TRAINEE NA @MagazineLuiza (segue o fio):
O corte “racial” para um programa trainee de uma empresa pode dar certa visibilidade à empresa e agregar alguns pontos em sua avaliação de mercado. Mas o fato é que é um programa destinado a uma “elite”, ainda que negra. 👇🏿
Quase metade dos negros brasileiros sequer consegue terminar o ensino médio. E quando termina, numa escola pública de péssima qualidade, estará fadado ao subemprego. Aí está o problema real. O que a “Magalu” faz é alguma coisa? É. Mas o alcance é limitadíssimo, irrisório. 👇🏿
Por isso não há mais negros nos cargos de liderança das empresas; eles sequer se tornam aptos para tal. Outro fator é que a quantidade de grandes empresas no BR é baixo e o número de empresas vem diminuindo ano após ano.👇🏿
Não há, como dizia André Rebouças, liberdade individual e espírito de associação. Não há emprego. O modelo oligárquico e a corrupção público/privada ainda é praticamente o único meio pelo qual se próspera por aqui. Não há chance para o pequeno e para o pobre. 👇🏿
Enquanto os demagogos de sempre não jogarem a toalha e houver investimento nas camadas mais baixas da sociedade, onde estão aqueles 50% que sequer têm saneamento básico — e a maioria é negra —, todo o resto é “perfumaria” e o esforço pessoal ainda será a ÚNICA saída. 👇🏿
Imagine a @MagazineLuiza oferecer bolsas de estudo integrais, do fundamental à faculdade, em escolas de ponta, a filhos dos mais pobres desses 53% de funcionários negros. O resultado seria imediato? Não. Daria marketing? Não. Mas mudaria, de fato, a história de várias famílias.
Pequena correção: “Enquanto os demagogos de sempre não jogarem a toalha e NÃO houver investimento nas camadas mais baixas da sociedade...”
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Uma problema que afeta sensivelmente a questão do trabalho no Brasil: o limite de faturamento anual pra MEI é de R$ 81 mil. Ou seja, você não pode faturar, mensalmente, mais do que R$ 6.750. Caso isso ocorra, você será obrigado a se tornar ME e sua vida se tornará um INFERNO. +
Você será obrigado a contratar um contador, a pagar 6% para cada nota emitida, a gerar e pagar uma guia mensal bizarra… ou seja, se um micro empreendedor prospera no Brasil, ele é PENALIZADO. Existe um PL para aumentar esse limite MEI. Sabe quem sentou em cima do projeto:
o senador Rogério Carvalho, obviamente, do PT. Por que? Porque, segundo ele, “o governo não pode abrir mão de outras receitas. É preciso ter compensação para que possamos fazer isso”. Ou seja, o governo não quer sair da jugular do micro empreendedor. +
Opinião impopular e altamente cancelável, mas dane-se: ditadura no Brasil é “white people problem”. Se se fizesse no Brasil um terço de filmes sobre a Escravidão (ou pessoas negras célebres) que fazem sobre a ditadura, eu consideraria o cinema brasileiro coisa seria. +
O filme “Quilombo”, de Cacá Diegues, é de 1984! Só em 2021 saiu um filme — simples, barato — sobre Luiz Gama. Nada de Rebouças, Patrocínio, Theodoro Sampaio… todos altamente biografáveis. Nada. São pretos que não cabem na obsessão da esquerda branca por luta de classes. +
E o pior: os pretos autorizados pela esquerda branca abraçaram esse papo de ditadura com unhas e dentes. Racionais, por exemplo, tem música sobre Marighella, mas não tem sobre, sei lá, Teresa de Benguela — que é lendária (mas real), enquanto Dandara é ficção acadêmica pura. +
Trump aumentou sua margem de votos entre negros e latinos. Entre negros, por exemplo, teve 8% em 2016, 13% em 2020 e 24% em 2024. Jornalistas (e artistas) há muito não analisam fatos, mas militam e tentam influenciar — sem sucesso — as pessoas simples com suas diatribes. +
O que não percebem é que o mundo mudou e a visão de mundo das pessoas vêm mudando também. A ideia de que a riqueza no mundo é um bem limitado que está nas mãos de um grupo (os chamados “opressores”) e que, por isso, a única maneira do pobre ter alguma dignidade +
é via transferência de renda e benefícios sociais não está colando mais, sobretudo quando esse discurso, atualmente, é um cavalo de Tróia do tipo: a gente te entrega um cartãozinho com mil conto e uma vida de merda, você nos entrega seus valores e a gente confunde seus filhos. +
O Brasil tem 16 milhões de analfabetos e 38 mi (ou +) de analfabetos funcionais. Ou seja, somos uma população absolutamente vulnerável a qualquer lorota afirmada com estetismo retórico. Ninguém precisa explicar as bobagens que diz, basta dizê-las com ares de verdade apodítica. +
A intelectualidade acadêmica pós-moderna, até pela necessidade de produzir ideias e teorias novas a todo momento, a fim de angariarem títulos e prêmios, é praticamente formada por esse tipo de engambelação sistemática disfarçada de pesquisa e conhecimento. +
As teorias sociais contemporâneas são, em grande medida, masturbações mentais (ou emocionais) baseadas em filigranas da realidade (às vezes nem isso) tomadas como fatos evidentíssimos e transpostos para a realidade como um todo — transformando pingos em linguagem não neutra. +
Eis a arrogância esquerdista em todo o seu esplendor. O termo “pobre de direita” já é a expressão máxima do elitismo de uma turma de intelectuais e seus apaniguados ideológicos que não enxerga para além dos próprios narizes de palhaço. +
Eles têm plena convicção de que o lugar do pobre é aos seus pés, pois sua estratégia de lhe oferecer não só uma resposta simplória, arrogante e descolada realidade a respeito de sua condição social, mas uma quantidade calculada de esmolas que lhe mantenha em dependência perene +
é vista, aos seus próprios olhos, como a quintessência da justiça social. Só não contavam com o senso de sobrevivência e liberdade de um povo que passou séculos sendo manipulado e aprendeu que não há um justo sequer. Um povo que, por séculos, só teve a fé como norte +
Os artistas sempre tiveram o status de uma intuitiva consciência crítica da sociedade. Sempre tiveram um papel fundamental na construção da imaginação moral de um povo. Esse vídeo é o exato oposto disso. Grande parte do atraso cultural do país se deve à sua classe artística. +
Sim, é uma contradição, mas é também o retrato da pobreza espiritual - ou seja, vocacional - de nossos artistas. Pobreza essa ocasionada pela subserviência política de sua arte, que macula sua capacidade de serem fiéis ao Ideal. Agora são fiéis a ideologias e sua arte é lixo. +
Isso não significa que artistas não devem se posicionar politicamente. Como consciência crítica isso é impossível. Mas uma coisa é ser, p.e., gênios como Nina Simone ou Dostoiévski, que arriscaram suas carreiras em nome da fidelidade à verdade política e social que os movia. +