Hoje, o Átila mostrou essa lista de grau de risco de contágio por atividade e falou sobre sair de casa com cuidado.
Foi dia 14 de julho a primeira vez que clamei no @angudegrilo da necessidade de começar a falar de redução de danos porque o isolamento tava acabando.
No @angudegrilo do dia 28 de julho falei sobre essa exata lista que tinha sido publicada no G1 e sobre a necessidade URGENTE dos cientistas e comunicadores de instruir as pessoas sobre COMO e qual a melhor forma de sair de casa de forma mais responsável possível.
Mesmo com as taxas de isolamento despencando na época, o discurso do “Fique em casa” prevaleceu. É o científico, correto, óbvio, mas reducionista e utópico em se tratando na nossa realidade em que muitos sequer puderam fazer isolamento e outros chutaram o balde antes da hora.
A galera começou a se encontrar com amigos, família, sair para lazer sem informação ampla de redução de danos. Não só as mortes permaneceram altíssimas como gerou uma falsa sensação de segurança em quem sai e verdadeira sensação de ser otário em quem fica.
Quase três meses depois do dia em que falei isso no @angudegrilo, a média de mortes segue acima de 500 pessoas por dia e se mantém estável há quase um mês.
A vida voltou ao normal e muitos conhecidos que já desistiram do isolamento há tempos estão pegando a doença só agora.
Isso tudo pra dizer que o jornalismo precisa antecipar o caos e que pensar redução de danos em todas as esferas é a coisa mais importante do mundo, principalmente num país imenso, populoso e desigual como o Brasil.
Por fim, #euavisei e tentei falar sobre redução de danos. Quem ouve o @angudegrilo sabe 🤷🏽♀️
E sim, essa lista tem atividades que não fazem sentido pro Brasil tipo “jogar tênis” porque ela é uma tradução de uma lista da Associação Médica do Texas.
Pelo visto, três meses depois não foi feita por cientistas e jornalistas brasileiros uma versão factível com nosso país
O gráfico traduzido foi usado desse mesmo jeitinho no Fantástico em julho com direito a entrevista com representante da Associação do Texas e especialistas do Brasil.
Versão brasileira com atividades e necessidades reais dos brasileiros? Não temos.
Ps: caso não tenha ficado claro, essa thread é principalmente uma crítica ao jornalismo e à comunicação que não direcionaram o debate público pra redução de danos, não usaram suas imagens e dados do isolamento caindo pra provocar especialistas a falarem sobre isso.
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100 anos da UFRJ, faculdade que estudei. Me sinto um ser de outro planeta em ver ex-alunos saudosos e que amaram a universidade.
Detestei. O curso de comunicação era uma piada, professores brancos, conteúdo eurocêntrico, ementas defasadas, discussões fora da realidade.
Conto nos dedos de uma mão as disciplinas relevantes que eu tive, a maioria eletivas. As coisas mais transformadoras que aprendi foi fora de sala de aula com os poucos amigos que fiz. Só por isso eu digo que faculdade foi determinante na minha vida, pelo que aconteceu extra aula.
De resto, fico sem entender quem tem saudosismo com ambiente universitário na graduação. Aquilo é uma máquina de esmagar estudantes negros e periféricos, é violência atrás de violência. Eu sinceramente acho que esse saudosismo só faz parte da experiência de estudantes brancos.
Porque esse é o mesmo portal da mesma emissora que faz a maior parte do seu jornalismo recorrendo e dependendo de comunicadores comunitários e audios e vídeos de moradores de favelas.
Favela é bunker de bandido ou produtor de reportagem?
Se tem uma coisa que é meu lugar de fala no assunto jornalismo é como a mídia tradicional depende integralmente de comunicadores comunitários e moradores de favela pra trabalhar. E mesmo assim não dão vínculo empregatício, remuneração adequada e nem o mínimo de respeito.
Como produtora de reportagem, o meu trabalho dependia 95% de denúncias, mensagens e material audiovisual fornecido por moradores de periferias e colegas que fazem jornalismo independente nas favelas. Telejornal local ainda temos só existe por causa dessas pessoas.
Mobilização sensacional o que está acontecendo na NBA hoje. Pra mim, a parte mais incrível é ver que os jogadores não decidiram paralisar os playoffs por pressão da população, mas por consciência crítica e racial própria.
É muito foda ver os caras como protagonistas desse movimento, ver como faz parte da História os jogadores de basquete negros se posicionarem contra o racismo, a consciência racial e política absurdas. E como eles têm tanto poder que os donos da liga não mandam em nada kkk
Ai eu penso no futebol brasileiro e seus tantos jogadores negros e putz. O racismo aqui opera de uma forma que cacete...