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GOVERNO QUER ACABAR COM MEIA ENTRADA DO CINEMAS.

Do jeito que está no Brasil, já passou da hora.

Se aqueles que querem corrigir desigualdades alterando o preço dos bens soubessem microeconomia, pensariam 2x antes de sugerir essas coisas.

Alguns já falaram, mas vale reforçar.
A intenção da meia entrada - como toda lei sedutora - é ótima:
- "Vamos baixar o preço de cinemas e atividades culturais para possibilitar o acesso para algumas classes."

O problema de quem faz lei é achar que agentes ficam estáticos diante de alguma intervenção. Não ficam!
Simples. Qualquer um que tenha um empreendimento sabe que precisa colocar um PREÇO MÉDIO do seu produto que FECHE AS CONTAS no final do dia.

Aí chega o governo e diz: "olha, pra esse grupo aqui, você só pode cobrar metade do preço."

Você, dono do empreendimento, o que faz?
Simples, sobe o preço para o restante, COMPENSANDO A PERDA DE RECEITA.

Quão mais você sobe esse preço?

Depende do quão grande for esse grupo. Se esse grupo representar apenas 1%, não precisa subir muito para os demais. Mas, se representar 90%, então o ajuste precisa ser maior.
Acontece que no Brasil a farra da meia-entrada ficou tão grande que, segundo a Ancine, 80% dos ingressos comercializados em 2019 tiveram algum tipo de meia-entrada.

E nem vou comentar o mercado negro de carteirinha de estudante que essa lei criou. Em outras palavras, corrupção.
Mas o principal problema, é como a lei da meia entrada é feita. Uma política de combate a desigualdade, para ser eficiente, deve ser MUITO FOCALIZADA nos mais pobres.

O que acontece é que a meia entrada é uma lei muito POUCO FOCALIZADA quem supostamente precisaria. Por quê?
Porque todo mundo quis seu pedaço. Sim, se João tem um beneficio, claro que Antônio também quer. Ou seja, vira um jogo de quem faz mais lobby, do quem grita mais.

Quem mais tem direito?
- Doadores de sangue
- Idosos acima de 60 anos
- Em pernambuco, professores e servidores. Etc
Agora, veja a distorção que critérios de classe (e não renda) geram.

- QUEM PAGA MEIA?
Gilmar mendes, com 64 anos de idade e R$ 37 mil de salário. O aluno da FAAP que tem uma BMW e Diretor que faz um MBA no valor de R$ 70 mil. Um servidor de PE que ganha acima de R$ 15 mil.
Enquanto isso, o PEDREIRO sem ensino médio, ou a faxineira e seu filho (que não está na escola) pagam inteira.

A lei, portanto, é muito ineficiente ao que se propõe. INCLUI quem não deveria E EXCLUI quem precisaria.

"Ah, mas como ajudar os mais pobres?"
Se o objetivo é ajudar os mais pobres, muito melhor é um programa como Bolsa Família ou Renda Mínima. Você simplesmente dá o dinheiro para quem mais precisa. E ele gasta com o que quiser.

Na meia-entrada, a intenção pode até ser boa. Só não tem funcionado no Brasil.
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