O Brasil está queimando!
Você sabia que os efeitos da queima de biomassa desta magnitude na saúde das pessoas é imenso?
Aqui reuno evidência científica produzida no Brasil:
⬆️ Mortalidade
⬆️ Hospitalizações
⬇️ Desempenho escolar
⬆️ Eventos na gravidez e ⬇️Saúde do bebê
Um dos principais poluentes derivados de queimadas é o material particulado <2.5 (PM2.5). Não é o único, obviamente. Porque a queima gera vários produtos. Por essa razão, inclusive, estamos investigando se a "fumaça" ou poluição gerada em queimadas assim não é inclusive pior para
a saúde humana que a poluição gerada por outras fontes (carros, etc). Inclusive o próprio PM2.5, que dentro dele tem vários componentes, acredita-se que o PM2.5 de queimadas seja mais danoso que um PM2.5 não proveniente de queimadas (veja alguns estudos da Califórnia).
- Ter tido COVID provável ou confirmado
- Sintomas após 90 dias do COVID
- Sintomas que durem pelo menos 2 meses
- Não ter uma explicação alternativa
- Comumente afeta vida diária
Os sintomas podem ser vários, mas comumente fadiga, diminuição da capacidade para respirar, alguma disfunção cognitiva entre outros. São sintomas novos (que aparecem após o COVID) ou que são persistem, ie, continuam.
Se confirmadas, explica bastante porque ela está dominando o mundo e causando estragos
- Maior carga viral na primeira detecção (muito maior)
- Vírus pode se reproduzir mais rapidamente
- Capacidade de transmitir mais precoce
Nesse report, pesquisadores avaliaram um surto epidêmico na China e investigaram bem de perto contatos. Basicamente testaram diariamente. Eles então compararam tempo entre exposição com um positivo e detectar PCR pos, carga viral, entre outros.
Comparado com um outro surto lá do comecinho também investigado exaustivamente, eles acharam:
O tempo entre alguém ter contato com alguém transmitindo até ter um PCR positivo encurtou de 6 (IQR 5-8) dias para 4 (IQR 3-5). Assim, uma redução importante no intervalo serial,
Dados 🇧🇷 sobre Condição após COVID-19 (COVID Longo) - preprint
➡️602 pacientes após COVID19 na Bahia, com quadro leve (não hospitalizado), moderado (hosp não UTI), grave (UTI)
➡️52 anos idade média, avaliação ~2.5 meses após
▶️mediana de 8 sintomas 👇
▶️Mulheres mais acometidas
Impacto na qualidade de vida. Abaixo fatores associados com alterações nos 5 dominíos da qualidade de vida avaliados pela escala EuroQoL (logística ordinal)
-Sexo feminino associado com alteração em todos os domínios (dor, mobilidade, ansiedade/depressão), exceto auto-cuidado.
-Gravidade associada a alguns domínios, condizente com o que se sabe antes de COVID.
Outro achado interessante foi alteração num marcador de inflação - Proteína C Reativa - que é um marcador geral, mas que se mostrou alterado em (40%) acima de >5mg/L.
Voltei a calcular a taxa de mortalidade padronizada por idade comparando Brasil e Itália e Brasil e Espanha:
- Mortes por 100 mil no Brasil: 184
- Mortes por 100 mil na Itália: 102
- Mortes por 100 mil da Itália se tivesse a mesma estrutura etária por sexo do Brasil: 39
Brasil x Espanha (período de Maio 2020 até agora)
- Mortes por 100 mil no Brasil: 157
- Mortes por 100 mil na Espanha: 98
- Mortes por 100 mil da Espanha se tivesse a mesma estrutura etária do Brasil: 46
Se os países tivessem a população padrão da OMS:
Brasil início até Abril/2021: 159/100 mil
Itália início até Abril/2021: 33/100 mil
Brasil de Maio/2020 a Maio/2021: 133/100 mil
Espanha de Maio/2020 a Maio/2021: 36/100 mil
No Brasil, morreu-se 4.8x que Itália e 3.7x que Espanha
Isso ainda me deixa muito perplexo.
Já comparamos a taxa de morte padronizada por idade entre Brasil e Itália para COVID-19. O Brasil foi muito pior até então. E em números absolutos a diferença é gritante entre crianças e adultos jovens.
Abaixo Espanha, veja mortes por idade.
Estes dados são do último ano, de Maio 2020 a Maio 2021. Vejam de novo...
- Morreram 214 pessoas abaixo de 40 anos no último ano
- Morreram 2255 pessoas entre 40 e 59 anos no último ano
Ah, Otavio, mas no Brasil tem muito mais jovem. Sim, claro, mas a diferença não precisa
nem de cálculo. Leia de novo, num país com a população próxima do estado de São Paulo, morreram 214 pessoas <40 anos no último ano por COVID. Pelo Seade, considerando todo o período, óbitos abaixo de 40 anos corresponderam a 12.7% dos óbitos. Na Espanha, 0.44%. Isso se repete