Memes à parte, Nietzsche (1844-1900), símbolo do niilismo (negação de todos os princípios religiosos, políticos e sociais), tem sido citado por aí para embasar discursos contra o regime democrático, em blogs e vídeos no YouTube, mas isso faz sentido? Te explicamos👇
Se fosse possível rotular, Nietzsche estaria mais para anarquista do que para qualquer outro regime. Ele ia contra todos os tipos de leis, Estado, igreja, crenças, regras, enfim, tudo o que pudesse conter o "super homem", que seria o ser humano potente
"Sob este prisma, a democracia faria parte de um projeto político que corresponde a uma vontade de poder anônima e coletiva, sob a fórmula ideológica da igualdade de direitos", explica Oswaldo Giacoia Junior, professor titular do Departamento de Filosofia da Unicamp
Para Giacoia, a crítica de Nietzsche à democracia deve ser vista no enquadramento mais amplo de sua crítica à modernidade cultural. "A identificação de seu pensamento é resultado de um mal-entendido, que pode ser sofisticado ou grosseiro, e até mesmo de uma falsificação", explica
Para Dainezi, professor da Escola de Ética, nenhum superfilósofos -- Nietzsche, nem Aristóteles, Platão ou Sócrates -- teriam existido e moldado seu pensamento se não fosse a democracia.
Só se sente saudade em português? Falamos sobre como uma língua pode moldar as sensações 👇
"A experiência de um coletivo faz a língua. A partir do momento em que é minha experiência, a língua reflete como eu vejo o mundo, como eu penso e me comporto. É uma relação dinâmica. Não há como saber quem vem primeiro", diz Ana Suelly Cabral, professora da UnB
As línguas indígenas podem ser tão diferentes entre si quanto são o português do inglês (cujas origens são diferentes) ou o francês do espanhol (que têm em comum a raiz latina), dependendo de onde se desenvolveram.
Entre ações cidadãs em defesa da democracia e manipulação eletrônica capitaneada por oligarquias e governos, o hacktivismo é hoje uma das grandes forças sociais👀
Segue o fio para saber mais sobre esse fenômeno 🧶
Hacktivistas são, em essência, pessoas que se unem de forma voluntária e muitas vezes anônima para, segundo eles, atuar pelo bem da sociedade
No Brasil, uma das linhas hacktivistas mais fortes é a que defende a abertura de dados. Desde o início dos anos 2000, coletivos e indivíduos atuam pela transparência de governos e instituições
TAB conversou com alguns cartunistas para saber como eles têm encarado o ano de 2020, confira alguns momentos 👇
Para Dahmer, fazer charges em tempos de pandemia tornou-se, também, "trabalhar em cima do surrealismo que se apoderou do país, ter de fazer humor com coisas insanas, como pessoas que não querem tomar vacina ou que acreditam que a Terra é plana" @malvados
Laerte defende que chargistas trabalham com a realidade, "seja ela qual for". "Não existe material melhor ou pior. As charges serão boas ou ruins dependendo da cabeça que as propõe, das ideias que a povoam, das conexões que consegue estabelecer" @LaerteCoutinho1
O tom alarmista de uma doença potencialmente mortal, como a Covid-19, veio acompanhado de mensagens positivas sobre o bem danado que a pandemia está fazendo ao nosso planeta
Nas redes sociais, uma enxurrada de posts sobre o impacto ambiental da redução de veículos nas ruas e as baixas nos níveis de poluição notadas em rios e na atmosfera, ajudaram a reforçar uma hipótese repetida diversas vezes nos últimos meses: "o vírus do planeta é o ser humano"
Ancestralidade por DNA: testes da moda ignoram indígenas brasileiros
@bridgetjules traz reflexões importantes do ponto de vista genético e social. Segue o fio para entender essa questão👇
Na rede vizinha, o Instagram, posts de celebridades revelando sua ancestralidade vêm ganhando popularidade. Adquirindo o kit enviado pelo laboratório, você coleta uma pequena quantidade de saliva e devolve o material, via correios, para análise
Algum tempo depois, recebe um mapa detalhado com os países de origem de seus ancestrais. O hype desses testes trouxe à tona o debate sobre a ancestralidade indígena brasileira e um possível apagamento destes marcadores em testes comerciais
Em um bate-papo com @M_Pichonelli, Cacá Diegues fala sobre um país ainda dividido entre modernidade e atraso
Confira alguns momentos da entrevista exclusiva que ele concedeu ao TAB 👇
Entre as pessoas do grupo de risco, Cacá Diegues, se define como a mais paciente e obediente do mundo. Lava as mãos com frequência, usa máscara e mantém o distanciamento social
Entre um projeto e outro, o detentor da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras aproveita a quarentena para ler e assistir ao que estiver passando na TV. Conta que reviu Alfred Hitchcock, assistiu finalmente a "Breaking Bad" (adorou, aliás) e virou fã do youtuber @felipeneto