O cuidado é algo que nos define como humanos, segundo a fábula-mito de Higino.
Vamos combinar então o seguinte: vocês assistem ao episódio do @GregNewsHBO em que @gduvivier fala sobre o cuidado que eu conto essa história num #cordel aqui pra vocês.
A versão da fábula-mito sobre o Cuidado que eu vou contar aqui pra vocês é a tradução do @LeonardoBoff, e está no livro 'Saber cuidar: Ética do humano - compaixão pela terra', da Editora Vozes. Na minha edição, de 1999, está na página 46. O livro segue, mais do que nunca, atual.
"Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma ideia inspirada. Tomou um pouco do barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter. [...]
[…] Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado. Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome. Enquanto Júpiter e Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. […]
[...] Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da Terra. Originou-se então uma discussão generalizada. [...]
[...] De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa: "Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura. [...]
[...] Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer. Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus cuidados enquanto ela viver." [...]
"E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Humano, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil".
É importante perceber que na língua original da história, latim, a palavra para 'Cuidado' é 'Cura', uma palavra de gênero feminino. 'Cuidado' é, portanto, uma personificação feminina. Isso nos leva a refletir sobre o fato de que 'curar' significava, originalmente, cuidar.
Além disso, traz à mente a questão de como os seres do gênero masculino se tornaram - de maneira geral - ruins no ato de cuidar, justo eles, que ainda são os que mandam na política mundial e a definir os destinos de um planeta cada vez mais mal cuidado.
Essa questão me relembra o nosso trato. Pronto, contei a história. Agora vá lá e cumpra a sua: assista ao @GregNewsHBO sobre o cuidado.
Nota: Fiz uma pequena adaptação na versão do Boff, que dizia que o nome do ser era 'Homem' ao invés de 'Humano'. Isso porque 'homo', termo usado no original em latim quer dizer 'ser humano' mesmo. 'Homem' é 'vir'.
A @Folha precisa tomar cuidado com o jornalismo declaratório, ainda mais ao trazer um artigo de outra mídia. Estou marcando o @folha_ombudsman aqui para que esteja ciente.
A matéria citada saiu no TMZ, um site americano de entretenimento, e a tradução do título é: "Médico da ketamina diz :'Não culpem a ketamina... ainda é um tratamento efetivo'".
"KETAMINE M.D. SAYS DON'T BLAME THE KETAMINE... Still an Effective Treatment" tmz.com/2023/12/19/mat…
Quem me segue sabe que eu combato o sensacionalismo em relação às drogas, especialmente a sua satanização por si mesmas. Para entendermos o uso problemático delas, temos que olhar muito antes para as pessoas do que para as substâncias. Mas também precisamos entender seus riscos.
Oi pessoal, eu gostaria de falar um pouquinho para vocês sobre a morte do ator americano Matthew Perry, o Chandler da série "Friends". Vocês devem ter visto recentemente as informações sobre a causa da morte dele ter sido pelo uso de ketamina.
Antes de continuar, é importante alertar que esse #cordel tem gatilhos relacionados a ansiedade, depressão e uso problemático de drogas.
A ketamina é um anestésico com características psicodélicas dissociativas, cujo nome científico que a gente usa na Medicina é cetamina. Ela vem sendo utilizada de maneira off-label, ou seja, que não está prevista na bula do medicamento, para o tratamento da depressão.
Isso saiu na @Nature no mês passado, mas só vi hoje, e ainda assim eu acho que vale a pena reportar: há uma crise na ciência, e ela afeta a saúde mental dos cientistas. A principal causa, segundo o artigo? A cultura tóxica da carreira. Segue o #cordel aí.
O título do texto é "Há uma crise de saúde mental na ciência - a cultura de pesquisa tóxica é a culpada". O texto informa que pesquisadores relatam altas taxas de ansiedade e depressão, chamando a atenção para a necessidade de mudança antes que seja tarde demais.
Estudantes de pós-graduação e pesquisadores enfrentam diversos desafios, desde baixos salários até assédio e discriminação. Alguns estudos recentes mostram que essas pressões têm impacto direto na saúde mental dos cientistas.
Sobre a tragédia evitável do advogado criminalista que morreu pelo disparo de sua própria arma causado por um aparelho de ressonância magnética, me pergunto: por quê?
Consta que Leandro Mathias de Novaes recebeu e assinou o termo de que informava sobre os riscos do magnetismo.👇🏼
Consta também que ele retirou a munição extra que levava(um pente com trinta balas – e eu também me pergunto pra que ele portava tudo isso de munição) e entregou para a equipe responsável.
Mas, por alguma razão, Leandro decidiu não retirar e entregar sua pistola carregada. 👇🏼
Ao se aproximar do aparelho para falar com sua mãe, que era quem fazia o procedimento, a arma, que estava oculta, foi atraída pelo campo magnético da máquina e bateu no aparelho, onde ficou aderida, mas não sem antes disparar e ferir o advogado, que faleceu 19 dias depois. 👇🏼
Sou um cético fascinado com os fenômenos aéreos não identificados (FANI), o 'rebranding' dos OVNI. Não sei o que são, mas acho que já tá na hora de se estudar o fenômeno a sério. No #cordel, o resumo deste artigo da Scientific American sobre o tema. scientificamerican.com/article/scient…
O artigo discute o aumento recente de interesse governamental nos EUA em estudar fenômenos aéreos não identificados (FANIs, antes chamados de OVNIs). A Agência de Inteligência Nacional dos EUA lançou um relatório não classificado sobre FANIs para o Congresso em 12 de janeiro.
Futuros relatórios serão apresentados anualmente. Além disso, a NASA criou uma equipe de estudo de 16 membros para melhorar o entendimento científico sobre os FANIs. Há também uma ampla variedade de esforços privados de pesquisa.
Já foi aprovado prescrever MDMA e psilocibina na Austrália!
Essa novidade pegou desprevenida a comunidade psicodélica mundial. A Austrália será o primeiro lugar do mundo em que a prescrição terapêutica destes dois psicodélicos será legal.
Em uma decisão inovadora e fora do radar para os estudiosos, a Therapeutic Goods Administration (TGA), o equivalente australiano da ANVISA, autorizará a prescrição do psicodélicos psilocibina e do entactógeno MDMA para fins terapêuticos, por psiquiatras. tga.gov.au/news/media-rel…
A partir de 1º de julho de 2023, medicamentos que contêm as duas substâncias poderão ser prescritos por psiquiatras autorizados. As prescrições terão que sere direcionadas especificamente para o tratamento de dois transtornos mentais.