Bom, eu sou educador e estou prestes a começar essa tal de aula remota. Antes eu queria colocar umas questões para que não façamos irrefletidamente o que agora nos impõe a fazer. Segue o fio sobre trabalho docente remoto e as dores da pandemia+
Alguma vez na história do trabalho (não precisa ser recente), nós vimos uma adição tecnológica e uma nova formação de trabalho retroagir e voltar ao seu estado original depois de uma imposição de inovação? Não pensemos que estamos diante de algo que se desliga ao final crise.+
O trabalho remoto ficará, sendo imposto ou não. E vai ser o maior sistema de vigilância sobre o trabalhador intelectual da rede federal no governo que mais mostrou que tem interesse em vigiar, monitorar e punir. As ferramentas mais usadas são de multinacionais. Faz as contas.+
Temos aparato psicológico e jurídico para isso? As escolas e faculdades estão preparadas para evitar vazamentos, exposições e para cuidar de docentes que, em sofrimento, foram gravados em uma aula e expostos?+
Não estamos falando de aplicativos próprios, mas de uso de ferramentas de multinacionais que sempre investiram pesadamente para substituirmos nós. Todas elas operam com captura de informação por inteligência artificial. No fundo, estamos ferramentando quem irá nos substituir. +
Lembremos como as indústrias de transgênicos roubaram tecnologia de sementes dos povos tradicionais e patentearam como se fossem delas. Talvez com nossas próprias aulas, com nossas formas de abordar, expressões, jeitos, td isso virando habilidades e técnicas de apps contra nós.+
quantas brechas estaremos dispostos a deixar? Ex: A gestão não contrata substituto e faz uma aula de um docente ser replicada para mais turmas até a que sua colega volta de licença maternidade. Inclusive nosso sucesso será usado pelo governo para não contratar mais docentes.+
Este não é um governo de políticas de inclusão. O estudantes marginalizados digitais serão considerados apenas efeitos colaterais de uma "grande inovação" via ensino remoto. Lembrem do auxílio de 200 reais. Ficou 600 a contra gosto, mas hj é carro chefe da política.+
Estamos na maior crise capitalista e de emprego desde a 2ª guerra mundial e qual o horizonte estamos apontando para o estudante? Seguir como se nada tivesse ocorrendo? Se há algo por fazer, que seja para dirimir o impacto que todas estas dores já estão causando.+
Ideologicamente nós estamos perdendo para a religião da morte, o culto ao suicídio coletivo (de praia lotadas e festas) e a banalização de 120 mil mortos. Que a escola, no mínimo, oriente para o discernimento.
Para fechar com chave de bosta: "Google lança diploma em 6 meses e inicia concorrência com universidades"
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Para um exemplo didático:
Pra num dizer que eu tou mentindo, o maluco do Aí-é-Foda tá lançando um aplicativo pra educação:
