BIN LADEN, CHARLIE
O 11 de setembro foi AQUELA COISA, e todo mundo sabe dizer o que estava fazendo na hora. Eu estava fazendo meu dever de matemática quando a minha avó, que via o Balanço Geral na TV da cozinha, veio correndo pro gabinete e ligou grande. Eu tinha 11 anos, não
sabia o que era o World Trade Center, nem entendia por que minha avó e o Seu Valéra (que usualmente distribui cartões vermelhos para as autoridades municipais) estavam tão atordoados com aquilo.
Já o massacre da Charlie Hebdo foi diferente. Todo mundo lembra que aconteceu,
mas em 2015 terrorismo islamista já era rotina, e não teve uma ação espetacular como a orquestrada por Bin Laden, passível de ser transmitida ao vivo.
Minha recordação mais significativa foi a de abrir o FB e ver, no grupo de filosofia da minha faculdade, um aluno mais novo que
eu, do movimento negro, justificando a coisa. E depois ver que tinha mais gente na internet justificando a coisa. Hoje, reparo que achava essa gente uns imbecis mala sem alça, que merecia mais desprezo que atenção. 5 anos depois, têm toda a minha atenção.
E aquele aluno hoje é professor no interior, filiado ao PSOL.
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EUA:
Xeretei a vida da juíza católica e de Ted Cruz. Interessante como os progressistas não têm peias em fazer um escarcéu com a religião católica, muito parecido com o escarcéu feito aqui contra os evangélicos. Ao menos aqui a esquerda inventou que os pobres são todos...
macumbeiros e os evangélicos são todos homens brancos cis hétero. Nos EUA, é inegável que o catolicismo é religião de pobre: religião da imigração hispânica, dos irlandeses famélicos, dos italianos mafiosos, da atrasada Nova Orléans. E é de lá que a juíza vem. Segundo a Wiki,
descende de franceses e casou com um homem de berço católico.
Uma coisa pouco notada e apreciada é a de no Brasil as pessoas de religiões diferentes se casarem sem problemas, com naturalidade. A fé é pessoal e intransferível.
As moedas de 4 países do continente se chamam peso. Por ordem de idade, tem o colombiano (1810), o chileno (1975), o argentino (1992) e o uruguaio (1993). Os três caçulas do clube do peso têm idade próxima à do real (1994).
Países com moedas de nomes sem xarás: Venezuela (bolívar, 1879 OU 2019), Paraguai (guarani, 1943), Bolívia (boliviano, 1987) e Peru (sol, 1991).
A Venezuela é uma pegadinha, porque ficou mudando nome da moeda até voltar para o original em 2019. Era bolívar, virou bolívar forte, depois bolívar soberano (que coexistiram) e virou bolívar de novo quando o forte sumiu.
A prática de queimar o terreno antes de plantar, chamada coivara, é pré-cabralina. Os índios faziam assim, e os portugueses, adaptados à cultura local, imitaram. (Não por preguiça, nem nada: é que na maior parte do nosso território o arado europeu não funciona.)
No jornal local, aparece o extremo-oeste baiano com um incêndio avassalador. A causa teria sido a arcaica coivara. O incêndio alcançou um estoque e causou perda de toneladas de algodão. O jornal mostra ainda que os agricultores avançados do local mantêm uma brigada de bombeiros
particular, e combatem com êxito incêndios antes que os bombeiros oficiais apareçam. A iniciativa foi tomada depois de se perder uma plantação de milho.
É provável que o Cerrado baiano se pareça com o do Centro-Oeste nisso:
VOTO COM OS PÉS
Uma coisa que sempre me deixou meio espantada é a diminuta população do Uruguai. Tem 3,5 milhões de habitantes, contra 11 do Rio Grande do Sul. A densidade populacional do Uruguai é de 20 habitantes por km², e a do Rio Grande do Sul é o dobro.
Se o Uruguai é um país de primeiro mundo, e os vizinhos não são, a lógica mandaria que brasileiros, paraguaios e argentinos se estapeassem para entrar no Uruguai, que teria fronteiras bem guarnecidas e gastaria uma grana tentando impedir o tráfico humano.
Pois bem: um amigo paulista atravessou a fronteira pela primeira vez, e conta que chamou a atenção dele que nas cidades fronteiriças o comércio está do lado brasileiro, por causa de imposto. As casas são simplórias, sem forro. Foi-lhe dito que pra contratar um pedreiro a pessoa
Estou acompanhando um pouco a eleição dos EUA via Jaime Bayly. (TV brasileira não dá, só repete a CNN.)
Que coisa insuportável, esse Biden. Fez um discurso acusando Trump de ter chamado, pessoalmente, o filho dele morto com câncer, de looser, por causa de uma declaração aí que
Trump teria dado sobre guerra do Iraque. O filho morto de Biden foi pro Iraque, logo...
E em seguida passa a dizer que não julga as pessoas pela sua conta bancária, nem pelo tamanho de suas casas. Isso só pode ser traduzido como: "VEJAM COMO SOU BOM!!" Que tipo de pessoa sai
dando declarações dessas?
E ainda teve, claro, o abestalhado parecendo um cágado no palanque, mexendo a cabeça ao som de Despacito porque queria voto portorriquenho. Se um candidato intelectualoide de área rica viesse à Bahia fazer aquela cara de cágado ao som de É o Tchan,
Voltei a ver Jaime Bayly. O divertido agora é acompanhar as campanhas de Trump e Biden voltadas para os falantes de espanhol. Trumpistas alegam que Biden é mancomunado com os chineses, que a China vai acabar com os empregos nos EUA e que o país será uma colônia comunista.
Os de Biden alegam que Trump acabou com a economia porque não acredita na ciência.
Biden ficou no palanque balançando a cabeça ao som de Despacito para agradar os portorriquenhos. Trump tuitou isso, mas com a música errada -- o original é bem pior. Segundo Bayly,
ele está correndo atrás dos portorriquenhos porque os votos cubanos e venezuelanos são republicanos.
Mas enfim, o ponto é que, se eu assisto à Globo, só vejo a versão da CNN, segundo a qual os brancos votam nos republicanos, e os democratas são os reis das minorias.