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Jul 20, 2020 7 tweets 2 min read Read on X
Contei no @JornalOGlobo a situação terrível do coronavírus nas aldeias do Mato Grosso. Indígenas estão apelando para doações de R$ 1 para erguer hospital de campanha. A Covid-19 já deixou 7 óbitos e 77 casos confirmados no Parque Indígena do Xingu.
oglobo.globo.com/brasil/coronav…
Um dos motivos pela construção de um hospital próprio é o preconceito que indígenas sofrem nos hospitais urbanos: "Eles não cuidam bem da gente. Quando a gente fica internado lá, não dão comida nem água para a gente beber", me disse Yanama Kuikuro.
A pandemia demorou a chegar no Xingu, mas agora avança rapidamente. O primeiro óbito foi de um bebê de 45 dias, Salu Kalapalo, em 13 de junho. De lá para cá, são 7 mortes — a última ocorreu na manhã desta sexta-feira. As etnias kalapalo e yawalapiti são as mais afetadas.
O contágio entre os indígenas é mais alto que a taxa da população brasileira: 1.479 de cada 100 mil indígenas foram infectados, ante um índice de 907 na população brasileira. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.
A situação só não é pior porque tem projetos e pesquisadores REALOCANDO verba de pesquisa para ajudar os indígenas no combate ao coronavírus. Arqueólogos, antropólogos, médicos e outros pesquisadores não precisavam estar fazendo isso, mas fazem.
O pesquisador Bruno Moraes resume: "É uma pena (ter que realocar verba), pq não é a nossa função. Mas não tem problema. Não existe cientista descompromissado com o meio com o qual ele trabalha. A gente tem que advogar pelos povos indígenas. Precisamos fazer o que for possível".
Foi um tuíte da @patriciapillar, quando ela divulgou uma campanha de financiamento coletivo da Associação Yawalapiti Awará, que me motivou a fazer a matéria. Obrigado, Patrícia.

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Jun 17
Viram isso?
Pablo Marçal é um fenômeno de popularidade digital. Tem 11 milhões de seguidores no Instagram e uma comunidade muito leal. Mas vocês sabem como ele consegue turbinar a audiência nas redes sociais? Prometendo dinheiro aos fãs e criando uma horda de contas anônimas👇 Image
Marçal vem incentivando os fãs a criarem perfis p/ compartilhar conteúdo dele, sob o argumento de que vão ficar ricos. A estratégia gerou uma constelação de perfis que costumam repercutir conteúdo que nem mesmo Marçal veicula em sua conta oficial.
instagram.com/reel/C7XYcVhJI…
Ele diz no vídeo: "Se você é simpatizante e está postando, você pode entrar no Discord e fazer dinheiro, porque eu estou pagando, e também posso pagar para você não parar (de postar)". Em outro: "Deve ter aí uns 300 alunos meus ficando ricos só pondo a minha imagem".
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Jul 18, 2023
Isso aqui é um escândalo!
A PM prendeu, em maio de 2020 na periferia de Bauru (SP), um homem que portava cocaína e R$ 80 em espécie. Acabou condenado pela vara criminal da cidade a uma pena de 7 anos, 11 meses e 8 dias de prisão por tráfico de drogas. Mas vejam só os detalhes 👇
Os depoimentos dos autores do flagrante traziam como única descrição física do rapaz sua cor de pele: "indivíduo negro". A quantidade de droga apreendida: 1,53 grama. Um grama e meio!! Tráfico de drogas. Quase 8 anos de prisão.
Por que esse caso é importante?
Porque ele pauta um julgamento sobre perfilamento racial no STF e pode mudar os rumos de como prisões em flagrante baseadas na cor da pele ocorrem no Brasil.
Exemplos como esse se contam aos milhares pelo país. Vou relatar outro:
Read 11 tweets
Dec 29, 2022
Os últimos 4 anos me obrigaram a ler mais política do que qualquer outro momento da minha vida. O fascínio pela nova direita, autoritarismo, neofacismo e guerra cultural influenciaram meu trabalho como repórter e minhas leituras.
Aqui estão minhas dicas sobre as melhores delas 📚
Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil.
Camila Rocha fez um dos mais importantes trabalhos sobre a gênese do bolsonarismo (que ela prefere chamar pelo termo mais amplo de "nova direita"). Foi o melhor livro que li sobre o assunto.
todavialivros.com.br/livros/menos-m…
O livro é baseado em sua tese de doutorado segundo a qual a a formação de uma nova direita no Brasil é um amálgama ultraliberal-conservador cuja origem remonta à organização de contra-públicos digitais durante o auge do lulismo, entre 2006 e 2010.
Read 14 tweets
Dec 12, 2022
O Telegram da extrema-direita colapsou após as eleições. Os gigantes do bolsonarismo tiveram uma queda brusca no compartilhamento após operarem campanhas de desinformação no período eleitoral. Além da queda brusca na circulação de links, houve um negócio curioso 👇
Os pesquisadores @leofn3, @letcesar e @do_paulo
contabilizaram 30.516 links únicos publicados pelo Terra Brasil Notícias e identificaram um padrão: o site opera apagões em massa do conteúdo que publica. Cerca de 50% desses links, 15.202, foram excluídos após circularem.
Leonardo: "Se metade do conteúdo desaparece, é claramente um site devotado para a desinformação. O conteúdo é postado, causa a desinformação e depois eles vão deletando. São altamente danosos".
Read 10 tweets
Sep 13, 2022
Sobre o YouTube: por meio do sistema de recomendação de vídeos, a plataforma insufla a radicalização dos usuários, aproximando pessoas com interesses em ideias conservadoras a conteúdos ainda mais extremistas, de acordo com estudo de Rebecca Lewis (Stanford), de 2018. Image
Mostramos no ano passado que o YouTube funciona como o motor do ecossistema de páginas e canais da extrema-direita, de acordo com levantamento inédito de @do_paulo, @letcesar e @leofn3.
blogs.oglobo.globo.com/sonar-a-escuta…
A hipótese deles é que o Telegram funcione como um propulsor para a circulação de canais bolsonaristas do YouTube, plataforma que remunera produtores de conteúdo de acordo com o volume de acessos de cada página: entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações.
Read 6 tweets
Aug 10, 2022
Sai o voto impresso, entra o golpe de Estado. Com a aproximação das eleições, grupos de extrema-direita no Telegram passam por uma radicalização acelerada no discurso de ruptura democrática, e agora centram os esforços na mobilização para o 7 de Setembro.
oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-…
A conclusão consta no relatório "Democracia digital: análise dos ecossistemas de desinformação no Telegram durante o processo eleitoral brasileiro de 2022". Com apoio do @internetlabbr, o levantamento foi produzido por pesquisadores de UFBA e UFSC, lançado nesta 4ª-feira.
Numa análise de 6,4 milhões de mensagens em 156 grupos e 479 canais de Telegram no longo de 2022, os pesquisadores identificaram uma disparada, a partir de fevereiro, na quantidade de mensagens conspiratórias e chamados para desobediência civil.
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