A China vem investindo forte no mundo para expandir sua expertise e capacidade nuclear. Após o acordo com a Argentina (plano estratégico de 5 anos), o país vem desenvolvendo mineração de yellowcake (urânio) com a Arábia Saudita. Thread 👇
Em 2017 a CHN fechou um plano de 5 anos com a Argentina. No plano estava incluído a construção de duas usinas nucleares (Atucha III e IV) com financiamento chinês e tecnologia de reatores de água pesada Hualong. Essa tecnologia nunca foi exportada p/ fora da CHN e seria um marco.
No acordo, a construção das usinas ficaria em torno de 10bi USD, com 85% sendo financiado pelos chineses. Além de uma turbinada na capacidade energética argentina, a CHN teria um vínculo estratégico de longo prazo além de ter um "showcase"pra demonstrar sua tecnologia nuclear.
O uso do reator Hualong One também está sendo implementado no Paquistão. A CHN tenta também promover essa tecnologia na usina de Bradwell no Reino Unido, mas dado as últimas tensões entre CHN e Reino Unido, as chances de sucesso são remotas.
Naturalmente, isso incomoda muitos os EUA, pois os laços CHN-ARG seriam longos, a CHN teria uma influência energética enorme na ARG e o baixo custo de suas usinas atrairiam interesse de outros países.
Dentro dessa expansão chinesa na área nuclear, um acordo foi fechado entre CHN e Arábia Saudita (AS) para a mineração de urânio e produção de yellowcake: matéria prima para reatores nucleares a base de urânio.
A AS nega q queira criar 1 programa militar nuclear e q a ideia é apenas diversificar sua produção estratégica p/ além do petróleo. No entanto, sabemos q o prog nuclear iraniano sempre pressionou a AS a ter algo similar. Isso nunca avançou dada a relação estratégica entre AS-EUA.
Produzir yellowcake não quer dizer q um país terá um programa nuclear militar. O Canadá é um grande produtor de yellowcake e nem por isso gera suspeitas de desenvolver um programa militar nuclear. A geopolítica da região (Oriente Médio) acirra mais as desconfianças em cima da AS.
A medida que a CHN fortalece seu vínculo estratégico com AS, Irã, Líbano, Israel (parceria comerciais e de infraestrutura), o país passa a ser um influenciador chave no Oriente Médio se aproveitando, novamente, do recente vácuo deixado pelos EUA.
O fato da China exportar tecnologia nuclear e infra de mineração de urânio para um país como a AS nos leva a refletir sobre o plano de longo prazo dos sauditas e sobre a estratégia geopolítica chinesa.
