“Ele tomou muita tubaína comigo”, disse Bolsonaro sobre o advogado Kassio Nunes, desembargador do TRF1 na cota dos advocacia (sim, isso existe) e indicado pelo presidente a uma vaga no Supremo. Nome apoiado por Ciro Nogueira, Kassab, Flávio Bolsonaro, entre outros luminares.
Fala-se muito no apoio político angariado pelo desembargador e pouco no notório saber jurídico dele. Com todo o respeito ao provável próximo ministro do Supremo, há uma razão para isso. Poucos falam em público sobre essa razão - afinal, ninguém quer ficar mal com um ministro.
Sugiro ficar atento aos comentários dos juristas - e dos “juristas” - sobre a nomeação. O que será falado de substantivo sobre a trajetória e o perfil dele. Qual a contribuição do advogado no TRF1? O que se pode esperar dele no Supremo?
É importante lembrar que não deveria haver cotas no Supremo. Alguém do TJ de SP, alguém do Nordeste e por aí vai. Nem “trânsito político” deveria ser atributo. Recomendo ficar atento também a esse tipo de observação.
Em privado, não ouvi nada de bom, registre-se. Com exceção dos elogios às habilidades políticas, o que não me parece muito promissor.
Dois ministros do Supremo me disseram nos últimos dias que ficaram chocados - estou parafraseando. Um terceiro torce apenas para que o possível novo colega não frequente a corte do Lago Sul. Há os que articularam a ida dele e, claro, vendem que todo o Supremo adora o nome.
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A pedido do Banco Master e por ordem do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, o Bastidor e eu estamos sob censura. O veículo foi obrigado a excluir uma reportagem; eu, a apagar posts no Twitter que a citassem. obastidor.com.br/justica/o-bast…
Fomos notificados da ordem judicial na manhã de quarta da semana passada. Tínhamos dois dias para retirar do ar a reportagem investigativa, sob pena de multa e outras medidas mais graves. Cumprimos a decisão no prazo.
Os advogados do Master argumentaram que a reportagem causou danos de imagem ao banco e a seus executivos por meio de "conteúdo calunioso e difamatório". Não apontaram erros de fato, lapsos de lógica ou omissões significavas na matéria.
Desde as 9h53 de hoje (10 de agosto de 2023), o Bastidor, eu e outros integrantes da equipe somos alvo de um ataque digital amplo e sofisticado, do raro tipo que exige motivo forte e recursos largos. Ataques DDoS, em volume de milhões, com origem em múltiplos países.
Apesar das medidas de proteção que adotamos, o site tornou-se instável e caiu em seguida. Era um ataque DDoS numa escala que nunca enfrentamos. Mesmo contando (há bastante tempo) com os serviços da @Cloudflare, e com a ajuda deles, não foi possível mitigar o ataque.
Tentamos várias possibilidades. Mas o Bastidor permaneceu as últimas horas fora do ar. Seguimos tomando todas as providências possíveis para normalizar o acesso ao site e, ademais, minimizar chances de ocorrências semelhantes.
Cabral está preso preventivamente desde 2016. Tempo demais. Soltá-lo, como decidiu ontem o STF, faz sentido. O que se ignora é o contexto do caso de Cabral, indissociável da retomada - tão política quanto jurídica - de um sistema penal tragicômico para crimes de colarinho branco.
O ex-governador do Rio tem 23 condenações, quase todas antigas, com penas em regime fechado. Corrupção, lavagem, organização criminosa. Desvios de bilhões. Tudo documentado ainda no primeiro ano da preventiva dele.
Em 2019, quando o Supremo decidiu acabar com a possibilidade de prisão após a segunda instância (execução provisória da pena), o cumprimento dessas condenações voltou a ocorrer apenas após o trânsito em julgado - na prática, após recursos ao mesmo STF.
Vamos a uma breve memória do empresário José Seripieri Filho, também conhecido como “Júnior da Qualicorp”. Ele fundou a empresa e, após travar amizade com gente do PT, do MDB, do PSDB e até do PCdoB, virou um avião da política brasileira. Decolou. obastidor.com.br/investigacao/q…
Após ser preso pela PF num caso que envolveu suspeita de propina a José Serra, apareceu em seguida em operações de lavagem de dinheiro com o escritório da família Claro, especializada em intermediar negociatas políticas.
Lula cometeu seu primeiro erro político como presidente eleito. Sua fala crítica sobre “a tal responsabilidade fiscal” assustou investidores que já não estavam tão confiantes nos compromissos do petista com as contas públicas. A reação foi previsivelmente forte e danosa ao país.
“O mercado fica nervoso à toa”, disse Lula, expressando uma visão antiquada e inadequada sobre a relação entre mercado e a saúde financeira de um país. Se alguém disser que “pobre não come mercado”, basta esperar o que esse tipo de mentalidade fará aos miseráveis do Brasil.
Quem bem pode contar o que acontece nesses casos é o novo integrante do governo de transição: Guido Mantega. Conhecido na Odebrecht pelo codinome “pós-Itália” e responsável pela conta de propina do PT junto a Joesley, Mantega também parecia achar que “o mercado” é bobagem.
Desde domingo, o presidente Jair Bolsonaro, com seu longo silêncio e seus resmungos a aliados, comporta-se como se tivesse sido massacrado nas eleições. Além de ferir a democracia ao ignorar o rito fundamental da transição civilizada de poder, comete um erro político elementar.
O fato mais relevante é a perda da eleição. Mas Bolsonaro obteve 58 milhões de votos. Conquistou 7 milhões de votos no segundo turno; Lula, 3 milhões. Bolsonaro perdeu por uma diferença mínima (2 milhões) uma eleição que se anunciava difícil desde que Lula foi libertado pelo STF.
Para tentar vencer, Bolsonaro, como seus antecessores, abusou da máquina. Teve poucos avanços entre os mais pobres. Mas mobilizou dezenas de milhões de eleitores. Seja pela guerra cultural, seja pelo antipetismo, seja por uma mistura das duas coisas, Bolsonaro mostrou força.