20 meses de governo - 42% do mandato - já dá pra fazer um balanço.
Estamos, pelo menos, indo na mesma direção que disseram que iam nos levar? Ou estamos repetindo a história da velha política e do bom populismo? Segue.
O Governo começou bem! Fez uma reforma da previdência mais ambiciosa que a de Temer. Economia de ~R$ 1 tri em 10 anos.
Vamos ignorar que a reforma manteve privilégios de alguns grupos de interesse - como dos militares. Pelo menos a reforma saiu.
Já de início, prometeram privatizar estatais como Eletrobrás, Correios, Banco do Brasil e a EBC, Empresa Brasileira de Comunicação”.
Os cargos seriam técnicos e não mais políticos o que iria gerar recursos pro governo e melhorar a eficiência das Estatais.
Nem a EBC que é irrelevante o Governo conseguiu privatizar. Os Bancos estão maiores ainda. O que se viu foi o oposto, a criação de uma estatal, a NAV.
O secretário de Desestatização não conseguiu entregar o prometido, jogou a toalha e pediu demissão.
Essa foi a agenda que elegeu Bolsonaro! O fim da impunidade e do foro privilegiado.
Durou pouco. O envolvimento do filho Flávio em escândalos obrigou JB a fazer tudo que sempre criticou.
Mexeu na PF. Interferiu nas investigações. Sufocou a Lava Jato.
E sem privatizações, agenda anti corrupção, sobrava a agenda de produtividade: Reforma tributária e administrativa.
Nos prometeram simplificar.
O que entregaram? Por meses, tentaram enfiar uma CPMF do Marcos Cintra. Desistiram.
Depois de meses de atraso, mandaram algo. Melhor que nada. Mas é uma reforma que ataca tão pouco a complexidade que mal dá pra chamar de reforma.
O problema do servidor não está na servente da escola, na enfermeira do SUS.
É nos altos cargos que vêm o prêmio salarial de até 90% em relação ao setor privado.
O secretário, Paulo Uebel, vendo a coisa não andar, também deixou o cargo esta semana.
Todo bom governante do Brasil entendeu isso. Mas pra quem sempre criticou isso, é triste ver conchavos com Roberto Jefferson, entregar estatais pro centrão, deixar de investigar corruptos.
Optou pelo que dá resultado mais rápido: dar benefício assistencial aos mais pobres.
Com certeza dá voto. Mas a conta do populismo chega e é alta.