A Alemanha decidiu tomar uma decisão intermediária em relação à Huawei. Apesar da pressao grande dos EUA para que vários países apliquem um banimento na empresa, como fornecedora de kits 5G, a Alemanha decidiu seguir uma linha particular. Thread ⬇️
Para a ALE, banir a Huawei implicaria em um contorcionismo jurídico complicado. A linha de corte que separaria outras empresas da Huawei não seria clara e daria abertura legal para questionamentos.
Além disso, a atual rede alemã (Deutsche Telekom, Vodafone Deutschland e Telefonica Deutschland) são dependentes da Huawei em vários equipamentos de infraestrutura telefônica. Desde 2017 a Deutsche Telekom vem diminuindo a relação com a Huawei, mas a dependência ainda é alta.
A narrativa de segurança nacional existe e é levada em consideração pelo governo alemão. No entanto, não é uma razão pública, pois a abertura de evidências de que a Huawei possibilita acesso via backdoor é difícil de comprovar tecnicamente.
Assim, a ALE visa apertar a Huawei por meio de processos burocráticos mais complexos que tornaria a contratação da empresa pelas operadoras mais complicada. Um novo texto de telecom será publicado em Novembro e trará novos caminhos burocráticos.
Na prática, a Huawei será banida na Alemanha sem necessariamente parecer um banimento. Isso visa impedir novos contratos com a Huawei, mas proteger o contratos vigentes entre a empresa chinesa e as operadoras alemãs. Não deixa de ser uma importante vitória para os EUA.
A "diplomacia da vacina" aplicada pela China e Rússia vem sendo muito eficaz, principalmente com países do sudeste asiático, oriente médio e America latina. Os dois países conseguem executar isso com + precisão, pois a Sinopharma e a Sputnik V são vacinas estatais.
O fato da Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Johnson e Johnson serem privadas, prejudica o uso diplomático/político de vários governos ocidentais em utilizar a vacina para abertura de mercados e movimentações estratégicas.
Assim, a China e a Rússia conseguiram ganhar mercado e envolver outras negociações dentro do processo de negociação da venda das vacinas (como a venda de caças SU-30 (RUS) e J-17 (CHN) para a Argentina, bem como acordos entre SINOPEC e PetroColombia.
Duas grandes diferenças de quem olha para o governo de dentro do país versus quem olha para o governo de fora do país (estrangeiros) são: passionalidade e comparação retroativa vs proativa.
O brasileiro une a paixão a favor ou contra um governante baseado no que aconteceu no passado e menos em relação ao que poderia ocorrer no futuro. A justificativa cai mt em cima do que tínhamos, logo o que temos é sempre comparado com o passado. Isso legitima ou não um gov.
O estrangeiro q olha para o Brasil para investir, tmb olha para o que tínhamos, mas tmb olha para o que poderíamos ser. Geralmente sem paixão, com um pragmatismo que assusta muitos no Brasil.
O cara que está em NY ou Londres, estrangeiro e investe no Brasil olha (entre outras coisas) para os investimentos que podem ser afetados pelo gov e outros onde a possibilidade de influência negativa do gov é menor.
Quando ele olha para algo mais específico, a natureza de expectativa em relacao ao governo é mais macro: simplificação de processos, desburocratização, questoes tributárias, regulação etc.
No fundo, o cara não está nem aí em como o gov se auto-intitula (direita, esquerda, centro). Tudo isso é interpretado pelo gringo em cima das decisoes tomadas.
A origem da vacina não é algo tão simples assim. A "vacina de Oxford" tmb vai ser produzida na CHN, por um laboratório chinês. A vacina da Pfizer tem como sócio o laboratório chinês Fosun Pharma, spin-off ta estatal Sinopharma. A vacina da Sinovac será produzida pelo Butantã.
Um grande numero dos medicamentos que ja consumimos no Brasil ou são produzidos na China ou contem ingredientes farmacêuticos ativos da China. A vacina de Oxford tem como parceira a Vaccitech, empresa britânica onde um dos acionistas é a Huawei.
A vacina do outro laboratório chinês, Cansino, é liderada por um especialista chinês que era chefe de pesquisa bacteriologica no laboratório francês Sanofi. Ja a vacina russa tem acordo de cooperação com a Sinopharma, estatal que produz, a outra vacina chinesa.
A Suécia decidiu banir a Huawei e a ZTE no país. A decisão impede que essas empresas façam parte da construção de redes de infraestrutura de 5G no país.
Suécia -->5G-->Huawei-->Brasil--> China-->EUA-->Acordo comercial - Thread ⬇️
A decisão sueca foi tomada com base numa análise do departamento de inteligência militar das Forças Armadas e aponta como principal razão o risco à segurança nacional. O leilão sueco das bandas de 5G ocorrerá no próximo mês e deverá focar na Ericsson (sueca) e Nokia (finlandesa).
Os suecos não conseguiram identificar mecanismos seguros o suficiente para garantir que informação que circula nas redes não seja vazada para terceiros (e, segundo a inteligencia, o gov da CHN).
A sociedade moderna tem expectativas politicas imediatistas. A politica responde com intencoes de curto prazo, ja que poucas politicas públicas de curto prazo sao transformadoras estruturalmente. A narrativa ganha um peso maior do que a execução.
Dizer que quer passa a ser interpretado como sucesso, ao inves de trabalhar numa construcao de longo prazo. Narrativas conjunturais atendem expectativas rapidas enquanto politicas estruturais esbarram nas explicacoes mal feitas dos govs sobre suas vantagens de medio/longo prazos.
Politicas estruturantes nao trazem recompensa de curto prazo. Alem disso, requerem um esforco gigantesco de construcao de viabilidade, onde "cartuchos" politicos sao gastos nessas negociacoes.