Thread by @pontejornalismo

Em vídeo, Bia Doria, esposa do governador de SP @jdoriajr, e @Val_Marchiori, criticam as pessoas que estão na rua. Bia sugere que "as pessoas gostam de ficar na rua" e quem têm que "se conscientizar e sair da rua".

Logo no início da pandemia do #coronavírus, a Ponte mostrou que estar na rua não é uma escolha e que muita gente convive com o risco diário de não ter água nem mesmo para lavar as mãos.

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Também mostramos em reportagem publicada alguns dias depois que a região da Luz, no centro de SP, segundo relatam moradores e dependentes químicos que ficam na região, estava sendo alvo de recorrentes e violentas ações do poder público.

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Em abril, denunciamos o movimento da prefeitura de tentar fechar a tenda de atendimento na região da Luz, único local onde pessoas em situação de rua poderiam fazer higiene e se alimentar.
Nos relatos, fica evidente que estar na rua não é uma opção

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A Defensoria Pública de SP entrou com uma ação para reverter a decisão de fechar e a Justiça ordenou que o local fosse reaberto.

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O Movimento Nacional da População de Rua – MNPR lançou uma nota pública de repúdio e manifestou indignação com as falas. “Tudo na mão: comida, roupa,
alimento, tudo isso sem nenhuma responsabilidade”, destaca a nota sobre a fala de Bia Doria, primeira dama do estado de SP.

"O Brasil tem 221,869 pessoas em situação de rua das quais 124.698 estão na região Sudeste onde está situado nosso Estado. Estes números não representam todo o universo de pessoas nestas condições, mas mensura apenas a parcela que os governos conseguem enxergar", diz o MNPR

"Sugerimos que procure se informar sobre a realidade, antes de sair dando testemunhos desumanos como o que foi postado e que não condiz com a realidade e que podem ter como consequência a ampliação do preconceito e de ações discriminatórias", conclui o MNPR.