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O Reino Unido ainda é uma potência, sobretudo pela maneira como a língua inglesa ocupa um lugar central no mundo globalizado. Mas há um lado do país ligado às finanças que o torna um player poderoso. Por isso, é preciso entender o enrosco do país, hoje sob Boris Johnson (1/10).
Johnson, em primeiro lugar, é um sujeito racional, talvez o direitista mais inteligente do mundo. Muitos políticos políticos como ele são pessoas insanas que se fazem de normais e encenam um papel insano e populista. Johnson não, ele é um Jânio Quadros com juízo (2/10).
De uma família de uma certa classe média alta, multicultura e bem situada, Johnson foi um dos jornalistas favoritos de Thatcher em pessoa, lhe servindo como um cãozinho fiel, o que já ali incutia seu grande plano político (3/10).
Thatcher foi chutada pelo seu próprio partido por uma única razão: ela sempre foi contrária à União Europeia, enquanto a burocracia do seu partido, aludindo ao desejo de suas bases reais, se voltou fortemente para a Europa (4/10).
Johnson sempre se conservou aparentemente thatcherista, mas no fundo é um sujeito mais complexo do que ela. Usou-se disso para virar deputado, depois prefeito de Londres e, por fim, ministro e no final premiê, defenestrando a ala europeísta do partido (5/10).
O cabeludo bagunçado, os termos abarrotados e mal cortados, tudo isso é encenação. A mesma que fez adversários dentro e fora do Partido Conservador subestimarem ele, permitindo sua acachapante vitória nas eleições do final do ano passado (6/10).
Com a explosão da pandemia, em vez de Thatcher, ele reencenou Churchill e fez aportes massivos para pessoas e empresas, enquanto o NHS, o SUS deles (na verdade, o SUS é nosso NHS) dava respostas que o sistema privado de saúde americano jamais daria (7/10).
Nesse meio tempo, ele perdeu popularidade, porque as medidas sanitárias inicialmente tomadas foram um fiasco e ele próprio quase morreu de Covid-19. Os Trabalhistas elegerem um advogado de centro como líder do partido e ganharam pontos (8/10).
Starmer, o novo líder trabalhista, debate e fala bem, mas no meio da guerra interna do seu partido, já entrou em confusões várias e agora vê uma ligeira recuperação de Johnson (9/10).
Não, o Reino Unido não acabou com o Brexit. A propaganda anti-Brexit sempre se deu por motivos errados e mesmo a esquerda radical sempre se perde na defesa em abstrato da União Europeia. Sobre isso, @parana_ e eu escrevemos faz tempo: blogdaboitempo.com.br/2016/07/28/o-b… (10/10).
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