DATAFOLHA, O FIO
1) AUXÍLIO EMERGENCIAL. Explica muito, mas não tudo. E atua em várias dimensões. Em março, o Bolsa Família pagou R$ 191 em média a 13 milhões de famílias. O auxílio chega com R$ 600 ou R$ 1.200 a 65,9 milhões de brasileiros.
1) AUXÍLIO EMERGENCIAL. Explica muito, mas não tudo. E atua em várias dimensões. Em março, o Bolsa Família pagou R$ 191 em média a 13 milhões de famílias. O auxílio chega com R$ 600 ou R$ 1.200 a 65,9 milhões de brasileiros.
2) É importante compreender as camadas deste alcance. Os miseráveis, que já estavam no programa e experimentaram um salto na renda. Os pobres mapeados pelo Cadastro Único, necessitados mas não atendidos pelos programas de transferência de renda.
3) Os desempregados e informais (sem carteira ou autônomos), que estavam nas bordas da vulnerabilidade social, eram invisíveis para o governo, como admitiu o ministro da Economia, e acabaram de ser apresentados ao Estado.
4) MANUTENÇÃO DO EMPREGO. Mais de 16 milhões de trabalhadores mantiveram o vínculo empregatício, mesmo com queda de renda, por meio dos acordos de redução de jornada e suspensão do contrato de trabalho. Isso segurou o aumento do desemprego nos meses iniciais da pandemia.
5) AUTOCRACIA. O presidente avançou no autoritarismo sem parecer. Silenciou sobre golpe e criminalização do STF e do Congresso. Mas age via Polícia Federal, PGR, Ministério da Justiça. A perseguição de adversários está em curso, incluindo governadores, servidores e a Lava Jato.
6) PROTAGONISMO. Ministérios da Saúde e da Educação, áreas problemáticas, estão acéfalos. As cobranças não o alcançam, porque o incômodo maior com a visibilidade de figuras como os ex-ministros Mandetta e Weintraub.
7) Não é por acaso que a rejeição aumentou, em um ano, de 42% para 56% entre os estudantes. Para esse grupo, não houve e nem há política pública. Há responsabilidade do presidente, mas essa associação não é simples.
8) GOVERNADORES. Os adversários de Bolsonaro, que capitalizaram o início da pandemia, sucumbiram. Wilson Witzel à beira do impeachment. João Dória responsabilizado pelo Planalto pelas mortes em SP. Lava Jato alcançou o PSDB. A violência policial explodiu em RJ e SP.
9) CLOROQUINA. Não tenho prova, mas convicção de que a cloroquina pesou. A Pnad Covid-19 do IBGE, desde maio, mostra quase seis em cada dez brasileiros que tiveram sintomas mas não procuraram atendimento médico se automedicaram. Remédio é fetiche nacional. O que não mata.
10) EVANGÉLICOS. @ronilso_pacheco cantou a pedra. Lideranças evangélicas que estiveram com o presidente do Jejum pelo Brasil na Páscoa nada disseram no fim de semana em que o país alcançou cem mil mortos pela Covid-19. Apoiam e livram o presidente da associação com a carnificina.
11) QUEIROZ. A prisão do ex-assessor do senador Flávio na casa do advogado da família pesou na postura mais silenciosa do presidente. Mas STJ embolou bastante o enredo com decisões favoráveis à família. O que faz sangrar é a certeza, não a dúvida.
12) REJEIÇÃO. Já mencionei os estudantes. A rejeição ao presidente aumentou entre quem tem ensino superior (de 43% para 47% em um ano) e os que ganham de cinco a dez mínimos (de 31% a 40%). Escolaridade, renda, carteira assinada e nível de informação caminham juntos.
13) A popularidade do presidente segue baixíssima entre os negros. Subiu de 19% para 25% em um ano. A proporção de ruim/péssimo é de 48% entre os pretos e de 39% entre as mulheres. Os identitários...
14) Minha querida @miriamleitao sublinhou no @estudioi que o atual presidente é vice-líder em má avaliação (34%) com um ano e meio de governo. Perde para FH, Lula e Dilma. Só ganha de Collor (41% de ruim/péssimo).
15) METRÓPOLES. A crise da Covid-19 (sanitária e econômica) é fortemente metropolitana. O Nordeste, obviamente, respondeu ao auxílio emergencial. O arcabouço de auxílios a trabalhadores formais e informais alcançou Sudeste e Sul, onde a popularidade aumentou para 36% e 42%.
👇🏾👇🏾👇🏾
