O governo britânico tomou uma forte ação contra a empresa chinesa Huawei. O processo de exclusão da empresa em participar do 5G britânico começou essa semana. Thread 👇
A estratégia inicial do governo americano para influenciar o abandono da Huawei em outros países começou com um alerta de que a empresa não garantia a proteção de dados e que o governo chinês poderia ter um "backdoor" para captar dados que trafegam nas redes da Huawei.
Essa estratégia não funcionou bem, pois a evidência de que isso ocorria levava a uma abertura do processo de análise da inteligência americana de como obter essa informação. Em tese, esse alerta se baseava simplesmente na confiança de que o alerta americano estava correto.
A estratégia mudou com as sanções. A partir do momento em que sanções foram aplicadas em fornecedores da Huawei, a empresa passou a ter de buscar fornecedores alternativos (de alta qualidade e baixo custo) para oferecer produtos compatíveis com os editais de 5G.
A maioria desses fornecedores alternativos são chineses, o que não garante uma proteção contra sanções e nem contra o acesso de dados por parte do governo chinês.
Assim, o governo britânico entende que, a medida que as sanções aumentem, a possibilidade da Huawei oferecer a mesma qualidade nos kits de 5G cai e uma incerteza relativa ao futuro próximo aumenta.
Esse mesmo risco vem sendo avaliado pelo governo brasileiro para entender os potenciais riscos de ter a Huawei como uma das principais fornecedoras de rede 5G. O ponto central no Brasil, é que uma eventual retaliação do governo chinês poderia ocorrer na área do agronegócio.
Isso gera um temor no setor, por mais que muitos argumentem (corretamente) que a China não pode se dar ao luxo de retaliar em cima de algo que depende tão fortemente. Vamos observar os próximos capítulos.
