Nesse debate ao redor do Fundeb, tem grupos específicos trabalhando contra aspectos democratizantes do texto, como o CAQ. O Todos pela Educação está puxando o grupo, mas ele é ponta de uma rede muito maior. 1/n
As fundações e institutos, como o Todos, Fund. Lemann, Inst. Ayrton Senna... se denominam representantes da sociedade civil, e buscam legitimidade com isso. Acaba tendo uma confusão e dificuldade em separar os grupos para entender interesses e agendas. 2/n
Desde os anos 90, a tal sociedade civil mudou muito. Antes era principalmente composta por movimentos sociais e grupos populares, mas desde lá temos cada vez mais grupos empresariais, de elite e “profissionalizados” ocupando esse espaço. 3/n
Essas novas organizações não tem nada a ver com as de base, fundação empresarial e movimento social são diferentes em visão de mundo, composição, propósito, financiamento e orçamento, forma de trabalho... 4/n
A tal filantropia não representa ninguém e segue sua própria agenda, determinada por seus financiadores empresariais. Não tem nem mesmo ferramentas de controle e transparência para fiscalização dos grupos que eles dizem defender. 5/n
Então o Todos, financiado por empresas e com sua rede de filantropia familiar e empresarial, não tem nada a ver com organizações como a @camp_educacao, com seus comitês regionais de educadores e rede de orgs representativas como sindicatos, quase s/ orçamento, é na militância 6/n
Os interesses dessas orgs empresariais são diversos, como isenção fiscal, marketing, networking, ganho de poder político, sujeitar educação ao desenvolvimento econômico, reduzir o estado, criar um mercado de educação para vender... 7/n
O que não tem é democratização da educação, gestão participativa, transformação social, combate à desigualdade, formação de cidadãos críticos, e trabalho com quem realmente está na escola. 8/n
Eles trabalham como empresas e querem disseminar a forma empresarial de gerir, inclusive escolas. Isso, além de ter interesses próprios, ignora que a educação tem dinâmicas próprias. Por exemplo, diferente do mercado, escolas precisam mais de cooperação do q competição. 9/n
Na lógica de empresa, acham que o que é necessário para a educação é padronização para ganhar escala e formas de gestão e controle que funcionem “a despeito” do professor. Já me disseram que era como Mcdonalds, ter processo forte para gerir funcionários de baixa qualidade. 10/n
Com a lógica do lucro e estado mínimo, buscam formas baratas de bater metas (eis a busca pelo mínimo que suba o IDEB). Tentam “incentivar” o prof como um vendedor, com bônus por meta, s/ remuneração e condição de trabalho adequados. Trabalham sobre o indivíduo, ñ estrutura 11/n
Tudo isso vai na contramão do direito à educação e valorização do professor e educador. São lógicas de quem não educa e não entende a escola pública. E Paulo Freire já dizia, queremos justiça social, e não caridade. 12/n
