Para onde vai o voto bolsonarista em SP e Rio? Eu e @rayandersong contamos a movimentação dos candidatos para aproveitar a ausência do Aliança pelo Brasil nas eleições. Em SP tem até candidato de esquerda apostando que fica com esse eleitorado: Márcio França (PSB) +
Por ter antagonizado fortemente com Doria na eleição de 2018, Márcio França calcula que terá o voto de apoiadores de Bolsonaro caso vá para o 2° turno com Bruno Covas. Ele pretende colar em Covas a imagem de Doria. Ele chama a chapa de Brunodoria, em referência ao Bolsodoria +
Márcio França realmente tem simpatia de uma parte da polícia. Enquanto foi governador, ele zerou a fila para concursos da SAP e readmitiu policiais demitidos. Ajuda o fato de que a categoria não gosta de João Doria. +
Por receio de perder o eleitorado policial, que votou em peso em Bolsonaro, França está evitando bater nele. Ele inclusive faz elogios à personalidade do presidente. Uma dúvida é: o eleitorado de esquerda vai dar chance a um candidato que poupa seu maior inimigo? +
Do outro lado, o PRTB de Levy Fidelix aposta na figura do vice-presidente Hamilton Mourão para ser "praticamente o Aliança em SP". O partido está abrigando grupos conservadores que a priori migrariam para o novo partido de Bolsonaro caso fosse viabilizado.
Levy mesmo vai se lançar candidato. Ele quer atrair as Forças Armadas para ser uma espécie de partido militar. Disse que Mourão fará as vezes de cabo eleitoral durante os fins de semana, fora do expediente presidencial, e viajará pelo país em eventos do PRTB.
Há outros movimentos. O dep. estadual Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, disse que pode naturalmente ficar com o voto daqueles que votaram em Bolsonaro e se arrependeram. O problema é que é o mesmo eleitorado de Joice Hasselmann (PSL).
O PTB de Roberto Jefferson filiou Douglas Garcia, recém-expulso do PSL, e quer também Gil Diniz. O Republicanos de Marcelo Crivella filiou Flávio e Carlos Bolsonaro. Vários movimentos para abocanhar o eleitorado bolsonarista, órfão do Aliança.
No Rio, Crivella faz seus movimentos. Como o Globo publicou dias atrás, ele procura um vice general, como aceno ao eleitorado bolsonarista. Levy já disse que pode entregar um quadro militar do partido no Rio para compor chapa com o Crivella.
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Viram isso?
Pablo Marçal é um fenômeno de popularidade digital. Tem 11 milhões de seguidores no Instagram e uma comunidade muito leal. Mas vocês sabem como ele consegue turbinar a audiência nas redes sociais? Prometendo dinheiro aos fãs e criando uma horda de contas anônimas👇
Marçal vem incentivando os fãs a criarem perfis p/ compartilhar conteúdo dele, sob o argumento de que vão ficar ricos. A estratégia gerou uma constelação de perfis que costumam repercutir conteúdo que nem mesmo Marçal veicula em sua conta oficial. instagram.com/reel/C7XYcVhJI…
Ele diz no vídeo: "Se você é simpatizante e está postando, você pode entrar no Discord e fazer dinheiro, porque eu estou pagando, e também posso pagar para você não parar (de postar)". Em outro: "Deve ter aí uns 300 alunos meus ficando ricos só pondo a minha imagem".
Isso aqui é um escândalo!
A PM prendeu, em maio de 2020 na periferia de Bauru (SP), um homem que portava cocaína e R$ 80 em espécie. Acabou condenado pela vara criminal da cidade a uma pena de 7 anos, 11 meses e 8 dias de prisão por tráfico de drogas. Mas vejam só os detalhes 👇
Os depoimentos dos autores do flagrante traziam como única descrição física do rapaz sua cor de pele: "indivíduo negro". A quantidade de droga apreendida: 1,53 grama. Um grama e meio!! Tráfico de drogas. Quase 8 anos de prisão.
Por que esse caso é importante?
Porque ele pauta um julgamento sobre perfilamento racial no STF e pode mudar os rumos de como prisões em flagrante baseadas na cor da pele ocorrem no Brasil.
Exemplos como esse se contam aos milhares pelo país. Vou relatar outro:
Os últimos 4 anos me obrigaram a ler mais política do que qualquer outro momento da minha vida. O fascínio pela nova direita, autoritarismo, neofacismo e guerra cultural influenciaram meu trabalho como repórter e minhas leituras.
Aqui estão minhas dicas sobre as melhores delas 📚
Menos Marx, mais Mises: o liberalismo e a nova direita no Brasil.
Camila Rocha fez um dos mais importantes trabalhos sobre a gênese do bolsonarismo (que ela prefere chamar pelo termo mais amplo de "nova direita"). Foi o melhor livro que li sobre o assunto. todavialivros.com.br/livros/menos-m…
O livro é baseado em sua tese de doutorado segundo a qual a a formação de uma nova direita no Brasil é um amálgama ultraliberal-conservador cuja origem remonta à organização de contra-públicos digitais durante o auge do lulismo, entre 2006 e 2010.
O Telegram da extrema-direita colapsou após as eleições. Os gigantes do bolsonarismo tiveram uma queda brusca no compartilhamento após operarem campanhas de desinformação no período eleitoral. Além da queda brusca na circulação de links, houve um negócio curioso 👇
Os pesquisadores @leofn3, @letcesar e @do_paulo
contabilizaram 30.516 links únicos publicados pelo Terra Brasil Notícias e identificaram um padrão: o site opera apagões em massa do conteúdo que publica. Cerca de 50% desses links, 15.202, foram excluídos após circularem.
Leonardo: "Se metade do conteúdo desaparece, é claramente um site devotado para a desinformação. O conteúdo é postado, causa a desinformação e depois eles vão deletando. São altamente danosos".
Sobre o YouTube: por meio do sistema de recomendação de vídeos, a plataforma insufla a radicalização dos usuários, aproximando pessoas com interesses em ideias conservadoras a conteúdos ainda mais extremistas, de acordo com estudo de Rebecca Lewis (Stanford), de 2018.
A hipótese deles é que o Telegram funcione como um propulsor para a circulação de canais bolsonaristas do YouTube, plataforma que remunera produtores de conteúdo de acordo com o volume de acessos de cada página: entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações.
Sai o voto impresso, entra o golpe de Estado. Com a aproximação das eleições, grupos de extrema-direita no Telegram passam por uma radicalização acelerada no discurso de ruptura democrática, e agora centram os esforços na mobilização para o 7 de Setembro. oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-…
A conclusão consta no relatório "Democracia digital: análise dos ecossistemas de desinformação no Telegram durante o processo eleitoral brasileiro de 2022". Com apoio do @internetlabbr, o levantamento foi produzido por pesquisadores de UFBA e UFSC, lançado nesta 4ª-feira.
Numa análise de 6,4 milhões de mensagens em 156 grupos e 479 canais de Telegram no longo de 2022, os pesquisadores identificaram uma disparada, a partir de fevereiro, na quantidade de mensagens conspiratórias e chamados para desobediência civil.