Os generais estão cada vez mais conscientes de que sua crescente participação na gestão Bolsonaro (6000 militares estão atuando no governo) está prejudicando a reputação das Forças Armadas. [🧵👇]
Alguns generais acham que seja necessário reduzir o engajamento, já q não querem ver as Forças Armadas sendo contaminadas por um presidente incompetente e cada vez menos popular. Outros dizem que é tarde demais agora e q é preciso aumentar a participação para salvar o governo
Dois aspectos em particular são más notícias para os fardados. 1) O ministro interino da Saúde é um general na ativa. Sob seu comando, o número de vítimas do COVID19 no Brasil saltou de 15 para 75 mil - as ForçasArmadas serão responsabilizadas por um desastre de proporções épicas
2) Ao pedir que Mourão assuma a Presidência do Conselho da Amazônia, Bolsonaro criou outra grande dor de cabeça para as Forças Armadas: eles têm a tarefa de consertar o que não pode ser consertado, uma missão impossível que só pode levar à deterioração da reputação dos militares
Afinal, Bolsonaro ñ tem nenhuma intenção de reduzir o desmatamento. Nem sequer é uma questão de preferência pessoal, mas de sobrevivência política: madeireiros e grileiros compõem o núcleo do bolsonarismo. Facilitar o desmatamento foi uma das suas principais promessas da campanha
Mourão caiu em uma armadilha. Assim como no ano passado, quando foi encarregado de consertar os laços Brasil-China. Em Pequim, prometeu ao presidente Xi Jinping q o gov brasileiro deixaria de promover a sinofobia, apenas p/ ser apunhalado pelas costas por Zero 3 nas redes sociais
Desta vez, a reputação de Mourão está em jogo na Europa, onde ele é visto como o 'adulto na sala'. Sua imagem inevitavelmente será afetada, pois uma redução permanente do desmatamento é improvável. Afinal, Bolsonaro mantém Ricardo Salles, responsável pela desregulamentação.
Por enquanto, não há saída: quanto mais o governo Bolsonaro estiver à deriva, maior o incentivo para os generais assumirem mais responsabilidades - e mais permanentemente a reputação das Forças Armadas será contaminada.
Uma excelente matéria sobre o tema:
www1.folha.uol.com.br/colunas/celso-…
www1.folha.uol.com.br/colunas/celso-…
Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 6.157 militares da ativa e da reserva em cargos civis no governo do presidente Jair Bolsonaro. O número é mais que o dobro do que havia em 2018, no governo Michel Temer (2.765). g1.globo.com/politica/notic…
