro e validação, antes de possível distribuição.
18) No momento, a Fiocruz informa que já tem capacidade de executar todo o processamento final da vacina, a partir do recebimento do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da AstraZeneca.
Isso inclui as etapas de formulação, envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade.
19) Em paralelo, a Fiocruz fará adequações nas suas instalações para incorporar a produção do ingrediente ativo (IFA) e se tornar autossuficiente em todas as fases do processo.
"A previsão é de que a incorporação completa do IFA possa ser concluída nos primeiros meses de 2021".
20) No fim dos testes, com a eficácia da vacina comprovada, o acordo prevê a segunda etapa:
- produção de mais 70 milhões de doses ao preço de custo, que é de US$ 2,30/dose.
(AstraZeneca não terá lucro direto na produção das doses - pode ter indireto, por ex, com ações subindo).
21) “Caso a vacina se mostre realmente eficaz, por sermos uma referência na região e termos larga capacidade produtiva, o acordo ainda nos coloca a possibilidade de sermos responsáveis pelo fornecimento da vacina para a América Latina”, diz a presidente da Fiocruz Nísia Trindade.
22) "Como não estamos apenas comprando lotes de vacinas e sim internalizando a produção, caso ela não seja eficaz, ainda assim poderemos aproveitar essas novas plataformas tecnológicas para outras linhas de produção”, diz o VP de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger.
23) ❗️ATENÇÃO: Esse é um acordo que envolve sim algum risco, e deixo claro que ainda HÁ chances da vacina não ser eficaz como esperado.
E agora minha opinião pessoal, sujeita a erros (como qualquer opinião): o acordo vale a pena, e parece bem respaldado.
24) Por último (por enquanto), deixo um videozinho simpático que fala um pouco da história dessa instituição que admiramos, a Fiocruz. Viva a pesquisa brasileira, e viva o SUS!
25) Quem quer saber mais sobre a vacina a ser produzida no Brasil direto da fonte, atenção para essa live @fiocruz:
27) A União Europeia quer ter as primeiras doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela @UniofOxford já no mês de novembro/20, apesar de a terceira e última fase de ensaios clínicos estar prevista para terminar apenas em junho/21! (+)
28) A Comissão Europeia quer garantir acesso universal ao medicamento no bloco e também planeja distribuí-lo para países em desenvolvimento: uol.com.br/vivabem/notici…
29) Já o nosso Ministério da Saúde mantém previsão de distribuição da vacina de Oxford para janeiro de 2021, informa o @g1cienciaesaude. O acordo do governo com Oxford/AstraZeneca prevê a entrega, em dezembro, do princípio ativo para preparação das primeiras 30 milhões de doses.
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💇♀️Adivinha qual desses fios de cabelo, mostrados em microscopia eletrônica, passou por escova progressiva mais descoloração? (+)
O da esquerda (aposto que você acertou).
Uma combinação de técnicas, entre elas o espalhamento de raios-X, foi capaz de mostrar, pela primeira vez em escala molecular, os danos que o alisamento ácido (progressiva) causa ao córtex, cutícula e camadas lipídicas da fibra capilar.
"Tratamentos como descoloração e alisamento, interagem com o cabelo em nível molecular, induzindo alterações em seus componentes e modificando as propriedades físico-químicas e mecânicas das fibras”, explica autora da pesquisa feita no Instituto de Física da USP.
🧠👵👴Não é só você que fica intrigado com aqueles idosos de 80+ que parecem ter uma memória e acuidade mental melhores que as suas.
A ciência já notou esses tipos, deu nome a eles (superagers) e anda investigando o que eles podem ter de diferente de nós mortais...
Esses estudo aqui acompanhou alguns deles, e além de confirmar com exames que eles parecem perder massa cinzenta mais devagar que a média, também buscou ver se haviam fatores de estilo de vida associados a isso.
De forma geral esses idosos tiveram menos depressão e ansiedade ao longo da vida, relataram dormir melhor e ter relações sociais mais satisfatórias, e eram mais rápidos nos movimentos. Anos de estudos, ao contrário do que mostraram pesquisas anteriores, não teve associação.
Estudo identifica mecanismo que pode estar envolvido com depressão e perda de memória na covid e pós-covid
Pesquisadores de USP, Unicamp e UFRJ mostraram que o Sars-Cov-2 infecta astrócitos – tipo de célula cerebral – e isso pode estar ligado a distúrbios neurológicos.
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Pesquisa identificou material genético do coronavírus em cérebros com focos de infecção nos astrócitos. Menos conhecidos mas tão importantes quanto os neurônios no sistema nervoso...
...eles fazem parte das chamadas células da glia, e têm funções como o suporte funcional e nutricional dos neurônios, os mantendo em estabilidade.
💉 Fabricar uma vacina não é o mesmo que desenvolvê-la. Não foram só as da covid: nenhuma das que são aplicadas hoje no PNI teve o desenvolvimento integralmente feito no Brasil.
🇧🇷 Mas quais são os problemas desta falta de autonomia? 👇
E será que podemos nos tornar menos dependentes de tecnologia externa quando o assunto são vacinas?
Em uma reportagem especial em quatro partes discutimos o cenário e entraves do Brasil no setor. Investimento apenas pontual, falta de apoio político e fuga de cérebros estão entre eles...
Uma festa na Coreia do Sul acabou em tragédia com +de 150 mortos. Presos na multidão, alguns sufocaram e outros foram pisoteados.
Mas o que causa este tipo de tragédia? E há algo que se possa fazer nessa situação para se proteger? Os cientistas têm algumas respostas, acompanhe👇
A partir de outra tragédia que cvitimou 362 peregrinos na Meca, filmada por vários ângulos, uma equipe do físico Dirk Helbing ajudou a explicar:
Trata-se de um fenômeno coletivo que ocorre espontaneamente quando a densidade de pessoas atinge um limite crítico:
6 pessoas por m2
Nesse nível, os contatos entre os corpos são tão intensos que até o menor movimento desencadeia uma onda de debandada que se espalha.
São ondas de choque, semelhantes às sacudidas sísmicas dum terremoto, fazendo as pessoas caírem no e serem submetidas a pressões esmagadoras.