Thread by @NikolasPericles

Análise Pós Jogo #003 –Flamengo x RB Bragantino (15/10/2020).

Jogos diferente precisam ser analisados de forma diferente. Todo jogo tem um contexto, e ele não pode ser ignorado. Desta vez o entorno chamou mais a atenção do que a partida em si.

Vamos à thread ⏬

O Flamengo veio de uma partida 48 horas antes contra o Goiás.

O momento de ápice do cansaço é 48 horas após o jogo.

Essa foi a 5ª partida em um período de 11 dias.

A título de comparação, o Atlético MG fez 5 partidas nos últimos 18 dias.

(O Dr. Tanure, chefe do DM do Flamengo, explicou esse ponto extremamente bem nesse vídeo. Falou também das avaliações para poupar jogadores. Mesmo com base científica, alguns querem comentar com base no achismo).

https://twitter.com/Flamengo/status/1317163264091082753?s=20

Some a isso os desfalques por lesão de Gabigol, Arrascaeta, Rodrigo Caio, Diego Alves, Pedro Rocha, Jean Lucas e a condição absurda do gramado do Maracanã.

Diante desse contexto, é muito difícil analisar a partida, mas vamos tentar.

https://twitter.com/NikolasPericles/status/1316843772815314945?s=20

O Flamengo veio com um esquema um pouco diferente das partidas anteriores. Arão jogava à frente dos zagueiros e Diego (esquerda) e T. Maia (direita) mais à frente. No ataque Lincoln entrou pela esquerda, E. Ribeiro pela direita e Pedro de centro-avante, com o time em um 4-3-3.

No mapa de calor de Diego e Thiago podemos ver Diego ocupando a região esquerda do campo e Thiago a direita.

Thiago terminou o jogo como primeiro volante, logo, vemos um ponto de destaque também no campo defensivo.

O RB Bragantino veio em um 4-2-3-1, com Claudinho jogando por trás de Ytalo, com liberdade para armar. Leandrinho pela direita a B. Tubarão pela esquerda completavam a linha de meias. Defendendo, o time mudava para um 4-4-2, com Claudinho junto com Ytalo à frente de 2º linha de 4

O jogo começou com o Bragantino fazendo a marcação alta, tentando forçar os erros de passe na saída de bola do time do Flamengo.

Já tínhamos antecipado esse comportamento do Red Bull no Mapa da Mina.

https://twitter.com/NikolasPericles/status/1316843594314113028?s=20

Além disso, tentava acelerar os contra-ataques quando roubava a bola.

Foi assim que conseguiu criar uma boa chance pelo lado direito da defesa do Flamengo no início do jogo.

O Flamengo tentava criar jogadas pelos lados usando as inversões de jogo, mas não conseguia ter sucesso.

Pela direita, E. Ribeiro e Isla estavam claramente cansados, após terem servido às suas seleções 2 dias antes.

Comparando o mapa de calor de Isla das partidas contra RB Bragantino e Sport, podemos notar o campo de ataque menos ocupado na partida contra o RB, por conta do desgaste.

Na partida, Isla acertou apenas 1 de 7 cruzamentos que tentou.

Pela esquerda, o time não tinha profundidade, pois Renê e Lincoln tem característica de jogar por dentro.

No contexto desta partida, seria melhor entrar com Ramon, que é mais rápido e leva a bola ao fundo com mais facilidade.

No fim do primeiro tempo, Renê conseguiu um cruzamento e após falha do zagueiro, Lincoln não teve calma e acabou chutando no zagueiro.

Antecipamos no mapa da mina a dificuldade que o RB tem em marcar jogadas laterais.

https://twitter.com/NikolasPericles/status/1316843713537150979?s=20

Note no lance, que a bola chega para Lincoln com todo o lado direito livre (perna dominante), mas ele prefere o arremate de canhota e acerta o zagueiro, no lance em que o Flamengo pediu pênalti.

No intervalo, Pedro saiu para ser preservado e entrou Vitinho.

Com esta alteração, Lincoln passou a jogar de centro-avante e Vitinho foi fazer o corredor pela esquerda.

No lance de saída de bola do segundo tempo, o RB Bragantino fez uma jogada rápida e conseguiu fazer um belo gol com Claudinho (tínhamos alertado para este jogador no mapa da mina).

https://twitter.com/NikolasPericles/status/1316843560998666241?s=20

Mais um gol que saiu pelo lado direito da zaga. Este sem sido o lado mais vulnerável da defesa. Por ali já tínhamos sofrido os gols contra o Vasco e o Goiás.
Este é o lado de Rodrigo Caio, que não joga desde a partida contra o Barcelona (dia 22/09). Já são 7 partidas sem ele.

Com a desvantagem no placar, o Flamengo seguiu buscando o ataque, mas dando claras demonstrações de cansaço.

A entrada de Vitinho deu a possibilidade de chegada ao fundo pela esquerda, criando uma jogada perigosa.

Além disso, Vitinho ficou encarregado dos escanteios. Em um deles, tivemos uma boa chance com Leo Pereira na bola aérea.

A cabeçada perigosa de Leo Pereira só deixa mais estranha a jogada do escanteio batido no primeiro tempo.

Nada justifica não jogar a bola na área de um time que tem dificuldades em marcar este tipo de jogada.

Com a entrada de B. Henrique os 20 min do 2T, Vitinho passou a jogar por dentro e BH a jogar pela esquerda.

Bruno tende a corta pra dentro para buscar o chute ou o passe. Com esta alteração, deixamos de ter novamente a opção do corredor.

Aos 24 o Flamengo chegou ao empate.

Em uma jogada que começou com Isla, chegou a Renê e voltou para Isla, Lincoln marcou dentro da pequena área, em mais uma falha de marcação do time do RB em jogadas laterais.

Quanto mais o final da partida se aproximava, mais o time dava sinais de cansaço. Muitos erros de passe e perdas de posse aconteceram até o final. O time terminou com 68% de posse de bola, 19 fin. (10 no gol), 596 passes trocados (84% de prec.) e 2 grandes oportunidades criadas.

Desde o jogo contra o Barcelona (início do surto de COVID), são 8 partidas com 6 vitórias e 2 empates (aproveitamento de 83,33%).

No mesmo período no Campeonato Brasileiro, comparei o rendimento do Flamengo com o Atlético MG e com o Inter.

A liderança ainda não veio nessa rodada, mas como eu disse, o importante é ser o líder no final do campeonato, não agora.

Vamos ter um pouco mais de cabeça fria pra analisar.

Por hoje é só. Um abraço.