Thread by @de_werlang

THREAD: O estado, afinal, pratica ou não pratica escravidão?
#EscravodoEstado

A análise deve começar com a adequada definição de estado.

O estado é apenas uma organização que pratica violações contínuas e institucionalizadas dos direitos de propriedade num determinado território.
O estado é apenas um aparato de coerção, compulsão, violência; uma instituição que arroga a si mesma o monopólio da agressão.

A escravidão significa submeter pela força outros indivíduos; significa impor forçadamente a vontade de uma pessoa sobre outra; significa coagir um ser humano a fazer aquilo que outro deseja.

A escravidão também significa expropriar os outros.
Um estuprador, por exemplo, ataca a propriedade privada de uma mulher (o corpo dela).
Com a sua mão armada, um assaltante obriga outra pessoa a lhe entregar dinheiro.

O estado, por meio da legislação (meras ordens arbitrárias que inventa) que impõe, comunica aos seus escravos aquilo que devem fazer ou deixar de fazer, assim como aquilo que podem fazer.
Permissão, obrigação e proibição.

Na prática, é como se o estado se considerasse dono dos seres humanos que se encontram no território em que exerce domínio; é como se ninguém fosse considerado dono de si mesmo.

O estado, por meio das expropriações que pratica (em especial, a tributação e a inflação monetária), toma para si as riquezas criadas pelos seus escravos.
Também impede que os escravos possuam e portem armas de fogo para legítima defesa.

A escravidão de propriedade privada — i.e., a existência de donos individuais de escravos (seres humanos considerados propriedade privada de outros) — foi institucionalizada pelo estado ao longo da história, nas mais diversas regiões do mundo.

Hans-Hermann Hoppe, no seu famoso livro DEMOCRACIA — O DEUS QUE FALHOU, faz uma distinção entre “escravidão de propriedade privada” e “escravidão de propriedade pública”:

Com o republicanismo democrático, a distinção entre governantes (senhores) e governados (escravos) ficou bastante embaçada, com os últimos chegando a achar que eles são o estado!

O excelentíssimo senhor doutor Raphaël Lima (@Ideias_Radicais), ao dizer que o estado não pratica escravidão (por não diretamente separar alguém da sua família, enviar para outro continente e obrigar a trabalhar até a morte), está prestando um enorme desserviço à humanidade.

No Brasil, o estado é extremamente escravocrata. Impõe um sistema tributário muito complexo e muito pesado; deprecia enormemente o poder de compra do real; impõe volumosa burocratização (regulamentação, restrição) sobre a economia e a vida dos brasileiros.

O estado, aqui no Brasil, simplesmente impede o acesso da maioria dos brasileiros a produtos e serviços melhores e mais baratos; com a sua burocratização, os seus tributos e a sua depreciação monetária, diminui a concorrência interna e externa.

Nunca esqueçamos, por exemplo, a fala do excelentíssimo senhor doutor Paulo Guedes sobre o câmbio desvalorizado, dando a entender que brasileiros com menor renda deveriam ser impedidos de viajar para a Disney (Flórida, EUA).

Nunca esqueçamos, por exemplo, o estupro em massa praticado pelos soviéticos (Exército Vermelho) contra as mulheres alemãs nos territórios que conquistaram.
Tais abusos perduraram por muito tempo — diz-se até o estabelecimento da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).

O estado, sim, pratica escravidão.
Ela é menos nítida.
Ela se enverniza com inúmeras e diferentes ideologias.
Ela se disfarça com os tais “serviços públicos”.
Ela se esconde por trás da institucionalização (“é a lei”).
Mas ela está aí.