Durante os anos 30 e até no início dos anos 40, houve defensores do Nazismo nas democracias liberais. Houve também quem não defendesse, mas relativizasse, principalmente com "e o X?", onde X eram os maus feitos por alguma potência Ocidental não germânica.
Como o racialismo estava na moda desde o fim do século XIX, promovido pelos autoproclamados PROGRESSISTAS (sim, as leis segregacionistas americanas foram promovidas pelos progressistas), racialistas pan-africanistas do Brasil e dos EUA viam no NSDAP um exemplo.
Todo mundo sabia que a visão de mundo nazista era fortemente racista. Que era belicista. Revanchista. Entretanto ela não se vendia como o "lado negro da Força".
A maioria das pessoas não sabe que os nazistas tinham fazendas experimentais na África, América Latina e Sudeste Asiático. Nelas ocorria pesquisa e desenvolvimento de agricultura tropical. A ideia era fornecer gratuitamente esta tecnologia aos agricultores locais.
Por quê? Porque os nazistas queriam desestimular imigração pra Europa. E um modo prático de conseguir isso é mitigando a fome nas nações tropicais.
Ademais, levavam a sério o papo escroto de raça superior. Viam como seu dever melhorar o mundo.
Então o furor nacionalista grandiloquente, o entusiasmo de um império de mil anos a conduzir a humanidade e meia dúzia de boas ações serviam pra seduzir alguns observadores internacionais.
Ademais, hoje sabemos detalhes sórdidos dos crimes nazistas. À época o público internacional desconhecia isso.
A brutalidade da ocupação no leste europeu era conhecida. Campos de trabalho forçado e de extermínio? Não.
Podia-se suspeitar deles. Podia-se intuir que extermínio étnico era afim à ideologia nazista. Mas SABER sobre eles, não.
Então um nacionalista paranoico nas bobeiras anti-semitas poderia conceber (e concordar com) as deportações em massa: a URSS mesmo fez algo similar. Saber dos campos de extermínio, não.
O genocídio foi tão horrendo e em escala tão grande que desperta ceticismo até hoje. Se você parar pra pensar como, só de judeus, deram cabo de 6M sem computador, sem Internet, sem GPS... Toda a organização, logística, os custos envolvidos.
Auschwitz tinha uma linha férrea particular e dupla! Hoje o estado de São Paulo não tem a estrutura férrea que os nazistas montaram só pra exterminar civis na Polônia ocupada.
Foi um esforço enorme, uma alocação de recursos tremenda e irracional para esta tarefa horrenda. O Corona está sendo a principal causa mortis em vários cantos do mundo e mal chegamos a 1M de mortos.
Pense, só de judeus, 6M. É uma escala abominável. Não espanta que fosse difícil conceber Treblinka ou Birkenau.
Mas não se sabia da existência destas fábricas da morte. Os judeus eram embarcados pro leste, é o que se sabia. Ainda que fossem abandonados nas estepes gélidas e minguassem de fome e frio, poderiam supor alguns, fábricas da morte era algo inimaginável.
Então aos simpatizantes Ocidentais do Nazismo naquela época somos obrigados a conceder que não sabiam da escala abjeta do horror "no leste". Nem poderiam imaginar isso.
HOJE, agorinha, há vários MILHÕES de Uyghur aprisionados em Campos de Concentração na China. Há imagens deles. No mínimo 2M de pessoas aprisionadas. E ao menos 0,5M de tibetanos e 0,5M de mongóis.
Qual a desculpa de quem apoia a China hoje? Certamente os chineses não são menos criativos do que os alemães nestes assuntos funestos, então aquilo que ainda não sabemos é possível suspeitar.
Como é que tinha gente que apoiava o Nazismo, fora da Alemanha, naquela época?
Veja quem apoia hoje a China e saberá a resposta.
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Porque amadores automotivados fazem, DE GRAÇA, um trabalho MELHOR. E frequentemente mais impessoal, imparcial e objetivo.
E mais. Os serviços de inteligência de vários países deixa a desejar frente a alguns anônimos da internet.
