Se você pensa que vai fazer sua revolução ou luta grande apesar dos evangélicos, senta ai que a realidade é dura e talvez suas teses não estejam preparadas para ela. Não apenas porque são o grupo que mais cresce, mas e sobretudo porque criam comunidades, precisamos entender. +
A primeira desilusão a abandonar é essa ideia de religião como ópio do povo dos marxistas que serve para envaidecê-los frente ao povo de fé. O ópio está mais para morfina do que para LSD. Marx estava falando de religião como ajudar a suportar a realidade dura. +
Não é possível retirar a fé do conjunto de atuação política pq mesmo os que se dizem céticos não o fazem. Trata-se portanto de criticar as instituições religiosas e suas lideranças, mas com olhos atentos para a base para não as perderem. +
Pois são mulheres periféricas, pretas, pobres quem sustentam os círculos de oração e o trabalho comunitário de cada igreja que tem prosperando no BR. Contudo elas não acessam o púlpito. Não dirigem o Ministério. Está aí o racismo de sempre. +
Esse trabalho comunitário é o trabalho de base que as esquerdas foi parando de fazer. Ele montou comunidades reais de apoio e ajuda mútua em tempos de genocídio. Como trocar isso por uma organização de esquerda que produz mais treta que autocuidado?+
Nosso caminho, se trabalhamos na base, inevitavelmente perpassará por eles, seja você panafricanista ou leninista. Porque estas igrejas tem territorializado o poder, se relacionado com o estado e com as milícias, ainda que sua base seja contra políticas anti-povo. +
Quem chega antes dos portões das penitenciárias abrirem para visita e só saem depois que fecham são elas. Não só para visitar os presos, mas para dar diversão, atendimento médico e etc para os familiares. Quem faz o trabalho ganha a base. +
E por mais que alguns de vocês podem dizer que estão fazendo por dinheiro, eu vos pergunto: e por que nós não estamos fazendo o mesmo pela revolução, pela luta? Nos falta dinheiro? Ou nos falta organização pq nossas esquerda são incapazes de produzir comunidades? +
É claro que tem exceção. Os movimentos sociais de base seguem produzindo comunidades e agora BA pandemia vimos a importância em cada grande doação que estes movimentos faziam em favor dos mais pobres. Não há ai uma reflexão de caminho para nós? +
Por fim, não se combate os coronéis da fé sem conhecimento do movimento que os fez ricos. Estamos cheios de preconceito e nos cabe aprofundar a ideia para avançar na luta.
O @AndrBorghi1 recomendou e assisti aqui, vale muito apena sobretudo para a galera marxista.
