Otávio, excelente trabalho! Thread mostrando como as medidas de fechamento mais intenso que BH tomou no dia 18 de março suprimiram o avanço da COVID-19 na capital. Há uma maneira de fazer uma correlação do avanço da curva com o nível de isolamento social da cidade +
O isolamento foi máximo na semana do dia 22/03 e atingiu 48,43% caindo progressivamente. A reabertura gradual do comércio não parece ter tido efeito direto nos níveis de isolamento, pois a taxa de queda se manteve. Ele já era baixo, o que fez a curva de casos subir.
Essa semana, o prefeito decretou novamente o fechamento "total", voltando à situação de 22/03. Porém, a taxa de isolamento não chegou aos níveis daquele mês. Receio que não será suficiente para suprimir a curva desta vez. Por isso, se fala muito em "lockdown" aqui em Minas
A taxa de isolamento hoje na cidade está em 42,34%, abaixo do que foi verificado em março. Outro dado interessante é que a taxa de isolamento já era relativamente alta (29%) antes da pandemia, o que dá a impressão de que pouca gente realmente ficou em casa nesse período todo.
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Quando você critica essa frase e a repete como um papagaio sem consciência, pra justificar o porquê estamos vivendo uma crise, claramente você não entende nada do quanto custa uma vida.
Pensando apenas no lado econômico, uma pessoa morta custa muito mais ao Estado do que você imagina. Ela deixa de produzir milhares, ou milhões de reais no longo prazo. Muito mais do que custaria se ela ficasse em casa no início ou se seguisse as orientações de saúde.
Deixar um vírus letal circular livremente causaria mais do que 670 mil mortes e cada morte representa não só um dano severo à família, mas também à economia de um país.
Eu tenho certeza que a varíola de macaco será classificada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional em alguns dias. Eis o porquê. #monkeypox
Toda semana, a OMS tem enviado relatórios da situação da monkeypox no mundo. E desde o primeiro caso na Inglaterra, eu tenho lido os relatórios pra fazer o #ciencianews, quadro que traz notícias científicas lá no @olaciencia. Pois bem, algo mudou de duas semanas pra cá.
Estamos vendo o avanço do vírus pelo mundo(ou deveríamos). A curva já apresenta crescimento exponencial, com cadeias de transmissão independentes em pelo menos 39 países e 1806 casos confirmados até 15/06.
Tenho visto muita gente dizendo que DC não vale a pena e que não sabe por onde começar.
Estamos nessa estrada há 6 anos com o @olaciencia, e acho que posso ajudar.
Segue o fio!🧶
Um dos maiores desafios de quem inicia na DC é ter um alcance considerável ao ponto de "compensar" o imenso trabalho de coletar, analisar e divulgar a informação científica.
Por isso, é crucial que antes mesmo de começar, você conheça bem o seu público.
Se você estuda "câncer de próstata" ou "eventos extremos de chuva", vale a pena pesquisar se esses assuntos têm demanda.
Você possui um conhecimento que seja mais abrangente? Que tenha maior interesse?
Como por exemplo, "como evitar o câncer" ou "mudanças climáticas".
Muitos se perguntam como alguém pode apoiar um remédio sem eficácia. Para quê? A verdade é que essa indústria movimenta muito dinheiro. E eu acompanho grupos de negacionistas há pelo menos um ano para entender como ganham dinheiro com esse modelo de negócios.
Como o negacionista empreendedor ganha dinheiro:
1) Conquista a sua audiência com argumentos de autoridade. Não é raro ver médicos formados em excelentes universidades, defendendo tratamentos ineficazes (na maioria dos casos, conscientes do erro).
2) Conquista as pessoas pelo medo e pela escassez. Temos uma pandemia em curso e poucos médicos que defendem tratamentos ineficazes. Automaticamente, se ele passa a defender, ele é um profissional escasso.
Não existe protocolo 100% seguro. Ana Maria testou positivo hoje (provavelmente em um teste rápido de antígeno), mas disse que estava sentindo uma "gripinha" desde quinta-feira. Ou seja, pode ter infectado toda a produção de quinta e sexta. g1.globo.com/pop-arte/notic…
Na sexta-feira, ela conversou com o ator Alexandre Borges, cara a cara. Se você está com sintomas, fique em casa, mesmo se o teste der negativo. Teste de antígeno ou mesmo o PCR podem falhar, principalmente se a carga viral for baixa.
A sensibilidade do teste de antígeno, mesmo se acima de 90%, é em relação ao PCR, que apesar da sua sensibilidade analítica ser próxima dos 100%, tem sensibilidade clínica próxima dos 70%. Em outras palavras, PCR e antígeno, podem dar falso-negativo. Não existe protocolo seguro.
Acho que sendo mais transparente. Sabíamos que uma vacina com eficácia de 50% teria que ser aplicada em mais de 90% da população para segurar a epidemia. Isso considerando que ela impede a transmissão (o que não sabemos). Ressaltar as limitações de cada vacina é ser responsável.
Antes de mais nada, destaco que mesmo uma vacina com 40-60% de eficácia tem o seu valor, pois trata-se de redução de riscos de casos, internações e óbitos. Cada vida importa. Quando não se tem doses suficientes, uma estratégia usando uma vacina 50% eficaz é válida.
O problema é que a eficácia é apenas um dado científico que depende da taxa de transmissão do vírus. Para um vírus controlado, com baixa circulação e taxa de transmissão, uma vacina com 40% de eficácia é suficiente. Em uma pandemia disseminada, não é.