Grandes portais de notícia, telejornais, etc, histéricos condenando Israel pelo incidente no hospital. Um ou outro veículo, timidamente, culpando de cara os terroristas. Em AMBOS os casos, péssimo trabalho.
À época, sabíamos quase nada. Tem de se ater aos fatos, não às ilações.
Em tempo real, anônimos automotivados fizeram, de graça, a confirmação da localização do incidente por geolocalização. Levantaram vários vídeos, de vários ângulos e começaram a discutir as hipóteses.
A tudo isso, temos acesso gratuito. Sem assinatura, sem paywall.
It's staggering how few the Sassanians knew about Cyrus (simply called "the great"). For ages we also didn't know a thing about the Hittites, despite their mention on the Bible, and to this day we call them "Hittites", although they called themselves Nessites.
Given the astonishing deeds during the Neolithic and the immense amount of time spent in relative complex societies, we probably have no direct names from that age — maybe some hints of them in very ancient tales and myths.
Literacy helped a lot to preserve names, events and biographies, but as I mentioned, we already lost knowledge about great names and nations of literated societies, like Akhenaten and Shuppiluliuma — and early Anglo-Saxon Britain had almost no hints of the Roman Britain.
A população em geral não se importa DE VERDADE com democracia, republicanismo, correção ética mínima ou corrupção. Caso se importasse, seriam simplesmente mal-sucedidas as candidaturas de Lula e Bolsonaro.
A ambos falta compromisso com a República e com a Democracia, a ambos falta uma correção ética mínima e ambos promovem um culto personalista a si próprios e o pior tipo de populismo. Entretanto, pra mais de 100M de eleitores, NADA DISSO IMPORTA.
Seria esperado que o histórico de Bolsonaro, já desde os anos 90, um sujeito repugnante que advoca fuzilar representantes eleitos, tortura e assassinato de "uns 30k" brasileiros, além de um sem-número de disparates, fosse repugnado a jamais ser elegível ao Planalto.
Aprecio muito o Laicismo: cada qual que seja, ou não, fervoroso em suas fantasias míticas, mas sem importunar os outros.
Há tempos sugiro ampliar isso para a política: Laicismo Político, sobretudo em termos Institucionais.
Da mesma forma como indivíduos podem optar por jejuar, se abster de porco, se submeter à circuncisão, etc, nenhuma Instituição (pública ou privada!) deveria poder EXIGIR a imposição destas coisas.
Em questões políticas, as Instituições (públicas e privadas!) não deveriam poder IMPOR suas profecias de fé às pessoas — mas ao contrário do relativo sucesso com o Laicismo original, religioso, estamos muito, muito longe disso!
Tolerar NÃO É preferir, gostar, apoiar. É algo como "deixar ser/estar". O tolerante pode até DESGOSTAR do que tolera, e expressar este desgosto, desde que deixe ser/estar.
Não gosto de pizza com ketchup: não coloco ketchup na pizza, desaconselho a fazer isso e ainda tiro sarro de quem faz. Mas quer botar ketchup na pizza? Bote, oras!
Não gosto, mas TOLERO que façam isso — ainda que por vezes expresse minha contrariedade e desgosto a respeito.
Só que o pessoal anda pervertendo o sentido de "tolerância", então qualquer opinião negativa, de desgosto ou desaprovação, confissão íntima de preferência, etc, é erroneamente considerada INTOLERÂNCIA.
É sempre bom lembrar que foram os doutos de seu tempo, os Acadêmicos, os letrados de Paris e afins, que perseguiram Galileu — e acionaram os Príncipes locais, os Cardeais e o Papa para fazê-lo se calar.
Na maior parte da História, a Academia é e objetiva ser isso!
Uma série de acidentes históricos fizeram de bolsões da Academia da Europa Ocidental e América do Norte terem o objetivo de promover "conjecturas e refutações" em um ambiente mais "Liberal". Noutros tempos isso ocorreu brevemente noutros cantos:
— em Kwarezm e nos oásis budistas do Taklamakan;
— em Bagdá
— em Córdoba
— em centros intelectuais helenistas